Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos (*)
Para São Francisco de Assis (1126-1230) ela foi uma irmã. Em sua análise histórico-cultural sobre as sociedades antigas do Ocidente (Roma e Grécia), na obra “Cidade Antiga” (1864), sobretudo no que diz respeito aos dois tipos de morte (natural e a do esquecimento), o historiador francês Fustel de Coulanges (1830-1889), assim se expressa: “Às almas humanas divinizadas pela morte”. Ele se referia ao culto aos mortos na celebração da memória.
Em Raul Seixas, ela se apresenta surda, caminha ao nosso lado, sem que saibamos em que esquina ela vai nos beijar. E, acrescenta, ainda, o roqueiro baiano: “Vou te encontrar vestida de cetim / Pois em qualquer lugar esperas só por mim / E no teu beijo provar o gosto estranho que eu quero e não desejo, / mas tenho que encontrar” (Canto para a minha morte, 1976). O encontro de Raul com a morte se deu no dia no dia 21 de agosto de 1989.
Em algumas passagens dos Evangelhos, a certeza, mediante a Ressurreição de Jesus Cristo, de que a morte foi por Ele vencida. Por exemplo: “Em verdade, em verdade vos digo: se alguém guardar a minha palavra, não verá jamais a morte” (João 8,51). Ao responder à Marta sobre a possibilidade de seu irmão ainda estar vivo, caso Jesus estivesse por perto, Ele afirma: “Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo aquele que vive e crê em mim jamais morrerá eternamente” (João 11, 25-26)
Fato é que a morte é mais do que certa. Inevitável para todo ser vivo. Algumas vezes, como dizia minha saudosa mãe (Clademira), “ela ataia”. Noutras vezes, erra o alvo ou de endereço, mas chega. Vejamos o caso de uma senhora judia, Mayya Gil (95 anos) que, esta semana, após sobreviver ao nazismo, ao desastre de Chernobyl e à pandemia de COVID-19, encontrou-se com a morte, atropelada, atravessando uma rua, em frente à própria casa, em Nova York.
Sobre a representação da morte, ainda em São Francisco, é muito comum em algumas de suas imagens ou pinturas aparecer a caveira em uma de suas mãos. A depender do contexto histórico, a exemplo do Medievo, é um anjo ceifador. Em linhas, gerais, no imaginário popular, é um espectro com uma foice na mão. Nessa perspectiva, gosto muito da representação utilizada por Maurício de Souza, na Turma da Mônica, sobretudo da Turma do Penadinho, que além da Morte, traz o Cranicola, uma caveira assentada sobre um pedra que lembra muito aquela parábola macedônica que diz: “Caveira, caveira. Quem te matou? E ela responde: a língua”.
Mas, e o que tem a ver Brad Pitt (ator norte-americano, 61 anos) com toda esta história e reflexões sobre a morte? Na verdade, um dos personagens por ele interpretado, no cinema, foi o mote do presente artigo. Refiro-me ao jovem Joe Black, no filme “Meet Joe Black” (Encontro Marcado), de Martin Brest, 1989, uma adaptação original do romance “Uma sombra que passa” (1934), de autoria de Alberto Casella (escritor italiano / 1891-1957).
Moral da história: e se a morte fosse um encontro marcado? E se nessa possibilidade, tivéssemos a chance de mudarmos em mais alguns dias de vida? E se nesse ínterim, eu pudesse escolher como morrer? E se esse encontro fosse, realmente possível, como gostaria que ele se apresentasse: sereno, calmo, sem medo? E se fosse a cara do Brad Pitt com 26 anos? Ou ainda, de alguém que amamos muito e que já tenha partido? Ou, e se a morte não fosse tão feia quanto se pinta?
Respostas para todas essas questões, nenhuma, evidentemente. Somente quem se encontrou com ela, a morte, saberia nos dizer. Ela não mudou ao longo de tantos e tantos anos da existência da vida, pois, chega sem avisar, sorrateira, tem hora (para alguns), mas chega. Ao nascer, em tenra idade, na infância, na adolescência, na fase adulta ou adolescente. Numa parada cardíaca, num acidente fatal, às vezes serena, às vezes violenta. Mas chega!
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