Sabemos que para conseguir atingir nossos sonhos financeiros, seja comprar um carro ou uma casa, viajar, fazer um curso no exterior, entre outros tantos, precisamos ter uma boa dose de planejamento financeiro.
Ter um bom planejamento financeiro é o passaporte para conquistar todas as metas e sonhos que em alguma instância necessitam do dinheiro. Mas o planejamento é às vezes uma tarefa difícil, quando temos um padrão de vida e desejamos mantê-lo inalterado, pois, temos dificuldade em seguir um planejamento rígido. Mas o que é pouco falado quando se trata de educação financeira é que é possível planejar e poupar para o futuro sem precisar passar aperto no presente.
Abaixo damos cinco dicas de como fazer um bom planejamento financeiro. Claro que não existe uma fórmula mágica, então é necessário ajustar para cada pessoa.
1 – Fale abertamente sobre dinheiro
Mais do que falar para os outros, fale para si mesmo o mais aberto possível sobre o seu dinheiro, ou seja, se pergunte se gosta do rumo que sua vida financeira está levando. Veja se está endividado. Se estiver, pense como pode quitar suas dívidas o mais rápido possível.
Às vezes queremos nos enganar sobre nossa saúde financeira e isso de fato é prejudicial, já que se estivermos com o nome sujo podemos sofrer restrições. Se precisarmos sempre recorrer ao cheque especial estaremos enriquecendo outrem através dos altos juros em vez de nos enriquecer.
Para manter um padrão de vida é necessário que ele seja sustentável. Se ficarmos todos os meses no vermelho teremos que adiar ou até cancelar sonhos financeiros importantes para nós, isso sem contar nos efeitos nocivos para nossa saúde que o stress por estarmos com as contas apertadas nos causa.
Então, seja sempre sincero com sua saúde financeira e se ela vai mal veja a melhor forma de melhorá-la. Busque ajuda com um consultor financeiro, busque informação e descubra as melhores ações a se tomar para fechar as contas no azul.
2 – Poupe e invista no mínimo 10% de sua receita
A receita é a soma de todas as fontes de renda que temos. É de fato importante saber de onde ela vem e para onde ela vai. Quando você observa isso, torna mais fácil seguir o conselho mais antigo sobre construção de riqueza, ou seja, guarde no mínimo 10% de sua receita.
Claro que, no atual momento do país, guardar apenas não funciona. Na verdade, é necessário saber aproveitar as inúmeras oportunidades que esse momento ímpar da economia brasileira nos proporciona. Temos hoje grandes oportunidades inclusive na renda fixa, onde podemos achar rentabilidades prefixadas de 15,7% ao ano durante 10 anos.
Um pequeno exemplo: para o investidor que guardar R$ 100,00 por mês, com essa rentabilidade, terá no final de 10 anos (se a rentabilidade se mantiver no mesmo patamar, o que é difícil, então o exemplo é mais ilustrativo) por volta de R$ 26.926,97, que é um valor realmente bom, pois se observarmos que o esforço poupador nesse período foi pequeno, por volta de R$ 12.000,00 o resto foi a rentabilidade que fica em torno de 224,4%.
O exemplo consta com aplicações de valor muito pequeno, mas serve para mostrar o quão bem aproveitado pode ser esse momento para quem conseguir guardar pelo menos 10% de sua receita todo mês.
E por incrível que possa parecer o fato de guardar, depois, se tornará tão normal que a pessoa não sente nenhum problema em viver com apenas 90% da receita.
3 – Alimente-se bem e faça exercícios regularmente
Pode parecer que alimentar-se bem e fazer exercícios não influencia muito na vida financeira da pessoa, mas na verdade são fatores que muito envolvem o bolso e normalmente de forma prejudicial.
Observe que ao alimentar-se bem a pessoa passa a lanchar menos, o que envolve menos gastos fora de casa, onde necessariamente é mais caro comer. Além disso, o fato é que uma boa alimentação influencia na saúde, fazendo com que a pessoa tenha que gastar menos com remédios e/ ou tratamentos.
É algo muito válido buscar indicações de um nutricionista, para ajudá-lo a preparar um cardápio mais saudável. Isso pode ser considerado um investimento que em pouco tempo mostra que seu custo-benefício é muito positivo.
Já fazer exercícios físicos, além de também ajudar na saúde, faz com que tenhamos menos ansiedade, o que é bom para não comprarmos por impulso, isso é ainda mais interessante quando vamos observar que o fato de ficarmos menos ansiosos ajuda a escolher melhores investimentos e a aproveitar suas oportunidades.
4 – Durma bem
Assim como nossas finanças prejudicam nosso sono quando vão mal, nosso sono prejudica nossas finanças quando dormimos mal.
É simples ver isso, pois além de nossa produtividade cair muito depois de uma noite mal dormida, aumentamos nosso nível de stress e ansiedade por não dormirmos. Em casos mais complicados um sono ruim acaba com nossa concentração, além de vários efeitos prejudiciais para nossa saúde.
Assim, podemos ter problemas no trabalho por estarmos irritadiços, comprar coisas por impulso gastando um dinheiro que não deveria, podemos fazer investimentos em horas ruins por estarmos ansiosos ou por falta de concentração, e por aí vai.
O sono influencia toda nossa vida desde o emocional ao financeiro, e por incrível que pareça esses dois planos estão muito conectados. Fazemos muitas escolhas financeiramente ruins quando dormimos mal e essas escolhas tendem a afetar ainda mais a qualidade de nosso sono, o que cria uma bola de neve que, se não for parada, só tende a aumentar.
Muitos são os tratamentos que podem nos auxiliar numa boa noite de sono, desde a troca do colchão e do travesseiro para algo mais adequado ao corpo, ou até mesmo buscar algum tratamento médico.
Investir em sua qualidade de sono pode render ótimos resultados.
5 – Informe-se constantemente
Investir em conhecimento gera os melhores lucros, como já foi dito e parafraseado diversas vezes. O fato de estar sempre informado sobre os acontecimentos do mundo econômico e político (que podem afetar seus investimentos) é sem duvida útil, inclusive para saber aproveitar uma oportunidade rara de um bom investimento.
Fazer cursos e aprender cada vez mais sobre o mercado, conversar com quem entende, ler jornais e revistas especializados, visitar sites e blogs confiáveis e que tratem sobre assuntos do seu interesse financeiro é sem dúvida importante, pois assim saberá sempre como deve agir.
Além disso, informar-se sobre as melhores formas de controlar as finanças, seja por planilhas ou por aplicativos, e ter boas referências sobre a educação financeira é útil e necessário. Devemos lembrar que algumas dessas ferramentas podem ser pagas ou não, mas não há custos aqui, somente investimentos que sempre mostram seus bons frutos.
Devemos saber que nem todos os programas valem a pena, portanto, fazer uma triagem vai ajudar a cuidar da vida financeira. Busque sempre bons consultores financeiros para lhe auxiliarem e não se deixe levar por qualquer coisa falada. Pesquise sempre e se aprofunde na situação econômica, pois, com esses dados e bons conselhos você mesmo saberá o que fazer.
Leia livros sobre esses assuntos, pois podem dar-lhe uma visão meticulosa do funcionamento de cada forma de investimento, lembre sempre:
“Se achas que a educação é cara, tentes ver o preço da ignorância” – autor desconhecido.
Essas cinco dicas não são as únicas que podem ser usadas, mas elas facilitam muito a vida, pois, melhorando nossa qualidade de vida podemos melhorar nossas finanças. O contrário também é válido. Podemos melhorar nossas finanças e, por conseguinte, melhorar nossa qualidade de vida, tudo depende do nosso ponto de partida.
(*) David Rocha escreve semanalmente, às terças-feiras. Ele é assessor de investimentos e educador financeiro, que vive o mercado diariamente, desde 2011, e autor do livro Tesouro Direto – Um Caminho para a liberdade financeira de 2016.
** Esse texto é de responsabilidade exclusiva do autor. Não reflete, necessariamente, a opinião do Só Sergipe.