Juliana Melo (*)
Cerca de cinco mil trabalhadores do setor de bares e restaurantes já foram demitidos nos últimos 100 dias, devido à pandemia da covid-19 que obrigou o fechamento dos estabelecimentos. E agora, neste cenário, de cada cinco casas, duas não reabrirão as portas após o isolamento social. Isso significa 40%, aproximadamente, dos cinco mil estabelecimentos existentes no Estado.
As constatações e cálculos nada animadores são do presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Augusto Carvalho, ao cobrar do governador Belivaldo Chagas uma decisão para o setor. “Atualmente estamos beirando quase 5 mil demissões no nosso setor. Muita gente sente a necessidade de fechar, porque não tem mais recurso financeiro. Mas para você fechar uma empresa, você precisa pagar. Então tem muita gente que fecha socialmente. Baixa as portas, mas não dá baixa por falta de dinheiro”, afirmou.
Augusto Carvalho defende uma postura mais cristalina e definitiva, por parte do Governo de Sergipe, para o andamento da economia com a abertura desse setor. “Nós precisamos que o governador diga o que realmente vai reabrir, porque nem todos os estabelecimentos estão em condições de realizar os deliverys (entrega). E mesmo para os comerciantes que têm essa possibilidade, os empregados desses comércios estão ou de férias ou afastados. Portanto, isso tem que ser informado com antecedência”, destacou.
Na opinião do dirigente da Abrasel, bares e restaurantes já deveriam ter sido reabertos. “O governo precisa ser claro para que possamos tirar o pessoal do afastamento e colocá-los para trabalhar”, esclarece Augusto.
Preparados
Segundo Augusto Carvalho, todos os estabelecimentos associados à Abrasel estão preparados para receber os clientes que seguirão todo o protocolo de cuidados. Assim como continuarão a seguir os decretos estabelecidos pelo Governo de Sergipe, como a entrada reduzida dos clientes, o distanciamento das mesas e a utilização das máscaras enquanto não estiverem consumindo nada.
“Vamos atender, a princípio, apenas 50% do normal para evitar grandes quantidades de clientes em um único local. Nós estamos solicitando aos nossos associados que finalizem o processo de distanciamento das mesas em seus comércios, assim como realizem a higienização dos estabelecimentos de uma forma redobrada e disponibilizem a utilização do álcool em gel para cada cliente em distintos locais do estabelecimento, mas em especialmente na entrada deles”, explica Augusto.
(*) Estagiária sob supervisão do jornalista Antônio Carlos Garcia