Juliana Melo (*)
Hoje é comemorado o dia mundial da pizza e para quem imagina que essa iguaria, que agrada quase todos os brasileiros, surgiu na Itália, engana-se. As primeiras aparições do que seria a pizza como a conhecemos atualmente surgiu no Egito.
Se aperfeiçoando cada vez mais e oferecendo diferentes novos sabores com o passar do tempo, a pizza, que possui um número maior ainda de vendas na data comemorativa, tem como uma das casas mais antigas da capital a Ligue Pizza do empresário e presidente da Abrasel, Augusto Carvalho.
A Ligue Pizza é uma das mais de 320 pizzarias existentes na cidade e possui um cardápio variado, tendo como alguns dos sabores mais solicitados pelos clientes a portuguesa, margherita, três queijos e calabresa.
“Vou fazer 32 anos como proprietário da Ligue Pizza e na data comemorativa o pessoal sempre celebrava indo às pizzarias. Diante da realidade em que vivemos, com os estabelecimentos fechadas, infelizmente não poderemos receber essa alegria dos clientes pessoalmente. Esse ano o dia da pizza vai ter que ser comemorado em casa com pedidos de pizza pelo delivery ou no processo de pega e leva. O cliente vem aqui, respeitando as orientações, pega a pizza e a leva para casa, é o jeito de não passar o dia da pizza sem a pizza, né?!”, sugere Augusto.
Antes da pandemia, provocada pelo novo coronavírus, a pizzaria possuía 23 funcionários, mas desse total restaram somente oito. Em contrapartida, as restrições decretadas para minimizar a disseminação do vírus não foi empecilho suficiente para os amantes do alimento com especiaria não degustarem a massa. Em torno de 800 a 1000 pizzas são solicitadas por semana, por meio do delivery da Ligue Pizza.
“Nós já criamos diversos sabores na nossa casa, que atualmente circulam no Brasil todo como o calzone de chocolate com banana e a pizza putanesca, que também foi criação nossa. Nesses anos de trabalho nós criamos pizzas que não apenas circulam no nosso estado, mas também em outros estados e isso nos deixa muito felizes, muito mesmo”, relata o proprietário.
As mais queridinhas na pizzaria do Augusto costumam ser as salgadas, mas as doces também são uma opção válida e quando o assunto são essas, a escolha mais assídua dos clientes é pela pizza de calzone com chocolate.
Qualidade
Há quase nove anos, a pizzaria Santa Pizza, que possui essa denominação devido à perfeição atribuída a uma coisa dita como santa, começou atuando exclusivamente pelo delivery, conseguindo depois um ponto na Orla de Atalaia, e se estabeleceu fisicamente ao lado do antigo hotel Radisson. Prezando também pela qualidade, a pizzaria tem como carro chefe as pizzas portuguesa e a calabresa. Já em relação às pizzas doces, as campeãs de vendas são as de banana com canela e as de chocolate com morango.
Anterior à pandemia eram vendidas 3 mil pizzas por mês, mas no atual contexto social a pizzaria perdeu mil vendas por mês. Santa Pizza também vai até a casa do cliente e participa de eventos, com todos os ingredientes e equipamentos, como o forno Di Volpi.
“Nós prezamos muito pela qualidade, em treinar nossos funcionários, em procurar inovar e em promover um ambiente aconchegante para quem nos visita. Nós não demitimos nenhum funcionário, graças a Deus. O momento é difícil mas temos que ter fé. O dia da pizza é um dos melhores dias do ano para nós. Vamos atender pelo delirey prezando pela rapidez, eficiência e mantendo a qualidade da nossa pizza. Minha expectativa é que as vendas sejam tão boas quanto a do Dia das Mães e a do Dia dos Namorados, que nós nem esperávamos ser tão positivas assim. Nós estamos preparados para não deixarmos nossos clientes esperando, eu acredito até que as vendas possam ser melhores que as do ano passado”, acredita o proprietário Fernando Martins.
Mão na massa
Um dos pizzaiolos da Santa pizza, Roberto dos Santos, foi o primeiro pizzaiolo da casa, começando com o Fernando em 2012. O profissional passou três anos no local, saindo por vontade própria, mas sempre mantendo contato com o proprietário. Roberto resolveu retomar os trabalhos na Santa Pizza e desde então já somou mais 3 anos e 3 meses fazendo as pizzas na casa.
“Eu comecei como pizzaiolo em 97, fui contratado para trabalhar um fim de semana em uma pizzaria que nem existe mais, o dono até já faleceu. Mas desse tempo em diante eu descobri uma paixão que foi a de fazer pizza, colocar a mão da massa. Eu fui me dedicando a essa arte e quanto mais eu fazia, mais eu me apaixonava. Eu sou pizzaiolo até em casa. Não é um trabalho é uma escolha, é fazer o que eu realmente sinto prazer, é muito amor que eu sinto. Minha expectativa para hoje são as melhores, eu tenho fé em boas vendas. Graças a Deus eu tenho um ótimo patrão e espero os melhores resultados hoje”, disse Roberto dos Santos.
Rodrigo Cerqueira divide a mesma paixão do Roberto, já tem em torno de seis a oito anos como pizzaiolo. Atualmente ele é funcionário de uma pizzaria que só trabalha por delivery, denominada de Pizzarella, localizada no bairro Luzia.
“Eu estava procurando um emprego e escolhi a pizzaria. Eu sempre optei por atividades ligadas à arte, e fazer pizza, sem dúvidas, é uma arte incrível que eu me aperfeicoei com o tempo e me dediquei nessa área. Antes da minha primeira pizzaria, eu já havia tido uma experiência com pizza e uma experiência em padaria, lá no interior da Bahia. Negócios que pertenciam à família do meu pai. A pizza remete alegria, eu sempre penso no cliente, na satisfação que eu posso gerar por meio dessa arte tão saborosa. Minha expectativa são de vendas muito boas. Estamos passando por um momento difícil, mas temos fé”, frisou Cerqueira.
“Ficou encantado”
Ygor Fernando Melo, 22, é estudante universitário de Direito e conta que desde criança possui um paladar seletivo, e a pizza nunca esteve no seu cardápio. Até o dia em que conheceu o sabor da pizza e por ele foi encantado até hoje.
“Eu era muito chatinho para comer, não era tudo que me agradava. Mas há três anos, um amigo me chamou para ir à Ligue Pizza no dia do seu aniversário, mas minha intenção era não comer nada, eu fui para agradá-lo. Com tantas pizzas na minha frente, resolvi experimentar um pedacinho e naquele momento eu percebi que era só um preconceito besta não gostar; não tinha porque não gostar de pizza. Eu amo muito pizzas doces, a de brigadeiro é a minha predileta, mas as salgadas também fazem parte do meu cardápio. Eu peço pizza até com uma certa frequência. Antes da pandemia eu pedia umas duas vezes por mês, com a pandemia estou intensificando isso. Sexta passada mesmo eu pedi pizza. Pizza atualmente é uma das minhas comidas preferidas e eu não imagino mais minha vida sem ela (risos). A Ligue Pizza me proporcionou conhecer o sabor da iguaria e ela é uma das minhas casas favoritas, a massa é super fina, é deliciosa a pizza de lá”, confidenciou o jovem.
(*) Estagiária sob supervisão do jornalista Antônio Carlos Garcia
A história e a arte de fazer pizza
A pizzaria mais antiga do mundo é a Antica Pizzeria Port’Alba. Ela existe desde 1738 e fica em Nápoles, na Itália. Atualmente, a Port’Alba é bastante visitada, principalmente pelos amantes da pizza que conhecem um pouco mais da história da iguaria.
No dia 10 de julho, desde 1889, é comemorado o Dia Internacional da Pizza, quando o rei Umberto I e a rainha Margherita provaram uma pizza pela primeira vez. A receita realizada por Rafaelle Esposito, um padeiro chef de cozinha que viveu em Nápoles, na Itália, foi recheada com ingredientes que remetiam às cores da bandeira italiana: mussarela (branco), tomate (vermelho) e manjericão (verde), dando origem a tão famosa pizza Margherita.
É preciso destacar, ainda, o papel importantíssimo que as migrações de italianos nos séculos XIX e XX tiveram na propagação da pizza e outros pratos de seu país pelo mundo. A pizza adotou ingredientes e paladares dos lugares onde era preparada, e se adaptou às preferências locais.
A primeira pizzaria foi aberta no Brasil em 1910, com os imigrantes italianos. O bairro para essa recepção foi o Brás, na cidade de São Paulo. Contudo, no início, os brasileiros não haviam aderido tão bem ao novo alimento. Só a partir de 1950 que o prato se tornou popular por todo o país. Hoje, a pizza é parte da cultura brasileira.
O dia da pizza é comemorado no Brasil, dia 10 de julho, quando a data foi instituída em São Paulo, 1985, para homenagear a pizza. De acordo com a Associação Pizzarias Unidas do Estado de São Paulo (APUESP), diariamente são consumidas mais de 1 milhão de pizza no Brasil, 572 mil aproximadamente apenas em São Paulo, o que a faz a segunda cidade que mais consome o alimento no mundo, ficando atrás apenas de Nova York. Na Itália, cerca de 1,8 bilhões de pizzas eram devoradas por ano, antes da pandemia.
De tanta tradição italiana, a Unesco elegeu em dezembro de 2017, a “Arte dos Pizzaiolos Napolitanos” como Patrimônio Imaterial da Humanidade.
Começam a aparecer novas variedades de pizza, utilizando-se novos ingredientes e afastando-se das fórmulas originais, tornando-se mais regionais. Finalmente a pizza torna-se um prato destinado a reuniões de famílias, de amigos, com ares de pizzaria, produtos de qualidade, decoração mais detalhada, ambientes diversificados e especializados em pizzas, agradando a toda faixa etária.
Por isso, na próxima vez que for degustar uma bela pizza, seja com a família, seja com os amigos, na sua casa ou em uma pizzaria, aprecie junto com a sua bela história e tradição. “A Arte de Fazer Pizza”!
(*) João Mario Ribeiro Lima Sales de Campos é bacharel em Administração em Marketing, Publicitário (DRT/SE-159) Jornalista colaborador, empreendedor.