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Por Luiz Thadeu Nunes e Silva (*)

 

Quarta-feira, 23 de abril. Acordei e vi a mensagem da professora Daniele Sousa, de Sertãozinho, Paraíba, me parabenizando pelo Dia Mundial do Livro. Daniele é colega do curso de Jornalismo. Nunca nos vimos pessoalmente, somos próximos por causa das maravilhas da tecnologia. No período pandêmico, iniciei o curso de Jornalismo, à distância, que concluo no meio do ano. Aos 66 anos continuo com fome e sede de conhecimentos.

Antes de sentar para tomar o café da manhã, o poeta Rinaldo Nunes liga me convidando para tomarmos café em uma Cafeteria próximo de casa.

Rinaldo é dessas pessoas que não se pode dizer não, tamanha amabilidade, gentileza e generosidade.

Café regado a boas conversas, recital de poesias e desenhos, feitos por Rinaldo, em tempo real, no papel que cobre a mesa da Cafeteria. Multifacetado, além de poeta, Rinaldo é empresário, advogado, musicista, desenhista e caricaturista. Um apaixonado pelas artes.

Juntou-se a nós, na mesa do café, Osmar Gomes, que conhecia de nome. Com uma rica trajetória de vida, Osmar é Juíz de Direito, amigo das letras, escritor e meu confrade na ALMA, Academia Literária do Maranhão. Nunca tínhamos conversado antes, embora com inúmeros amigos e familiares em comum.

No Dia Mundial do Livro, nada melhor do que estar cercado, nas primeiras horas do dia, de amantes da literatura.

Cada livro, cada volume que se vê, tem alma. A alma de quem o escreveu e a alma dos que o leram, viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro muda de mãos, cada vez que alguém desliza o olhar pelas suas páginas, o seu espírito cresce e torna-se maior.

Ler um bom livro é viajar sem sair do lugar. Mas sair do lugar sem um bom livro não é uma boa viagem. Foi através dos livros que conheci primeiramente o mundo.

Garoto curioso, no começo dos anos 70, com poucos livros em casa, foi na Biblioteca Benedito Leite, no centro de São Luís, que viajei para todos os continentes do mundo através das enciclopédias Barsas e Delta-Larousse.

Quem lê viaja. Quem viaja na leitura de um livro vivencia o que se passa na obra. Quão bom é estar em lugares desconhecidos, conhecer seus personagens, suas histórias; criar memórias.

Os Livros não mudam o mundo,

quem muda o mundo são as pessoas.

Os livros só mudam as pessoas.

O livro nos eterniza e nos conecta com o mundo.

Lancei meu o livro “Das muletas fiz asas”, em junho de 2022, pela editora N’Versos, em São Luís. Em setembro de 2023 fui lançá-lo em São Paulo, e em abril de 2024 atravessei o Atlântico e lancei-o na Cidade do Porto, Portugal. Hoje o livro é vendido nos aeroportos de todo o Brasil. No final do ano passado, recebi a mensagem do jovem Carlos Pessoa, de Recife.

Carlos adquiriu meu livro no aeroporto de Brasília e viajou para Tóquio, Japão. Entrou em contato comigo via Instagram e falou que se identificou com a história. Aos 36 anos, piloto executivo, após se submeter a uma cirurgia na coluna ficou paraplégico, e em cadeira de rodas por seis meses. Hoje já não pode mais pilotar, e se locomove com muletas, assim como eu. Sem o livro, dificilmente Carlos e eu teríamos nos conectado.

Em Viana, terra natal de minha mãe, Maria da Conceição Nunes e Silva, a professora Teresa Perna, do Colégio Antônio Lopes, lê para seus alunos, crônicas que publico nos 22 jornais de diferentes cidades brasileiras. A alegria de quem escreve é o retorno de quem lê. Não basta escrever, o bom mesmo é ser lido, interpretado, debatido.

“O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado”, escreveu o poeta gaúcho Mário Quintana. Sempre tenho um exemplar às mãos.

Portanto, “do livro não me livro, e nem quero me livrar. Se do livro eu me livro, como livre vou ficar?”

O livro me faz voar.

 

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