De 2011 a 2015, 650 pessoas em Sergipe se suicidaram, segundo dados do Ministério da Saúde que, neste mês faz a campanha “Setembro Amarelo” com o objetivo de valorizar a vida. O ano, com o maior número de suicídios foi 2013, com 140 casos, enquanto que o menor incidência ocorreu em 2012 com 118.
“Tirar a vida não é o melhor caminho nunca. Se algo te atormenta coloque para fora, converse, procure um profissional para esclarecer as dúvidas, tente combater esse mal. Procure pensar o quanto é sofrido para os que ficam também”. O conselho é uma pessoa que tevê um primo, que considerava como um irmão, que se suicidou. O rapaz, na época, com 24 anos, viveu em Aracaju e em São Paulo.
E foi na capital paulista, depois de planejar a própria morte, que o rapaz saiu de casa e nunca mais voltou. “Depois de quase uma semana acharam o corpo em um rio de São Paulo e era o dele. Ficamos arrasados. Curiosamente eu tentei falar com ele nesse dia para chama-lo pra voltar pra cá (Aracaju), mas ele tinha ido na padaria e quando voltou meu outro primo esqueceu de dar o recado que eu tinha ligado”, relembra a familiar.
Um coisa fundamental para evitar que uma pessoa cometa o suicídio é observar o outro. “Para as famílias das pessoas com depressão, procure ajudar, não pense que isso é uma brincadeira porque não é. No primeiro sinal, converse, ajude. Tudo isso é muito importante. Muitas pessoas precisam de ajuda para não cometer o suicido”, ressalta.
Alerta – Em alusão ao setembro amarelo, mês de conscientização sobre a importância da prevenção do suicídio, o Ministério da Saúde divulgou, o primeiro Boletim Epidemiológico de Tentativas e Óbitos por Suicídio no Brasil. Um dos alertas é a alta taxa de suicídio entre idosos com mais de 70 anos.
Nessa faixa etária, foram registradas média de 8,9 mortes por 100 mil nos últimos seis anos. A média nacional é 5,5 por 100 mil. Também chamam atenção o alto índice entre jovens, principalmente homens, e indígenas. O diagnóstico inédito vai orientar a expansão e qualificação da assistência em saúde mental no país.
O Ministério da Saúde, com base nos dados do boletim, lançou uma agenda estratégica para atingir meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de redução de 10% dos óbitos por suicídio até 2020. Entre as ações, destacam-se a capacitação de profissionais, orientação para a população e jornalistas, a expansão da rede de assistência em saúde mental nas áreas de maior risco e o monitoramento anual dos casos no país e a criação de um Plano Nacional de Prevenção do Suicídio. Desde 2011, a notificação de tentativas e óbitos é obrigatória no país em até 24h.