A pandemia do coronavírus obrigou milhões de pessoas ao redor do mundo a mudarem ou intensificarem determinados hábitos. O simples ato de lavar as mãos, muitas vezes, nem era levado tão a sério como deveria; nos escritórios as pessoas se aglomeravam e, por conta da vida frenética, reclamavam que não tinham tempo para a família e os amigos. Hoje a Covid-19 deu um freio de arrumação no mundo e todos estão revendo conceitos e a forma de trabalhar. E uma delas é o home office, ou seja, na tradução literal, o escritório em casa. Em Aracaju, muitos profissionais estão se adaptando a essa nova realidade.
“Eu não tinha uma mesa adequada e precisei me adaptar para me sentir bem. No caso do trabalho no ambiente da empresa, você produz em determinada faixa de hora. Quando vai para home office você negocia sua produção: vou entregar tais tarefas em tal prazo. Tem que ter uma negociação bem equilibrada”, explicou.
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César Siqueira lembra que a Caixa já estava estudando a possibilidade de implantar o home office em grandes centros, como São Paulo ou Rio de Janeiro, onde, muitas vezes, a distância entre a agência e a casa do funcionário é muito grande. Mas com a pandemia, essa modalidade de trabalho teve que ser adotada às pressas. Ele acredita que, agora, o home office será um caminho sem volta para muitas empresas, sejam elas públicas ou privadas.
O advogado e contador João Izaías Andrade Oliveira estava preparando o seu escritório, que leva o seu nome, para trabalhar em home office a partir de janeiro de 2021, mas devido à pandemia teve que implantar o sistema em menos de três dias. “Foi um grande desafio enfrentado com maestria. Apenas antecipamos nossos planos que estavam sendo discutido para futura execução”, disse.
De acordo com João Izaías, “atropelamos todos os processos que estavam em andamento, improvisamos, deixamos de lado as precauções, mas acertamos todos os passos. Enfim, está funcionando perfeitamente. Estamos conseguindo uma produção fantástica e alcançamos um aumento na satisfação de nossos clientes, levando em consideração que tínhamos um percentual de mais de 90% de clientes satisfeitos, imagine se fizermos uma pesquisa agora”.
João afirma que não há nenhuma intenção de voltar o trabalho presencial, como era antes. Com 30 funcionários, ele quer manter, pelo menos 80% do quadro em home office. Hoje, há sete funcionários no escritório, 21 trabalhando em casa e dois de férias.
O trabalho em home office não é novidade para a jornalista Ana Paula Caldas. Há alguns anos, quando o filho mais novo dela nasceu, a jornalista trabalhou em casa para acompanhar de perto os primeiros três anos de vida do rebento, ainda que naquela ocasião tivesse que sair para participar de reuniões.
“No início, foi bem difícil montar um esquema em que eu pudesse me desligar da casa e estabelecer um horário de trabalho para cumprir. Era muito comum os meus filhos e a minha secretária me interromperem, para resolver coisas que poderiam esperar se eu não estivesse em casa. Então, muitas vezes me aborrecia com tanta intervenção e isso terminava sendo cansativo,” contou.
Ela percebeu, aos poucos, que era preciso muita disciplina para trabalhar em casa, não só dela, mas de todas as pessoas. “A partir daí fui colocando as coisas nos seus devidos lugares e a orientação para os de casa era: faça de conta que eu não estou aqui, a não ser em uma emergência. Fora isso, me esqueçam! E foi aí, que meu trabalho começou a render”.
Depois que o filho completou três anos, ela voltou ao escritório com o sócio Léo Lotti. Continuou realizando reuniões com clientes e fazendo atendimento presencial a dois shoppings da cidade. Mas agora, tudo voltou a ser como dantes: a pandemia obrigou todos ao isolamento e ela teve que voltar ao home office.
“De casa, produzimos conteúdos, atendemos às demandas dos clientes e dos veículos de comunicação, participamos de reuniões por videoconferência, fazemos nossas pesquisas, acompanhamos o que está acontecendo em Sergipe, no Brasil e no mundo. Enfim, continuamos com um ritmo de trabalho bem intenso”, observa.
Mas e agora, como tem sido a rotina? “Permanece como se eu fosse para a rua trabalhar. Acordo, tomo meu banho, troco de roupa, tomo café da manhã, faço minha meditação e orações, ligo a televisão para acompanhar os acontecimentos e me sento à frente do computador. Depois do almoço, volto ao trabalho. Acredito que a minha dificuldade em relação ao home é que passo muitas horas absorvida no trabalho, esqueço do tempo, e chego a ficar 12, 13 horas sem parar. Para mim, esse é o único lado negativo de trabalhar em casa”.
Muitos profissionais continuam trabalhando intensamente, mas alguns deles com um detalhe muito grande. São os profissionais de saúde que estão no front do combate ao coronavírus. Mais do que ninguém eles vêm tomando os cuidados necessários para não serem contaminados e um deles é fazer reuniões através de videoconferência.
O médico Hernan Centurion, do Decós Hospital, explicou que tem usado muito as videoconferências “para discutir um pouco os acontecimentos acerca da pandemia, divide informações, nos atualizamos na questão epidemiológica, nos tratamentos e também para fazer alguns treinamentos”. Recentemente, segundo ele, houve um treinamento sobre entubação orotraqueal nos pacientes graves, programada pela Sociedade de Anestesiologia e eles tiveram acesso a essa apresentação.
“São essas as vantagens que, neste momento de isolamento social, nós conseguimos lançar mão destas plataformas para fazermos reuniões do corpo clínico dos hospitais, como também nos aperfeiçoarmos diante das novas recomendações de proteção e de tratamento do coronavírus.
Como não só de trabalho vive o homem, as novas tecnologias têm ajudado as pessoas a diminuir o isolamento social que todos estão sendo impostos ao redor do mundo. E com a maçonaria não tem sido diferente. Devido à pandemia, as lojas maçônicas de Sergipe suspenderam as sessões e a comunicação entre os maçons vem sendo feitas pelas redes sociais. A Loja Maçônica Clodomir Silva, do Grande Oriente do Brasil/Sergipe (GOB-SE), inovou e tem feito videoconferências, às terças-feiras à noite, dia em que ocorrem as sessões presenciais em seu templo.
O venerável da Loja Clodomir Silva, Volnei de Melo Dias, disse que este é o momento oportuno de estreitar, ainda mais, os laços familiares e fraternos, levando uma mensagem de fé e esperança. Diante da necessidade do isolamento, as ferramentas tecnológicas ajudam as pessoas a se encontrarem. “Nada substitui as nossas sessões presenciais, mas o momento exige o uso da tecnologia”, pondera Volnei.
Na próxima terça-feira, os maçons da Loja Clodomir Silva voltarão a se reunir remotamente e para essa conversa estão sendo convidados irmãos de outras lojas maçônicas, tanto do GOB-SE, como da Grande Loja Maçônica do Estado de Sergipe (GLMES).
Home office: “seus familiares têm que entender que você está trabalhando”
Por uma decisão pessoal, apesar de ser servidor público em Alagoas, escolhi morar em Aracaju, tendo em vista a proximidade da família e ser a cidade em que nasci e cresci. A decisão tomada em 2014, somente veio permitir um perfeito trabalho em home office no ano de 2016.
Como sou advogado público, fui beneficiado com a virtualização dos processos judiciais, de modo que todo meu trabalho passou a ser na frente das telas dos computadores. No ano passado, o governo estadual de Alagoas também virtualizou os processos administrativos dando fim aos processos em papel.
Antes da crise da Covid-19 a exigência de minha presença física era restrita a audiências, sustentações orais no Tribunal de Justiça e reuniões de trabalho. Agora, até as sustentações orais já podem ser realizadas de casa e acredito que o sistema poderá ser adaptado até para permitir audiências pela internet.
Para que eu pudesse adotar esse estilo de trabalho em casa, tive que fazer uma organização pessoal. Investi na compra de dois notebooks, um é apenas para ter de reserva, vez que se uma das máquinas quebra, não terei prejuízo na continuidade do trabalho. Também investi em um bom pacote de dados para ter uma internet mais rápida.
Na época, não tive apoio algum do órgão para o qual trabalho e encontrei resistência de muitos colegas também. No entanto, minha produção era entregue dentro dos prazos estabelecidos e acredito que a qualidade do serviço melhorou também.
Muita gente que está vivendo essa realidade nesse período de confinamento tem muita dificuldade para se adaptar ao sistema de home office. Algumas dicas são fundamentais, como manter a disciplina de trabalhar em horários pré-estabelecidos e não ser seduzido pelas comodidades do lar. Horário de trabalho é sagrado, e por mais que esteja em casa fisicamente seus familiares têm que entender que você está trabalhando.
Um dia ou outro há a possibilidade de flexibilizar o seu horário. Isso é muito bom quando você tem outras obrigações familiares, como levar filhos e pais ao médico, comparecer a reuniões de pais e alunos nas escolas etc.
Geralmente trabalho no período da manhã, mas se a natureza do ofício a ser praticado exige maior atenção, passo a trabalhar até à noite. Já passei dias só trabalhando, com pausas apenas para as refeições e dormir à noite. Esse é um risco do home office: você não parar de trabalhar para voltar a casa ou porque o horário do expediente acabou. A pessoa tem que colocar limites no desenvolvimento das atividades profissionais em casa.
Com a pandemia do coronavírus todos os meus colegas estão em home office. As reuniões passaram a ser virtuais com o uso de aplicativos ou por grupos no WhatsApp. Até a manutenção de computadores pelo pessoal de TI pode ser feita virtualmente.
Uma grande vantagem do trabalho em casa é o fato de você não gastar tanto para ir trabalhar. Não há gasto com transporte, almoçar fora de casa, muito menos em comprar roupa para ir trabalhar, com tanta frequência. Provavelmente, os órgãos públicos que determinaram que os servidores trabalhem em casa nesse período de isolamento social, terão suas contas de água e energia elétrica reduzidas drasticamente, além do gasto com insumos de limpeza para a manutenção dos prédios.
Como tudo na vida, é necessário equilíbrio. O home office exige muita disciplina do seu adepto. É necessário dosar as atividades profissionais com a vida familiar e os cuidados com a saúde.
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