Ter a chance de acompanhar o quadro clínico dos aracajuanos internados no Hospital de Campanha (HCamp) Cleovansóstenes Pereira Aguiar têm sido um grande alento para os familiares, que não podem visitar os entes queridos por conta das medidas de prevenção à transmissão da covid-19.
“Minha vó ficou internada durante nove dias, é uma experiência muito diferente, porque a gente não pode ter acesso, fazer uma visita. Ela foi bem atendida do vigilante à equipe médica, com todo o acolhimento necessário, através da assistência social. Conseguimos tirar dúvidas, saber sobre a evolução, os pertences pessoais, entre outras coisas. O contato se dava tanto pelo Whatsapp quanto por telefone fixo, de manhã, tarde e noite”, descreve a jornalista Manu Santiago.
O medo também se fez presente na vida da vendedora Grasielle Mota quando seu pai, Isaías, 66 anos, foi diagnosticado com a covid-19. Com diabetes, hipertensão e sequelas de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), a família teve receio até mesmo de levá-lo ao hospital quando os primeiras sintomas surgiram.
“No início, por conta do quadro dele, tive receio de levar ao hospital. Nos primeiros dias ele apresentava apenas cansaço, mas quando teve febre, decidi levar em uma unidade. Lá eles fizeram o teste rápido e identificaram o coronavírus. Então, levamos ao Fernando Franco, de onde ele foi transferido para o Hospital de Campanha, pois estava com baixa oxigenação. Quando ele foi internado toda a família ficou com muito medo, principalmente de acontecer o pior e a gente não poder nem se despedir, uma vez que ele não poderia ter acompanhante nenhum”, conta Grasielle.
No entanto, por conta da atenção que recebeu acabou por se sentir mais segura. “Fui bem atendida, sempre me passavam informações sobre ele. Havia dois horários nos quais poderíamos ligar e sempre tinha uma assistente social ou psicóloga para atender, pessoas ótimas que passavam tudo com educação”, diz.
Após quatro dias de internação seu Isaías teve alta. O carinho dispensado pela equipe do Setor de Serviço Social surpreendeu a família. “Quando ele recebeu alta a equipe me passou todas as medidas para a segurança dele e minha por escrito. Além disso, garantiram que entrarão em contato de dois em dois dias para saber como estão as coisas. Esse acompanhamento é muito importante, porque caso aconteça algo inesperado ou tenha alguma dúvida se pode resolver desse jeito”, ressalta a vendedora.
A avaliação positiva dos profissionais encarregados de intermediar a relação entre internados e familiares foi relatada também por Letícia Correia, cujo tio José Arnaldo dos Santos esteve internado no Hcamp por 19 dias. A todo tempo tivemos suporte e informações sobre o quadro clínico e físico dele, sempre que ligamos tínhamos um ótimo retorno. É muito boa a qualidade da equipe de assistência social de lá”, afirma.
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