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Data Venia, Enoch e Aníbal: Habemos Deijaniro, o procurador

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Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos (*)

 

Estávamos – eu, o professor Anselmo Vital e a professora Taysa Mércia e nossas digníssimos esposas e esposo – reunidos na casa do deputado estadual Sérgio Reis, no povoado Brejo, em Lagarto-SE, no dia 22 de dezembro do corrente ano, quando, por meio do grupo de Whatsapp da Academia Lagartense de Letras, ficamos sabendo de uma grande notícia que encheu-nos de grande alegria e euforia, que somente um sentimento de pertença consegue explicar: o do Lagartinidade.

Aquele sentimento de pertença cuja sensação está além de egos inflados, recalques doídos e da inveja barata de fim de feira ou de fim de vida mesmo, insossa e sem graça, maquiada com brilhos e lampejos de uma existência umbilical e narcisista cuja importância é zero elevado ao quadrado, vazio nos fora a outros tantos zeros.

E antes que eu seja tomado pela verve comum aos doutros das Ciências Jurídicas, tal qual ao contestado estilo polemista de Sílvio Romero (risos), permitam-me antes apresentar o sujeito, na melhor acepção da palavra: ente ativo da frase que antecede a um verbo e a um predicado. Ente ou entidade, como queiram.

Natural da cidade de Lagarto, aos 25 de outubro de 1964, filho de Deijaniro Jonas da Silva e Terezinha Cardoso da Silva, o eminente promotor de justiça, Dr. Deijaniro Jonas Filho, fez sua formação básica em sua terra natal. Nos anos 70 (1976/1979), entre o Colégio Estadual Sílvio Romero; e depois no Colégio Cenecista Laudelino Freire, onde cursou o antigo ginásio (quinta a oitava série). Em seguida, partiu para se especializar em Eletrotécnica pela Escola Técnica Federal de Sergipe, entre 1980 e 1982.

Nesse ínterim, integrou a Filarmônica Lira Popular de Lagarto e serviu ao Exército Brasileiro no Tiro de Guerra 06/015, oportunidade em que foi homenageado com medalha de Honra ao Mérito, bem como na condição de orador da turma.

Na Universidade Federal de Sergipe, graduou-se em Ciências Jurídicas, entre 1984 e 1988. Na ocasião, recebeu uma medalha de Honra ao Mérito pela UFS, tendo sido o acadêmico que obteve a maior média dentre os formadores de todos os cursos no período 1988.1, em face de haver alcançado 8,5 (oito vírgula cinco) de média geral ponderada, além de ter sido o orador de sua turma.

Como acadêmico, ainda, fez parte da Diretoria do Centro Acadêmico “Sílvio Romero”, na Universidade Federal de Sergipe, em duas gestões, quando empreendeu luta pela manutenção do Curso de Direito Noturno, além de participar do Diretório Central dos Estudantes (DCE).

Sua inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Secção de Sergipe, foi aceita após o respectivo exame e sua carteira de Advogado foi expedida no dia 16 de outubro de 1988, quando iniciou sua carreira na área jurídica. Durante esse período foi aprovado em Concursos Públicos para a Caixa Econômica Federal e para o Fisco Estadual, porém não assumiu tais cargos.

Antes de ascender à Promotoria Pública de Sergipe, atuou como advogado trabalhista e cível em Lagarto, além de prestar assessoria a outros municípios sergipanos. Afora empresas privadas, tais como a Frutos Tropicais S/A, localizada em Estância (SE), e seus escritórios em Salvador (BA), Recife (PE) e João Pessoa (PB) e à Frutene, localizada em Estância (SE).

Na vida pública, foi Secretário Chefe de Gabinete e Secretário de Esporte do Município de Lagarto, nos anos de 1990-1992, e Presidente da Associação Atlética de Lagarto em duas gestões: 1989/1990 e 1991/1992.

Após sua aprovação no cargo de Promotor Público de Justiça de Sergipe, tomando posse no dia 29 de dezembro de 1992 até a presente data, atuou nas seguintes cidades: Estância e Itaporanga D’ajuda, Campo do Brito, Tobias Barreto, Simão Dias, Lagarto, Ribeirópolis, Frei Paulo, Carira, Canindé do São Francisco, Gararu, Riachuelo, Umbaúba, Boquim, Nossa senhora da Glória, Poço Redondo, Porto da Folha, Cristinápolis, Nossa Senhora das Dores.

Enquanto esteve à frente da Promotoria de Justiça de Cristinápolis, iniciou o combate ao trabalho infantil, e empreendeu ações de defesa de condições mínimas de trabalho nas pedreiras do Município de Tomar do Geru, cujo movimento tomou proporção estadual, sendo aplicado também aos laranjais de Sergipe.

Durante este período, foi agraciado com inúmeros títulos de cidadania, recebeu o reconhecimento público de diversas entidades, com medalhas, honras ao mérito, menção honrosa. Inclusive, como membro fundador da Academia Lagartense de Letras, instalada no dia 19 de abril de 2013, onde ocupa a cadeira de número 5, cujo patrono é Enoch Matusalém Santiago (1892-1957), importante jurista lagartense, que a exemplo de Aníbal Freire da Fonseca (1884-1970) teve destacada ação e reconhecimento em nível nacional, o primeiro como membro da Academia Sergipana de Letras, e o segundo, da Academia Brasileira de Letras e Ministro da Fazenda.

Proativo, atuou e ainda atua também na docência, como professor do curso de Direito da Universidade Paulista FAZER/FACAR, da Escola Superior do Ministério Público de Sergipe e do Curso de Direito da Instituição UNIDOM – Faculdade Dom Pedro II – Campus Lagarto/SE. Afora todo seu dinamismo manifesto em diversas áreas de importância social e cultural, de promoção da vida e da paz, do desporto, entre outras.

É fato que aqui é apenas uma síntese, o suficiente para que o nosso homenageado alcançasse a promoção por merecimento ao cargo de Procurador de Justiça do Estado de Sergipe, fato ocorrido em sessão extraordinária do Conselho Superior do Ministério Público de Sergipe, realizada sexta-feira, 22 de dezembro de 2023.

Lagarto fica feliz com mais um dos seus munícipes ter alçado a patamares de nobreza e dignidade na função que atua. Dr. Deijaniro Jonas Filho, do qual tenho a honra da convivência, seja fraterna, seja nas lides da Academia Lagartense de Letras, em que pese toda a sua importância, prestes a celebrar 60 anos de vida, permanece cultivando a humildade, a discrição e a gentileza que lhe são características.

Por ora, além de aguardar a solenidade de posse para que todos juntos possamos ir aplaudi-lo e abraçá-lo, fico também na expectativa de, enfim, termos um valioso espaço de nossas agendas, para um café, ou uma cerveja ou mesmo um vinho, a ambos prometido há pelo menos dez anos (risos).

Salve, Dr. Deijaniro Jonas Filho! Mais um grande, significativo e reconhecido nome da História do Judiciário em Sergipe, destacadamente filho da gente de Nossa Senhor da Piedade do Lagarto, para cujo descanso recorre às terras da Pururuca, onde aprecia a exuberância de nosso lugar, com seu verde majestoso e chão frutífero, quem sabe sob a sombra de uma jaqueira.

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Claudefranklin Monteiro

Professor doutor do Departamento de História da Universidade Federal de Sergipe.

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