Por Valtênio Paes de Oliveira (*)
Passada a campanha, consumado o resultado, a vida política deve voltar ao leito normal da vivência em muitos municípios. Talvez a maior festa popular do Brasil. De uma forma ou de outra, todas as pessoas participam: comícios, carreatas, críticas, elogios e paixões afloram entre todos os segmentos sociais. Até o indivíduo mais arredio, cautelosamente, rende-se manifestando opiniões.
Muitas pessoas criticam, denunciam, outras se aproveitam para pedir vantagens ou viver o momento da maior festa da democracia. Há até quem defenda o fim da eleição, portanto, apoia a ditadura; no entanto, se manifesta. Fato é que, por mais imperfeita que a eleição no país aconteça, pior seria sem ela. O exercício do voto permite a rotatividade no poder político. Tudo depende do eleitorado. Quando o gestor for ineficaz, cidadãos(ãs) não podem terceirizar a culpa porque são copartícipes.
Sabiamente, a ministra Carmem Lúcia, presidente do Tribunal Eleitoral pedira à véspera da eleição: “Não depositem dissabores nas urnas”. Votar deve ser ato de racionalidade do votante consigo e com a coisa pública. O resultado da eleição de 06.10.24 mandou recado para discursos extremados. O PSD de Kassab de linha moderada elegeu a maior bancada de prefeitos, 888 prefeituras, seguido pelo MDB e PP. O PL prometeu 1000 prefeituras elegeu até aqui, 510. O PT, muito abaixo na tabela, se diz em reconstrução. PL no quinto lugar e PT no nono, assistiram aos “antigos” PSD, MDB e PP liderarem as eleições municipais de 2024. Quem olhar para 2026 não pode esquecer o recado passado nesta eleição, tanto com dissabores, quanto sem dissabores.
Verdade que a escolha é do povo, e como tal, não basta terceirizar a culpa pelo fracasso. Votantes e votados são atores na mesma cena. Importante é que: o recolhimento ao vencido, o reconhecimento ao vencedor e a obrigação de fiscalizar e melhor escolher é do eleitorado.