O deputado estadual Luciano Pimentel, PSB, manifestou-se nesta terça-feira contrário à posição adotada pela presidência do Banco do Brasil de fechar 402 agências no país inteiro, de transformar outras 379 delas em pastos de atendimentos e de suprimir 31 superintendências regionais. O pacote atinge o Estado de Sergipe, com o fechamento de cinco agências – três em Aracaju, uma na cidade de Itabaiana e outra na de Moita Bonita.
“Ao meu ver, essa é uma atitude que marcha na contramão dos interesses do Brasil que um vive momento de busca de retomada da sua economia”, disse o parlamentar do PSB. No ano passado, Luciano Pimentel encerrou uma relação, via aposentadoria, de 35 com a Caixa Econômica Federal, a segunda instituição bancária com maior tempo de existência no país, com 151 anos, e diz saber o papel dos bancos públicos no fomento ao desenvolvimento da nação.
Para Luciano Pimentel, o país contava com outra atitude do Banco do Brasil. “Nesta hora, o que o Brasil esperava da sua instituição bancária mais velha, com seus 208 anos de existência, história e bons serviços prestados, era algo totalmente diferente do que ela acaba de anunciar no começo desta semana. O país esperava do Banco Brasil mais comprometimento e mais ações que fomentem o desenvolvimento geral”, disse ele.
“Não considero razoável que, no momento em que se fala em até 14 milhões de desempregados no país, o que representa uma das maiores catástrofes sociais, seu principal banco venha com a ideia de estimular que 18 mil dos seus trabalhadores saiam da ativa, se demitam, se aposentem ou coisa que o que valha. Não é disso que a economia nacional necessita”, insiste o parlamentar.
Luciano Pimentel chama a atenção para o fato de que o BB é uma instituição “altamente rentável” e alerta que a permanência de sua atual estrutura não põe em risco a sua sobrevivência e nem a sua competitividade no mercado. “Só para se ter uma ideia, este banco teve um lucro de R$ 4,824 bilhões no primeiro semestre deste ano. Se haverá redução os dois trimestres, isso será uma consequência natural da economia ruim em que se encontra o país, que tem promessa de crescer 1% em 2017. Portanto, não vejo motivos para esse desmonte”, diz o parlamentar. “As cinco agências a menos em nosso Estado certamente farão falta às comunidades de Aracaju, de Itabaiana e de Moita Bonita a quem elas serviam”, completa.
“Sou, portanto, solidário aos bancários do Brasil inteiro ligados a esta instituição. Sou solidário aos bancários de Sergipe. E aqui manifesto um profundo temor: o de que o gesto do Banco Brasil, do alto de sua lucratividade e da sua soberania, inspire políticas idênticas em outras instituições. Ouço rumores, por exemplo, de que a Caixa Econômica Federal vai adotar a mesma postura, vai seguir o mesmo caminho. E insisto: isso é o que menos necessitamos nessa hora tão turva da vida nacional”, diz Luciano Pimentel.