Cultura

Documentário sobre MP será lançado na sexta, 7

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O documentário Poesia e Corredores, filme dirigido pelo cineasta e professor de Geografia Sérgio Borges, traz depoimentos de cinco personalidades do Estado que dedicaram a vida ao Ministério Público (MP). Essas mesmas personagens têm uma forte ligação com o universo cultural, seja na área da literatura, imprensa escrita, teatro e artes plásticas. A produção cinematográfica será apresentada à sociedade sergipana na manhã do próximo dia 7 de dezembro, às 9h, no Auditório Promotor de Justiça Valdir de Freitas Dantas, no MP.

Segundo o diretor, a obra tem uma significativa importância no que se refere a preservar como fonte de informação para atuais promotores e procuradores de justiça, demonstrando a diversidade cultural presente no universo jurídico de Sergipe.

“O documentário pretende mostrar a participação de cinco membros aposentados do MP do Estado de Sergipe. A produção enfatiza o resgate da memória oral por meio de depoimentos, com enfoque no aspecto humano, valorizando o viés cultural, propondo-se à captação de vozes de homens e mulheres já aposentados, que constroem, unem, emocionam, sensibilizam e atuam como fator de aproximação da justiça do trabalho com seus operadores e com a sociedade”, explica Sérgio Borges.

O historiador, pesquisador e intelectual sergipano Jorge Carvalho do Nascimento reconhece que o MP é uma instituição de extrema importância da vida republicana. De acordo com ele, esse documentário cumpre uma função social da maior relevância.

“Neste contexto, é fundamental trazer esta história não apenas para os novos membros do universo jurídico para que conheçam e tomem consciência das tradições da instituição da qual participam, mas também para toda a sociedade a fim de que saiba como o MP se organizou e se fortaleceu para realizar a defesa das leis”, elogia Jorge Carvalho.

Ainda conforme esclarece o pesquisador, em Sergipe o MP atua desde o século XIX. “Ao longo desse período muitos intelectuais, acadêmicos, personalidades da política e vida pública e outros profissionais passaram pela instituição. Depois da Constituição de 1988 o MP se profissionalizou e ganhou autonomia como deve ser no Estado Republicano e sociedades desenvolvidas”, explica, ao destacar que esse filme servirá como uma excelente fonte de pesquisa também para as futuras gerações.

História Oral

O filme aborda, por meio da história oral, a vida de procuradores aposentados do MP do Estado de Sergipe. “Não se trata apenas de memórias de trabalho. Procuramos extrapolar o campo do direito e irmos para a poesia, literatura, artigos jornalísticos, artes plásticas, teatro e outras artes”, informa Sérgio Borges.

O registro desses depoimentos orais é realizado de forma intimista e respeitosa. Partindo deste pressuposto, a câmera acompanha a movimentação dos entrevistados, procurando valorizar os aspectos jurídicos e culturais que identifiquem a sua carreira, detalhes das suas ações como escritos em jornais, livros, narrativas de poesias e outras ações culturais. “A equipe procurou intervir minimamente nos ambientes de gravação, como o Museu da Gente Sergipana, Museu da Cidade Olympio Campos, Hall do MP e a casa dos personagens”, comenta o cineasta.

A História Oral é uma atividade historiográfica que utiliza como técnica de pesquisa a produção e o emprego de testemunhos transmitidos oralmente. São narrativas registradas por intermédio do uso do audiovisual.  “Com toda certeza, a história oral, a oralidade, as entrevistas são as ferramentas essenciais para que possamos compreender os processos vividos pelos operadores do direito que se dedicaram a fazer a defesa da lei”, reforça Jorge Carvalho do Nascimento, ao comentar sobre a metodologia utilizada no documentário.

Personagens

O curta-metragem, com 37 minutos, traz uma narrativa conduzida por depoimentos e um vasto material de arquivo. Além disso, é utilizado o artíficio da imagem que aparece no mesmo instante do áudio. O cineasta explica que a escolha das personagens foi pautada, considerando justamente a sua relação direta com a cena cultural do Estado.

Poesia e Corredores conta com depoimentos do procurador do Ministério Público do Estado de Sergipe, Manoel Pascoal Nabuco D’ Ávila. O magistrado e também escritor de cinco livros conta como foi fisgado pela política partidária da Estância, filiando-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que tinha, no Estado, a liderança de Francisco de Araújo Macedo, velho militante da agitação política, desde a década de 1930, apoiando a gestão interventorial de Augusto Maynard Gomes, editor do jornal O Nordeste, com forte presença na Estância, onde orientava o jornal Folha Trabalhista. No PTB, Manoel Pascoal Nabuco d’Ávila participou da redação do jornal trabalhista estanciano.

A poetisa, procuradora de justiça, corregedora geral do Ministério Público no período de 1991-1993, Maria Eugênia da Silva Ribeiro, conta os principais fatos que marcaram sua vida como jurista e os aspectos da presença da mulher no Ministério Público de Sergipe, e especificamente sua luta contra o enfrentamento à Violência Doméstica. No rol das mulheres que conquistaram destaque no universo jurídico, a procuradora e poetisa boquiense Esther Azevedo, grande conhecedora das obras de Hermes Fontes, também relembra como foi o período em que atuou no MP.

O procurador geral do Estado de Sergipe, escritor e poeta Eduardo de Cabral Menezes, atuou no período de 1972-1979. Em seus relatos ele relembra o funcionamento do Ministério Público do Estado de Sergipe no período em que esteve à frente da instituição.

O pianista clássico Darcilo Melo Costa foi corregedor geral do Ministério Público no período de 2000-2003 e coordenador geral de 1999-2000, período marcado pela criação do núcleo da infância e adolescência, defesa comunitária, defesa da cidadania e de apoios operacionais das atividades cíveis e criminais. Ele comenta acerca dos principais desafios na sua práxis profissional.

O produtor cultural e educador Sérgio Borges formou-se no ano de 1989 em Geografia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Em 1995 se tornou mestre em Geografia Agrária pela mesma instituição. Atualmente, é professor da Secretaria de Estado da Educação de Sergipe (Seed).  Com seu olhar atento de pesquisador, divide seu tempo entre as atribuições de docente e ainda se dedica às produções cinematográficas. Dessa maneira, utilizando a produção cinematográfica como um meio pedagógico para fomentar o processo de ensino e aprendizagem. “Aliar as linguagens do cinema, música, jornalismo em sala de aula, numa perspectiva mais propedêutica, enriquece bem mais o trabalho dos professores”, defende.

Fonte:  Assessoria do evento

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Antônio Carlos Garcia

CEO do Só Sergipe

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