O Movimento É de Sergipe lançou uma carta aberta à população e a diversos setores públicos, dentre eles o Governo do Estado, e responsabiliza três segmentos pelo aumento de casos de Covid-19: hospitais, bancos e transporte público. A carta, assinada pelo presidente do É de Sergipe, Lincoln Amazonas, faz o seguinte questionamento: “por que punir os comerciantes, os pequenos se a contaminação/proliferação do vírus está acontecendo em grande escala noutros setores?”. Sem citar os nomes, a entidade, culpa o governador e o prefeito pela proliferação do vírus.
Para a entidade, o hospital é o primeiro vetor de contaminação “isso é um fato e não se questiona”. Segundo o documento, nos hospitais, “o espaço não ventilado, somado à aglomeração. Atitudes que pioram a contaminação”. E diz mais: “onde e como vem acontecendo a crescente contaminação da Covid-19 em Sergipe? Hospitais que recebem diariamente pacientes positivos com todos os sintomas, têm aglomeração (sem distanciamento social), compartilha equipamentos (cadeiras). Não tem ventilação aberta adequada, libera o paciente positivo e com sintomas para voltar pra casa”.
Na carta o É de Sergipe afirma que “a maior parte desses pacientes positivos, os funcionários e os usuários e prestadores de serviços dos hospitais públicos usam também o transporte público. Os que estão contaminados distribuem para o resto da sociedade assim que saem do hospital e entram no ônibus, antes mesmo de chegar em casa e fazer a higiene”
Os bancos, segundo o É de Sergipe, têm aglomeração (sem distanciamento social), não têm ventilação aberta e adequada, não têm porta eletrônica, nem desinfecção eficiente e compartilham equipamentos/acessórios com todos. Os usuários dos serviços bancários também fazem uso do transporte público e os contaminados transmitem aos demais ao adentrarem no coletivo”.
Por fim, o transporte coletivo, na visão da entidade, “todo passageiro compartilha corrimão, catracas, cadeiras, todos pegam nos mesmos lugares para se segurarem, tem aglomeração (sem distanciamento social), não usa álcool gel/70º pra entrar. Os que estão contaminados distribuem para o resto da sociedade assim que fazem o uso do transporte coletivo. A realidade é que toda a população usa ou tem contato com alguém que faz uso diário dos hospitais, transporte público, bancos e lotéricas. Ainda a observar, menos de 3% das pequenas e médias empresas têm elevadores”.
Os comerciantes
O É de Sergipe questiona por que, das autoridades, punir os comerciantes “se a contaminação/proliferação do vírus está acontecendo em grande escala noutros setores?” Para o É de Sergipe, “diante dos fatos claramente apresentados e juntado suas comprovações pelos estudos dos setores competentes e divulgações da imprensa, está claramente justificado que a transmissão se faz em grande escala nos lugares de maior aglomerações (sem distanciamento social) e que não atendem aos protocolos de segurança da Secretaria de Saúde do Estado.
Para a entidade, “esses são, comprovadamente setores e serviços da administração pública e agentes bancários, e não nos pequenos e médios negócios. O pequeno negócio está sendo vítima de decretos governamentais por conta dos descontroles da própria administração pública e das gigantes instituições financeiras”
Sem lockdown
O É de Sergipe faz um alerta ao Governo que não pode mais admitir fechamentos, restrições (lockdown), “sem primeiro cumprir o seu papel sobre essas áreas que estão contaminando a população sergipana. Isso é injusto, é cruel”.
A entidade pergunta por que somente os pequenos são punidos, “se são os grandes e o próprio governador e prefeito os culpados, por falta de ação eficiente, da proliferação do vírus? Quer ser eficiente? Combata a pandemia e não a economia”.