Vivemos alienados. Movidos pelos ditames das mídias sociais, seguimos em busca daquilo que não nos pertence, que verdadeiramente não nos satisfaz e que não nos impulsiona. Logo, o medo, a incerteza e a letargia nos sufocam tal qual a gravata apertando o pescoço do corretor financeiro em plena queda da bolsa de valores de Nova Iorque em 1929. Além do sofrimento físico, com imediata liberação hormonal de adrenalina, noradrenalina e cortisol, consequente aceleração dos batimentos cardíacos e movimentos respiratórios, sudorese fria, dilatação das pupilas e sensação de desmaio iminente, há também, por outro lado, uma dor abstrata, mas não menos relevante, que massacra aos poucos, sorrateiramente!
A mente pede socorro, trazendo consigo desânimo e angústia até se formar um ciclo deveras vicioso entre o corpo e alma que não se relacionam em sintonia, tornando-se um transtorno que não terá mais fim… Será que viramos uma geração de zumbis, que não tem ideias nem ideais, vagando conforme o fluxo que nos é imposto? Não se há vontades, desejos ou paixões, não se busca um amanhã melhor, vive-se um presente insosso, sombrio e inerte.
Onde estão aqueles jovens inspirados na liberdade de pensar e agir, que se insurgiram contra regimes totalitários diante de tanques na praça da Paz Celestial em Pequim, derrubando muros em Berlim, combatendo o terrorismo no Afeganistão, lotando comícios no Vale do Anhangabaú em São Paulo pelas “Diretas Já” em 1984 ou nas passeatas dos “Caras Pintadas” em 1992?
Talvez eles estejam tentando entender o contexto confuso pelo qual a humanidade vem passando, vivenciando uma crise de saúde pública nunca antes vista na história recente, que nos trancafiou em casa, tolhendo-nos daquilo de mais sagrado, da nossa liberdade, enchendo-nos de informações deturpadas e desoladoras, distanciando-nos daqueles que amamos.
Concomitantemente, percebe-se uma temerária mudança dos princípios basilares da vida em sociedade, dentre os quais a família vem perdendo o protagonismo e a referência das inocentes crianças em plena formação intelecto-moral. Tudo isso associado à falta de oportunidades de estudo e emprego, com crescente perda do contato afetivo, interpessoal, quer na escola, na universidade ou no ambiente de trabalho. Jovens escondidos atrás de telas de celulares e computadores, dentro de quartos escuros, alimentando-se de pílulas que prometem felicidade, entretanto que não passam de antidepressivos e estimulantes com efeito intermitente e efêmero, ou seja, vive-se sem vida em plenitude.
Enquanto isso, somos como presas de aproveitadores que se apresentam como lobos em pele de cordeiro, com condutas obsoletas, de velhos tempos e que trouxeram muito sofrimento àqueles que se insurgiram num passado recente e que puderam redirecionar a nossa história e, assim, que não nos cabe mais nos dias atuais.
Precisamos acordar esse gigante adormecido, a força e o ímpeto inerentes àquela juventude apaixonada e vibrante que já experimentamos outrora, utilizando, sabiamente, toda esta evolução tecnológica que nos cerca, para mais uma vez, reposicionarmos e reconduzirmos o mundo em que habitamos, onde a democracia plena, a paz, a tolerância, o respeito, a igualdade de oportunidades e o bem estar social sejam o objetivo primaz, comungado por todos os povos, procurando-se, incansavelmente, uma sociedade perfeita, através de suas células-mãe: a família harmônica, a educação inclusiva de qualidade e a prática da espiritualidade nas suas mais diversas versões, pois só o exemplo arrasta!
Então finalizo e respondo: é sim tempo de mudanças!
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(*) Hernan Augusto Centurion Sobral é médico cirurgião e coloproctologista
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