Ao assumir a gestão dos Correios, em 2019, encontramos a estatal em uma situação financeira extremamente crítica. O risco de dependência do Tesouro Nacional era iminente, o que poderia causar um passivo de R$ 14 bilhões à Administração Pública Federal. O caixa da empresa contabilizava, por exemplo, cerca de R$ 149 milhões, o que comprometia o fechamento da folha de pagamento nos meses seguintes.
Com ações imediatas, adaptando-se às modernas práticas do mercado, numa busca incansável por uma maior eficiência dos recursos – com redução de despesas e incremento nas receitas -, conseguimos recuperar, após três anos de muito trabalho, a saúde financeira da empresa. Isso foi possível após a execução de uma série de medidas estruturantes que alinharam ações de modernização e a retomada dos investimentos.
Revisamos as linhas de negócios e o portfólio de produtos e serviços, com ênfase no apoio ao comércio eletrônico nacional, modernizamos os canais de atendimento à população por meio físico e digital, investimos na renovação da frota, no parque logístico e na revitalização de unidades operacionais e de atendimento, destinamos recursos para recuperar os ativos de Tecnologia da Informação e Comunicação e para a segurança empresarial, permitindo o incremento na produtividade de fiscalização dos milhares de objetos que são tratados e distribuídos diariamente pela estatal. Todo esse movimento ocorreu em conformidade às práticas de compliance e gestão de riscos, de modo a tornar os processos e tomada de decisão mais transparentes e eficientes.
Assim, conseguimos retomar a confiança e a credibilidade perante os brasileiros e o orgulho dos empregados em atuar em uma empresa destacada em âmbitos nacional e internacional. Com a capacidade mais robusta, conseguimos absorver a alta demanda resultante do aumento do consumo digital, impulsionar a economia nacional e contabilizar recordes no fluxo de encomendas. Com gestão e inteligência competitiva, entregamos soluções, prazos e preços cada vez mais melhores.
A melhora na performance operacional refletiu também em resultados financeiros expressivos, após anos de saldos negativos. Em 2020, a empresa apresentou lucro líquido de R$ 1,53 bilhão – o que já sinalizava uma importante melhora da saúde financeira e dos negócios da empresa -, e em 2021 os Correios alcançaram o maior lucro dos últimos 22 anos, R$ 3,7 bilhões de lucro recorrente, permitindo apurarmos um caixa atual na ordem de R$ 5 bilhões. Com as eficientes ações realizadas na área financeira, foi possível sanear sete ressalvas apontadas pela Auditoria Independente nas Demonstrações Contábeis da empresa.
A recuperação financeira permitiu que fossem reajustados os salários dos funcionários em 9,75% em 2021, e a reposição integral da inflação de 10,12% em 2022. Com o Acordo Coletivo de Trabalho assinado este ano, foi possível atender aos principais pleitos dos empregados sem, no entanto, comprometer as finanças da empresa. Além disso, possibilitou o pagamento da Participação de Lucros e Resultados (PLR) aos empregados, fato esse que não ocorria há 10 anos. A proatividade do gestor é um demonstrativo de quanto a empresa reconhece a importância dos empregados para os resultados incontestavelmente positivos obtidos pela estatal.
O comprometimento e o trabalho sinérgico de todos, seguindo orientações claras e objetivas, com foco no cliente e na busca do melhor para a empresa, é o que têm permitido que os Correios de hoje seja visto como um verdadeiro case de sucesso no Governo Federal.
(*) Floriano Peixoto é presidente dos Correios
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