O corregedor da Secretaria de Justiça e de Defesa do Consumidor, Roberto Freitas, instaurou um inquérito administrativo para investigar a conduta do agente penitenciário Gildásio Góis, 50 anos. Ele foi preso ontem durante a Operação Fênix, desencadeada pela Polícia Civil de Sergipe, acusado de integrar uma quadrilha de servidores públicos que emitia carteiras de identidade falsas no Instituto de Identificação de Sergipe. Eles cobravam até R$ 5 mil para bandidos que quisessem ter um documento novo.
Roberto Freitas conversou hoje, 18, com a delegada Mayra Moinhos, responsável pelo inquérito policial, que se comprometeu de lhe passar toda documentação que comprova a participação de Gildásio no esquema criminoso. Ontem à tarde, durante interrogatório na sede do Cope (Complexo de Operações Policiais Especiais), Gildásio passou mal, foi levado para um hospital onde está internado.
Como a prisão de Gildásio é temporária – de cinco dias, podendo ser renovada por mais cinco – e ele está internado, Roberto Freitas só encaminhará pelo afastamento preventivo do servidor por 30 dias, após a recuperação do mesmo.
Na terça-feira, 17, quando a Polícia Civil realizou a Operação Fênix, o secretário Cristiano Barreto, disse que apoiou o trabalho dos seus colegas delegados e policiais civis. “As investigações começaram quando eu ainda comandava a Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol) e acompanhei todo o desenrolar da operação nos últimos dias, dando o apoio necessário”, reforçou. “Ações como estas são apoiadas pela categoria que é composta por homens e mulheres de bem que não compactuam com essas atitudes”, completa.
A Divisão de Inteligência atuou para a desarticulação da organização criminosa da Bahia, chamada “Bonde do Maluco”, cujos integrantes foram presos no sul de Sergipe. Foi justamente a partir da prisão desses marginais, que foi iniciada a investigação que culminou com a Operação Fênix.
Segundo a delegada Mayra Moinhos, Gildásio era um dos principais integrantes da quadrilha que mantinha contato bandidos ligados a facções criminosas para que fosse feita a emissão das carteiras de identidade. O agente da Sejuc é lotado no Complexo Penitenciário Manoel Carvalho Neto (Copemcan). O inquérito administrativo que ele responderá tem como pena máxima a demissão a bem do serviço público.
Foi isso que aconteceu, por exemplo, com o também agente penitenciário Rosemberg Conceição de Souza, acusado de facilitar a entrada de aproximadamente 50 aparelhos de telefone celular no Copemcan. Além de ter perdido o emprego, Rosemberg continua preso.