O Brasil tem 12,6 milhões de desempregados, segundo o último dado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em julho. Desse total, 167 mil em Sergipe, o que coloca o Estado na quarta maior taxa de desemprego do país. Diante de números tão desanimadores, o que as pessoas que procuram emprego podem fazer para tentar uma vaga no mercado? Para o professor-doutor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Sérgio Luiz Elias de Araújo, é imprescindível que o candidato tenha um bom currículo. E o que é um bom currículo? É o que ele ensina no livro “Os cinco segredos para um currículo de sucesso”, que até o dia 31 de outubro pode ser baixado gratuitamente pela internet e depois desta data custará R$ 19,90. Nesta entrevista exclusiva ao Só Sergipe, Sérgio Araújo, que também é autor do livro “Vencendo o desemprego” dá dicas importantes sobre o currículo. Leia a entrevista até o final e depois veja como você pode baixar o livro gratuitamente.
SÓ SERGIPE – O senhor tem dois livros. No primeiro “Vencendo o desemprego”, o senhor diz quais são os caminhos para conquistar o espaço no mercado de trabalho. Já o segundo, escreve sobre o segredo do currículo de sucesso. Mas, afinal, qual é o segredo?
SÉRGIO ARAÚJO – Na verdade, as pessoas parecem que não enxergam o óbvio. Os segredos são, justamente, o óbvio. Elas não percebem que precisam fazer um currículo bem feito, se preparar para uma entrevista de emprego, que para entregar o currículo devem estar bem vestidas, o currículo tem que estar escrito em preto e branco, sem florzinhas ou coisas decorativas. Então, o segredo são coisas óbvias ou que deveriam ser óbvias. Mas, acontece que esses segredos deveriam ser ensinados nas cadeiras das escolas técnicas e nas universidades, só que ninguém ensina isso. Essa é minha missão neste segundo livro “Segredos sobre o currículo de sucesso” para que as pessoas entendam que escrever um currículo é muito mais que colocar suas habilidades num pedaço de papel. É vender suas habilidades, capacidades e competências pessoais.
SS – E o que o motivou a escrever este livro?
SA – Como as pessoas sabem que trabalho com emprego, só na ferramenta Whatsapp eu administro sete grupos que divulgam vagas de empregos, eu recebo mais de uma centena de currículos por dia. As pessoas mandam para mim e posso garantir que 99% dos currículos que recebo têm problemas sérios com fotografia, forma de escrever, erros gramaticais, currículos muito espalhafatosos. Os candidatos precisam ter uma noção de como escrever currículos, pois eles têm algumas regrinhas básicas. Em alguns, vemos claramente que as pessoas estão mentindo. As pessoas escrevem, por exemplo, “eu tenho senso de liderança”. Esse senso não é você que tem que dizer, mas as outras pessoas que têm de enxergar isso em você. Dizer que é comunicativo, também não deve constar no currículo. Você tem de dizer o que fez, sua capacidade técnica, porque outras qualidades são identificadas por outros instrumentos, como teste psicológico, e não um currículo.
SS – Suponho que um currículo grande ninguém lê. Qual o tamanho ideal?
SA – Um currículo bom tem uma página; um excelente tem duas; e extraordinário tem três páginas. Mais do que isso é exagero. Todo bom currículo é conciso, ele faz um resumo das suas habilidades e competências, mas não pode deixar de vender você e a empresa que você trabalhou. Mesmo que seja a ‘bodega de seu Zé’, você tem que falar dela. Eu como recrutador, posso não saber sobre essa empresa que você trabalhou e você tem que dizer. Não adianta, por exemplo, dizer que foi recepcionista, pois todo mundo sabe o que este profissional faz: atende telefone e recebe as pessoas. Mas o que você fez, mudou a forma de atendimento, aumentou o índice de elogios para as empresas? O que você fez para melhorar aquela empresa, quando você foi recepcionista? Este é um segredo que tem que estar no currículo e as pessoas não sabem. Elas têm que colocar o que fizeram de bom naquela empresa enquanto recepcionistas ou gerente de vendas. Ah, eu administrei vendedores. Isso não é uma informação importante. Se você, como gerente de vendas, colocar que conseguiu ampliar o faturamento, aumentou o número de vendedores, inventou uma nova forma de vender, etc. são essas qualidades extras, que você precisa colocar no currículo, pois quem vai ler saberá que você é um profissional diferenciado.
SS – E aquela pessoa que fez muitos cursos, como pós-graduação, mestrado e outros. Elas precisam colocar a relação inteira ou não são necessários?
SA – Depende do objetivo. Se for acadêmico, mestrado e doutorado fazem sentido. Se você está procurando um cargo de mercado, os outros cursos fazem mais sentido. Mas você precisa saber qual o objetivo. Se estiver procurando um emprego na área de enfermagem, não adianta colocar um curso de mecânico que não vai agregar. Se você procura emprego de vendedor, o curso de gastronomia não vai ajudar, a não ser que vá vender comida ou coisas relativas a isso. Um curso de datilografia não lhe serve mais para nada e não adianta colocar. Relacione aquilo que vai agregar valor para a vaga que você quer. Outro segredo: você precisa saber para que cargo está se candidatando. Se quiser ganhar qualquer coisa, para trabalhar em qualquer lugar de qualquer maneira, você será um profissional mal remunerado, porque ninguém dará valor. Você precisa saber o que quer, para fazer os cursos que lhe agregue valor. Uma pessoa chegou e disse: eu tenho curso de fotografia, mas estou pensando em fazer curso de mecânica para agregar. Eu desaconselhei, pois, se você é muito bom em fotografia, faça outros cursos que lhe capacite ainda mais , como vídeo, áudio visual, cinema, coisas que estejam envoltas em fotografia. Não adianta você fazer mecânica que não vai ajudar em fotografia.
SS – Imagino que muitas pessoas ‘pecam’ no currículo ao colocarem que dominam um idioma e não é verdade. O senhor percebe isso nos currículos?
SA – Muito. Tem gente que coloca que é fluente em inglês ou que tem inglês avançado. Isso é um risco, porque a pessoa já liga para fazer uma entrevista em inglês, e se não estiver fluente como disse, terá problemas, pois a pessoa perceberá logo que não tem o domínio. Você só deve dizer que é fluente em outro idioma, se já viveu no país ou tem muita proximidade com a língua todos os dias. Você pode dizer que é avançado se consegue ler, escrever, falar. Caso contrário, coloque básico ou intermediário. Da mesma forma que diz dominar a língua estrangeira, põe outras habilidades que não tem. No currículo, você pode omitir alguma informação, mas nunca mentir, porque as informações serão checadas.
SS – E depois, no dia a dia da empresa, se chega um estrangeiro e você consegue travar um diálogo na língua dele, isso é positivo para você diante do gestor que te observa?
SA – É sempre bom oferecer menos e entregar mais. Esse é um dos grandes segredos de bom serviço prestado. Se você diz que faz menos e oferece mais, ganha muito mais pontos com a empresa. Isso é melhor que vender mais e não ter o que entregar. Tem gente que diz ter alta habilidade em Excel avançado, mas quando é colocada para atuar, não faz uma tabela simples. Então, já se percebe que seu Excel é nenhum. Outro segredo que coloco: se você não conhece Excel, Word e Power Point aprenda rápido porque é obrigação saber. Se você não sabe isso, é considerado um analfabeto digital.
SS- O que o senhor já leu de mais estapafúrdio nos currículos que recebeu?
SA – O que mais me assusta são as fotos, porque muitos candidatos não têm a mínima noção do que estão colocando. Eu sempre aconselho que não as coloquem, pois mais atrapalham que ajudam. Só se a empresa exigir colocar. Do contrário, não. A foto gera preconceito, a pessoa vai julgar você pela embalagem e não pelo conteúdo. E na maioria das vezes, as fotos dos currículos não são profissionais. Uma vez, uma amiga me pediu para analisar o currículo dela, que era excelente, com especialização, anos de experiência e muito boa aparência e ela não entendia porque não conseguia se empregar. Quando ela me mostrou, verifiquei que estava de baby-doll, segurando um cachorrinho. Uma foto dessa para emprego, atrapalha. Pessoas que colocam exageros, do tipo que alcançou grandes metas e nem têm o curso fundamental, ou fizeram grandes feitos e nem têm idade para tanto, quando lemos percebemos as incoerências que existem. Aconselhamos: não mintam, não coloquem fotos e sempre ponham informações vendendo as suas qualidades.
SS – Ou seja, a pessoa tem que fazer seu próprio marketing.
SA – Isso. Você tem que se vender e dizer o que fez de bom. Evitar o comum. O currículo tem a finalidade de conseguir entrevista. Esse é um dos segredos e as pessoas não sabem. O currículo serve para criar uma atração, um portfólio para uma entrevista.
SS- E na hora da entrevista tem algo fundamental, como o tipo de roupa que a pessoa veste, seja homem ou mulher, para ir até a empresa?
SA – Esse é outro livro que estou escrevendo sobre entrevista, porque é um capítulo à parte. As pessoas chegam atrasadas nas entrevistas de emprego, falam o que acham que devem, não se preparam e, às vezes, nem sabem o cargo que estão concorrendo. Esse tipo de conduta, que não sabem o que a empresa vende, produz, é um erro. Quando você vai para uma entrevista, tem que estar preparado, ter lido sobre a empresa, estudado a empresa para ter argumento para conversar com o entrevistador. Uma entrevista não é uma inquisição, mas é um bate-papo e, nessa conversa, você pode questionar o entrevistador, por exemplo, sobre o que a empresa espera dela ao contratá-la. Mas se você não tiver informação sobre a empresa, sobre quanto o mercado está pagando para aquela função, qualquer coisa que te oferecerem você vai acabar aceitando ou não. Se você não consegue movimentar, no mínimo, 15 minutos de conversar com o entrevistador, dificilmente será aprovado.
SS- Mudando um pouco de assunto: o primeiro livro, “Vencendo o desemprego” foi impresso. Neste segundo, chegou via internet, em PDF. Por que escolheu nesta plataforma?
SA- Escolhi porque a intenção dele é ser gratuito. Eu fiz para ajudar. Tenho visto defeitos grandes e graves nos currículos que resolvi ajudar as pessoas. O primeiro nós fizemos, consegui vender 500 exemplares antes da impressão e foi um grande sucesso. Neste segundo, eu não quis fazer o impresso para chegar mais longe e alcançar o máximo de pessoas de forma gratuita para que elas se orientem. Estamos hoje com 12 milhões de desempregados no país e muitos deles, posso lhe dizer, porque apresentam um currículo muito ruim, apesar de serem profissionais bons, não sabem vender as suas qualidades. Fiz esse livro digital para compartilhar gratuitamente e que seja espalhado, e as pessoas possam fazer um bom currículo.
SS- Quando chega o próximo livro?
SA – Estou preparando o terceiro sobre entrevista. Provavelmente, será numa plataforma gratuita. O grande problema é que a plataforma gratuita tem prazo. O que escrevi sobre currículo tem até dia 31 de outubro para a gratuidade, e depois a plataforma cobra R$ 19,80. Eu espero que no tempo mais breve possível consigam adquiri-lo para ter esse conhecimento gratuitamente e possam espalhar isso.
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