quinta-feira, 21/11/2024
Paulo do Eirado: estamos levando o Sebrae a ser uma empresa acessível nos mais variados canais e diversos públicos"

“Desejamos que a maior parte das novas empresas sejam motivadas por oportunidade também. Não por necessidade”, disse o superintendente do Sebrae-Se

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A pandemia da covid-19 levou muitas pessoas a ter um novo olhar do mundo que as cerca e, no campo econômico, aflorou o lado empreendedor que, muitas vezes, nem sabiam que tinham. Em todo o país, entre 31 de março a 15 de agosto, foram feitos 784,3 mil registros no Simples Nacional, sendo desse total 5.338 em Sergipe. Os números são do superintendente do Sebrae Sergipe, Paulo do Eirado, ao ressaltar que dos 5.338, 4.748 foram microempreendedores individuais (MEIs). “Desejamos que a maior parte dessas novas empresas sejam motivadas por oportunidade também. Não por necessidade”, disse Paulo.

De acordo com Paulo, o desemprego em diversos setores praticamente deu “um choque de realidade” nos brasileiros em virtude da necessidade de sobrevivência. Ele cita, inclusive, uma frase marcante de Guimarães Rosa: “o animal satisfeito dorme” para alertar que a pandemia tirou muita gente da zona de conforto.  “A crise acordou a necessidade de sobrevivência. Colaborar para a recuperação econômica é dever de todos que tenham compromisso com o social”, reforçou o superintende.

O Sebrae, nesse momento extremamente necessário de isolamento social, investiu em lives para orientar as pessoas que saíram da zona de conforto e foram atrás da sobrevivência financeira. “Duas situações são importantes nessa atuação: manter a discussão de temas atuais com pessoas de referência e exercitar a presença digital”, afirmou o superintendente. Mas o compromisso é avançar mais nesse campo, deixar o Sebrae cada vez mais perto das pessoas.

“Estamos levando o Sebrae a ser uma empresa acessível nos mais variados canais e  em diversos públicos. Temos que combinar a transformação digital com o atendimento olho no olho para termos omnipresença”, destacou  Paulo do Eirado, ao conversar com o Só Sergipe.

SÓ SERGIPE – Com a pandemia do coronavírus, muitas pessoas que perderam emprego precisaram se reinventar para terem uma renda. Em todo o país, entre 31 de março a 15 de agosto, foram feitos 784,3 mil registros no Simples Nacional, o que representa um percentual de 0,8% superior ao mesmo período do ano passado. Houve aumento também em Sergipe? De quanto foi?

PAULO DO EIRADO – Em Sergipe houve aumento de 11,1% em comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando 5.338 novas empresas em 2020 e 4.803 em 2019. Em parte, são desempregados, mas há outras motivações que devem ser levadas em conta: a crise é seletiva, ou seja, houve setores que cresceram e algumas empresas se adaptaram velozmente, contornando a situação.

SS- Destes números, a maioria foi de MEIs, com 684 mil registros, quase 43 mil a mais que no mesmo período de 2019. E cerca de 100 mil novos negócios foram registrados como microempresas e empresas de pequeno porte. Gostaria de saber sobre esses números, também, aqui em Sergipe.

PE – Dos números apresentados acima, 4.748 foram MEIs e outros 590 compõem micro e pequenas empresas. Desejamos que a maior parte dessas nova empresas sejam motivadas por oportunidade também. Não só por necessidade.

SS- Será que o desemprego em muitos setores, provocado pela pandemia da covid-19, despertou em muitos brasileiros e, de modo particular, entre os sergipanos, o perfil de empreendedor?

Guimarães Rosa: frase antológica

PE – Com certeza ocorreu um choque de realidade. Citando o imortal Guimarães Rosa “o animal satisfeito dorme”. A crise provocada pela pandemia acordou a necessidade de sobrevivência na medida em que tirou muitos da zona de conforto. É muito cruel o desemprego e atinge níveis da saúde pública também. Colaborar para a recuperação econômica é dever de todos que tenham compromisso com o social.  O empreendedorismo é uma excelente atitude diante da vida, não deve ser visto ou estimulado como segunda opção.

SS – Abrir uma MEI é fácil, mas mantê-la é outra história. Que ajuda o Sebrae oferece a esses novos empresários para que eles possam seguir com os empreendimentos?

PE – O Sebrae atende gratuitamente com orientação empresarial aos MEIs. Não é difícil do ponto de vista burocrático ou tributário manter o MEI. É preciso cumprir os compromissos legais para evitar reveses. Mesmo à distância o Sebrae sempre atendeu através do 0800 750 0800 ou do portal www.sebraesergipe.com.br

Paulo, numa palestra, antes da pandemia

SS – Durante a pandemia, o Sebrae suspendeu o atendimento presencial e só retomou recentemente.  Como foi a experiência de trabalhar remotamente, dando orientações às pessoas?

PE – Para nós, foi preciso uma reinvenção e uma adaptação rápida. Ampliamos nossos canais de atendimento remoto, ajustamos os sistemas e as assinaturas digitais. Ainda assim, desenvolvemos capacitação e materiais para orientar os empresários sobre protocolos de segurança, delivery, e-commerce, redes sociais, e políticas públicas junto a todas as esferas de governo em favor das micro e pequenas empresas, além do MEI. Conseguimos manter os indicadores de atendimento. É um grande exercício que conta com a colaboração de todos que trabalham em nossa organização. Cumprindo o Decreto Estadual, nosso atendimento presencial se dá das 7 às 13 horas, e o remoto das 8 às 12 e das 14 às 18 horas.

SS – Os cinco escritórios regionais do Sebrae também reabriram ou isso acontecerá em outra data?

PE – Acontecerá em outra data a ser decidida pela diretoria e anunciada oportunamente. Mas todos atendem remotamente.

SS – As lives do Sebrae tiveram boa participação neste período de pandemia. Elas irão continuar?

PE – As lives tiveram excelente repercussão pela qualidade dos participantes de ambos os lados da comunicação. Duas situações são importantes nessa atuação: manter a discussão de temas atuais com pessoas de referência e exercitar a presença digital. Precisamos avançar muito nesse campo, levando o Sebrae a ser uma empresa acessível nos mais variados canais e em diversos públicos. Temos que combinar a transformação digital com o atendimento olho no olho para termos omnipresença.

SS – Em setembro, foi lançado o mapeamento Sebrae de economia criativa do Nordeste. As inscrições estão abertas até o dia 8 de outubro. Como será a participação do Sebrae Sergipe neste mapeamento?

PE – Trata-se de uma iniciativa conjunta dos estados nordestinos. Naturalmente, Sergipe está integrado e o edital disponível com as informações precisas e objetivas para os que desejam participar. Teremos um grande cadastro de iniciativas da economia criativa, daí ser um mapeamento gerador de oportunidades para esse setor tão importante e representativo do nosso rico Nordeste.

SS – Qual o objetivo deste mapeamento?

PE – Impulsionar o potencial de negócios das micro e pequenas empresas e MEIs, além de estimular a criatividade em vários segmentos da economia criativa tão presentes em nossa região. Atende os segmentos do consumo, mídias, culturas e tecnologia.

SS -Também neste mês de outubro, o Sebrae aposta em inovação. Há uma programação?

PE – Sim e são gratuitos. Inovação, principalmente para os pequenos negócios. Começamos no dia 1º de outubro e  até o dia 7 teremos a Semana de Ecossistemas de Inovação; de 13/10 a 15/10, a Semana de Inovação Setorial; dia 16/10 – Dia da Ciência e Tecnologia; de 19  a 23, Startup Summit + Case; e de 26 a 30, Conexão Facebook + Sebrae. A programação completa e inscrição no  bit.ly/mesdainovacao2020.

SS – Em janeiro deste ano tivemos a Feira de Sergipe, no parque da sementeira. Vocês já começaram a discutir a próxima edição?

PE – A Feira de Sergipe exige uma antecedência expressiva para o lançamento de editais e processos licitatórios. Diante da incerteza sobre a possibilidade de realização de eventos de porte nos próximos meses, o Sebrae não vê a possibilidade de realizar a edição 2021, como de costume. Contudo, estamos em diálogo permanente com os setores envolvidos buscando alternativas de superação para as empresas direta ou indiretamente envolvidas.

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Sobre Antônio Carlos Garcia

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