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Por Luiz Thadeu Nunes e Silva (*)

 

Procuro me desligar quando a barulheira da vida me perturba, quando a carência me confunde, quando meu ar fica pesado.

Sempre me calo quando já disse tudo e não surtiu efeito, quando não fui compreendido. Incomodado, me mudo. Mudo de lugar, mudo de pessoas. Sempre sei onde fica a porta de saída.

Me afasto quando não enxergam que meu coração sangra, que meus olhos choram apesar de colocar sorrisos no rosto.

Me desligo quando estou entediado com a mesmice. Quando o mundo tenta me atropelar.

Sou do vento, das tempestades, do calor das intensidades…careço de voar! Vim ao mundo para ir cada vez mais longe. Por necessidade aprendi a voar. Aprendi fazer das muletas asas; elas já me levaram para todos os continentes do mundo.

Desapareço de mim mesmo quando não me reconheço.

Me silencio, me aquieto, e aos poucos volto a me encontrar.

Encontro respostas no tudo que ainda não sei, no nada que achei que sabia.

Talvez minhas incógnitas, reflexões, serão vozes determinantes, já que meu cérebro entende que precisa de mais.

Sei que viver pede mais, que o saber pede mais, que carinho nunca é demais.

A alma cansa de esperar brotar flores num jardim regado sem entusiasmo.

Espero impaciente por uma chuva de amor que regue com atenção o solo dos meus sentimentos. Assim, caminho.

Demorei para aprender:

Quando não abre, não é a tua porta. Quando não gira, não é a tua chave. Quando não passa, não é o teu comboio.

Quando não (te) ilumina, não é a tua luz.

Quando não torce (por ti), não é teu amigo.

Quando não cura, não é (ainda) o teu tempo.

Quando não serena, não é a tua paz.

Quando não tem certezas, não é a tua pessoa. E, quando não fica… não é o teu amor. Melhor deixar partir.

Aprendi que reconstruir é mais doloroso que preservar. Pois, ao reconstruir, vem à memória tudo como era antes, lembrando do que aconteceu naquele tempo, naquele lugar. Reconstruir surge muitas vezes de algo que estava em ruínas ou que havia chegado ao fim. Aí, vem o engano, que desta vez será diferente, na vil esperança de que desta vez tudo será diferente do que foi anteriormente. Aprender a reconstruir é viver novamente no mesmo ambiente, sendo a mesma pessoa, mas tentando fazer tudo de forma diferente.

“O infinito, esse velho enigma que tanto escapa à razão, não mora nas estrelas distantes nem nas eternidades prometidas. Ele se esconde, sutil, na epifania do instante que passa. É uma sombra translúcida que dança no tempo, um segredo que só se revela quando já não há mais olhos para vê-lo. Não está no vasto, mas no ínfimo; não na extensão, mas na profundidade do agora”, li recentemente, não gravei o autor.

Apenas um conselho, seja paciente com você. Se permita um descanso, um sorriso, um mimo qualquer.

Esqueça as coisas que te angustiam; abre a janela, namore o dia, gaste tempo com as pequenezas que lhe trazem paz. Seja paciente com você.

Não se cobre tanto, não queira acertar sempre, porque o caminho é longo; e os aprendizados, constantes.

Feche os olhos, ouça os sons da tarde caindo, começando outra vez.

É no silêncio que a vida fala. Esteja atento para escutar. Pare para ouvir os sons da natureza.

Desacelere o passo pra ver borboletas, passarinho no ninho, botão querendo ser flor. Reserve um tempo para contemplar um entardecer, para ouvir música, para ler um livro, para tomar um café, um vinho, um aguardente. Ou mesmo um bom banho. Limpo, tenha tempo para um encontro amoroso, dê e receba carinhos e carícias. Erotize sua vida. Sexo é o chocolate da vida.

Permita-se SENTIR.

 

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Luiz Thadeu Nunes

Engenheiro Agrônomo, escritor e globetrotter. Autor do livro “Das muletas fiz asas". E-mail: luiz.thadeu@uol.com.br

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