Todo dia é tudo sempre igual. Até duas ou três vezes por dia, a mesma cena se repete, sem que ninguém ou de responsabilidade tome uma atitude: são os assaltos a ônibus em Aracaju e região metropolitana que se sucedem para desespero de motoristas, cobradores e usuários. Na próxima semana, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo de Aracaju (Sinttra), Miguel Belarmino da Paixão, terá uma reunião importante com o secretário de Segurança Pública, Mendonça Prado, justamente para falar da falta de segurança no sistema. Isso, claro, se o tal encontro não for adiado mais uma vez, pois em outros três momentos a conversa ficou para amanhã. Enquanto houver amanhã, não haverá reunião, mas assalto, pode ter certeza que acontecerá.
O povo é vitima diária desses meliantes. Assalto acontece com tanta frequência que virou lugar comum. Ninguém liga, a não ser quem sofreu com a violência, claro. A Polícia Civil não investiga, a PM não corre atrás do bandido e nem faz a ação preventiva. A reclamação dessa inércia do poder público vem do presidente do Sinttra sustentado em números. De janeiro até o dia 12 de abril deste ano, portanto, no último domingo, aconteceram 338 assaltos a ônibus. O número é maior do que o ocorrido no ano de 2014 inteiro, quando foram contabilizados 330 assaltos.
Mas há um personagem nesse jogo de empurra-empurra que ninguém quer. O sistema jurídico frouxo desse país dando novas oportunidades de ação aos ladrões. A polícia prende, a Justiça solta, o bandido volta a roubar, a polícia prende, a Justiça solta… Até onde vai parar?
Ninguém escapa da falta de responsabilidade com o povo. Quer ver? A PM diz que cabe aos empresários adotar medidas de segurança para proteger todos os usuários do transporte. Nem todos os ônibus possuem cofres e, apesar da tecnologia, muitos passageiros pagam com dinheiro, quando deveriam fazer o pagamento com cartão. A circulação de moeda atrai a bandidagem que quer dinheiro fácil e pouco para sustentar o crack. E aí, temos um Governo estadual inerte, incapaz de criar programas efetivos para tratar os usuários de crack, verdadeiros zumbis que vagueiam pelas sombras prontos para matar ou morrer por uma pedra.
Filho de político e empresário não usa transporte coletivo, por isso quem ninguém se importa. Se eles utilizassem, teríamos veículos dignos de primeiro mundo. Como estamos no país do tupiniquim, onde a principal autoridade não tem mais voz, não se pode esperar muita coisa por aqui. Então com essa desordem e com cada um empurrando a coisa ao bel prazer, o povo que se lixe futebol clube.