O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, participou, na manhã desta segunda-feira, 17, do Summit Mobilidade 2021, evento promovido pelo grupo Estadão para discutir o novo cenário da mobilidade urbana, a partir das transformações tecnológicas e dos impactos causados pela pandemia do novo coronavírus. No encontro virtual que reuniu gestores, empresários e especialistas, Edvaldo foi um dos debatedores do painel “Tendências em Mobilidade no Mundo e no Brasil – o que fazer para ajudar o transporte público”.
“A pandemia nos trouxe uma grande mudança. O brasileiro gosta de estar nas ruas, seja para trabalhar, para se divertir, para encontrar pessoas, e com a circulação do vírus, essa rotina mudou, impactando, também, o sistema de transporte urbano que foi planejado para que a lucratividade do sistema se baseasse no índice de passageiros por quilômetro. Com a imposição das medidas restritivas, houve uma diminuição brutal na quantidade de pessoas transportadas e, com isso, um déficit no transporte coletivo, chegando a 40% na primeira fase do isolamento social, índice que até hoje não voltou à normalidade. Assim, o primeiro desafio do setor de transporte é justamente como se dará a retomada dessa crise imensa, visto que muitas cidades já enfrentam grandes dificuldades”, destacou o prefeito.
Edvaldo prosseguiu: “a segunda questão é com a mudança que vai se operar. Nossa luta é para que a população volte a viver na normalidade. Então acredito que, para essa nova realidade, teremos que enfrentar os gargalos, integrando melhor os modais de transporte, e, sobretudo, estruturando um modelo nacional com financiamento nacional, para baratear o transporte público. O maior direito que o cidadão tem é o de ir e vir e isso acaba sendo negado, principalmente para quem não tem melhores condições de renda, para quem vive com um salário mínimo ou menos que isso. Os municípios não serão capazes de financiar esse sistema. Além disso, precisamos estar preparados para esse novo momento que vamos viver e, para isso, temos que encontrar os caminhos para esse novo futuro”, frisou.
Presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Edvaldo também abordou, em sua participação, os desafios impostos às cidades brasileiras para tornar a mobilidade urbana do país mais efetiva. “Temos uma federação em que os municípios ficam responsáveis por todos os serviços, mas na partilha dos recursos, ficam com a menor fatia, apenas 16%. Então, esse pacto precisa ser revisto. O sistema de transporte coletivo está explodindo em todas as cidades e precisamos, efetivamente, buscar mecanismos para superar esse obstáculo. Muitas consequências vividas nesse momento são fruto do passado, mas temos, também, com ela, uma oportunidade de enfrentá-las. É um tema que exige de nós ampliarmos os debates, pensando, fundamentalmente nas pessoas que mais precisam”, pontuou.
O Summit Mobilidade 2021 se estende até 21 de maio e tem como tema central “Transição para a nova cidade”, segmentado por três pilares: diversidade, inclusão e mobilidade. Com edição totalmente online, em virtude da pandemia do novo coronavírus, o evento é voltado para discussões sobre tendências, mobilidade ativa, segurança, tecnologia, transporte público e as mudanças necessárias para que as cidades atendam às novas demandas.
Idealizado pelo grupo Estadão, o Summit já é considerado uma tradição da área, desde 2015, e tem se tornado cada vez mais democrático, abrindo espaços para um diálogo pertinente entre os formadores de opinião, assim como com a sociedade em geral.
Ao lado de Edvaldo, participaram do painel o prefeito do Rio de Janeiro (RJ), Eduardo Paes, o secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo (SP), Alexandre Baldy, o coordenador de Mobilidade Urbana do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Rafael Calábria, e o consultor em Mobilidade Urbana e ex-secretário de Mobilidade e Transportes de São Paulo, Sergio Avelleda.