O secretário geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Sergipe, professor Rubens Marques, garantiu hoje, 13, que está tudo pronto para a greve geral desta sexta-feira, 14, em todo o Estado. Os manifestantes vão se mobilizar e convencer os motoristas de ônibus, comerciários e bancários a não trabalharem, ainda que já exista uma liminar da Justiça do Trabalho, determinando que 40% dos ônibus circulem na sexta-feira. A greve, em todo o país, é contra a reforma da previdência.
A mobilização da CUT vai começar às 22 horas de hoje, com uma plenária na sede e depois, à meia noite, eles seguem para as portas das garagens das empresas de ônibus. “Nós vamos observar a lei, mas se o motorista quiser, ele não sai das garagens. Está tudo mantido”, afirmou o professor Rubens Marques.
Ele tem conhecimento da liminar da desembargadora do Trabalho, Vilma Leite Machado Amorim, determinando que o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Município de Aracaju (Sintra) mantenha “o efetivo mínimo de 40% de trabalhadores na execução dos serviços de transporte coletivo, sob pena de pagamento de multa diária de R$ 50 mil, em caso de descumprimento, a ser revertida ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT)”.
A ação declaratória de ilegalidade de greve, com pedido de tutela de urgência, foi movida pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Município de Aracaju (Setransp) contra a CUT e o Sintra que organizam a greve geral.
Concentração
Rubens Marques acredita que poucas lojas, no centro comercial de Aracaju, abrirão as portas nesta sexta-feira “porque não vai ter clientes. Não teremos ônibus na cidade”, assegurou. Mas a Câmara de Dirigentes Lojistas de Aracaju (CDL) divulgou um banner nas redes sociais, garantindo que as lojas estarão abertas normalmente. “Estaremos de porta em porta no comércio, convencendo os comerciários a não trabalharem. Quem pode mais, chora menos”, ensina Rubens Marques.
Além do trabalho corpo a corpo no comércio, a CUT programou para às 15 horas, na praça General Valadão, um ato com a população, estudantes e diversas entidades. “Em seguida, faremos uma caminhada e pararemos em um ponto importante da cidade”, avisou, sem revelar exatamente em qual local, por questões estratégicas.
Neste local, a rua será fechada pelos manifestantes. Rubens Marques acredita que haverá travamento de várias ruas da capital, principalmente na periferia que, segundo ele, foi esquecida pela Prefeitura de Aracaju. “As pessoas estão conscientes das reivindicações”, frisou.
Haverá mobilizações em cidades como Nossa Senhora da Glória, Cristinápolis, Estância, e a ideia é fechar todo o comércio nestes locais. O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) também está mobilizado e, na semana passada, junto com a CUT, fez reunião para definir como será a atuação nesta sexta-feira.
A CUT e o MST traçaram estratégias numa reunião, no Acampamento Emília Maria, na rodovia João Bebe Água, em São Cristóvão, para tratar da pauta da greve geral. “Uma liderança do acampamento, o companheiro Ronaldo (MST), fez um debate conjuntural muito bom e chamou a tropa para o front de batalha a partir da zero hora do dia 13 para o dia 14”, diz um comunicado de Rubens Marques, nas redes sociais, esta semana.
SMTT faz planejamento Hoje pela manhã, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) anunciou um plano emergencial, em virtude da greve, autorizando os táxis bandeira a fazerem lotação, bem como os táxis especiais que atuam somente em áreas específicas da cidade poderão embarcar e desembarcar passageiros em qualquer parte. O mesmo serviço também poderá ser oferecido por veículos do transporte escolar. Para todos eles, o valor da passagem deverá ser o mesmo: R$ 4. Caso o condutor cobre um preço acima do permitido, o cidadão deve anotar os números da permissão e da placa do veículo e denunciar à SMTT, através do telefone (79) 3268-4646. O superintendente da SMTT explicou que o objetivo é minimizar os transtornos para os cidadãos que precisam se deslocar pela cidade. “Por isso, reunimos os representantes dos taxistas e dos transportadores escolares para explicar como funcionará esse plano e pedir que eles mobilizem as categorias para garantir mobilidade às pessoas”, justificou Renato Telles. O representante da Astranspe, Altran Cruz, garante que os transportadores escolares estarão nas ruas da cidade contribuindo para o direito de ir e vir da população. “Vamos mobilizar nossos associados ainda hoje, explicar a dinâmica excepcional do serviço nesta sexta e pedir que todos estejam logo cedo nas ruas”, ressaltou. O Sintax adotará procedimento semelhante, de acordo com o relações públicas Aírton dos Santos. “Queremos ajudar as pessoas a irem para seus compromissos”, disse.
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