Hoje, os olhos do mundo estão voltados para a eleição nos Estados Unidos que definirá quem será o novo ocupante da Casa Branca pelos próximos quatro anos: Kamala Harris, do Partido Democrata e atual vice-presidente, ou Donald Trump, do Partido Republicano, ex-presidente. Quando for conhecido o vencedor ou vencedora, que impactos essa escolha trará para o mundo e, de modo particular para o Brasil? O economista chefe do Zahav Investimento, escritório do Banco Safra em Aracaju, David Rocha diz que se Kamala vencer, “podemos esperar uma continuação da política econômica de Biden”, enquanto que se o vencedor for Trump “gerará, de início, algumas incertezas políticas e econômicas, e até uma inflação generalizada no mundo”.
De acordo com David, na hipótese de Kamala ocupar a Casa Branca e se o Congresso americano também for de maioria Democrata, “existe a possibilidade de um aumento de impostos para as empresas, o que encarecerá os produtos produzidos e com isso em curto/médio prazo tenderia a aumentar a inflação”. Tendo como vencedor Donald Trump, ele já deixou claro que tem como meta aumentar a taxa de vários produtos importados para os Estados Unidos oriundos de diversos países. “Isso tenderia a afetar muitos países emergentes, e a medida protecionista viria a deixar o dólar ainda mais forte, podendo gerar um aumento de inflação generalizada no mundo”, reforçou.
O economista chefe do Zahav Investimentos observa que uma inflação alta nos Estados Unidos, o FED (Banco Central americano) teria de parar o corte de juros e até mesmo aumentar. “Isso afetaria o Brasil, com toda certeza, fazendo o dólar ter uma certa alta, se tudo se mantiver igual por aqui”, disse. Ele ressalta, no entanto, que isso não ocorrerá num primeiro momento, “mas com o passar do tempo esses efeitos seriam sentidos”. E não é só isso com relação ao possível governo Trump. “Tem a incerteza de como ele irá tratar os conflitos espalhados pelo mundo. Esse aumento de incerteza sobe o risco e faz com que muitas pessoas passem a comprar dólar como reserva de valor, já que ela é a moeda mais forte, o que contribui para afetar a balança comercial dos países em desenvolvimento e emergentes.”
Um detalhe importante, segundo David, “é entender como está o Congresso americano, pois se ele for dividido, ambos os candidatos podem não conseguir implementar com facilidade seus planos econômicos, e isso poderia ser bom para todos os países emergentes, inclusive para o Brasil.”
“Veja que ao considerar o cenário, caso cada um dos candidatos ganhe, podemos imaginar um primeiro momento em como os países emergentes podem ser afetados pelo dólar e pela inflação americana mais fortes, apesar dos motivos diferentes. Mas, esse primeiro momento não deve durar muito se no caso do Brasil ele conseguir corrigir seu Fiscal, ou até dar mais confiança aos investidores de que a meta fiscal será respeitada, pois, assim, conseguirá manter investidores aqui, o que tende a segurar a escalada do dólar”, frisou.
“Sobre corridas a compras de dólar é algo que sempre acontece antes da eleição americana, já que muitos investidores preferem não correr esse risco da incerteza de suas carteiras até passar o período eleitoral”, completou o economista.
Diferente do Brasil, os americanos não são obrigados a votar e podem votar antecipadamente, pelos Correios, o que evita longas filas e tumultos num dia como hoje. Com esse processo, mais de 80 milhões de eleitores já votaram dessa forma. É importante saber que a eleição americana é indireta. Ou seja, nenhum eleitor votará diretamente nos candidatos.
Isso porque a disputa presidencial não se baseia apenas no voto popular, mas no sistema conhecido como Colégio Eleitoral. Nesse sistema, o candidato vencedor em cada estado, bem como no Distrito de Colúmbia — onde fica a capital, Washington — recebe os votos aos quais cada estado tem direito dentro do Colégio Eleitoral, ou seja “the winner takes all”, no qual “o vencedor leva tudo”. No caso, todos os votos dos delegados do estado.
Esta quantidade de votos é definida com base no tamanho da população estadual. No Nebraska e no Maine, os candidatos levam os votos proporcionalmente de acordo com os distritos eleitorais em que vencerem.
O colégio eleitoral é formado por 538 delegados. Para vencer, é preciso conquistar 270 votos. Dessa forma, o vencedor não necessariamente é o ganhador no voto popular. Isso, inclusive, já ocorreu em alguns pleitos, como o de 2016, quando o republicano Trump foi eleito tendo quase 3 milhões de votos a menos que a democrata Hillary Clinton.
A Califórnia é o estado com maior número de delegados, 54. O segundo estado com mais delegados é o Texas (40), seguido da Flórida (30), Nova York (28) e de Illinois e Pensilvânia (19, cada um). Os com menor número são Dakota do Norte, Delaware, Dakota do Sul, Vermont, Wyoming, distrito de Columbia e Alasca (3 delegados, cada); Maine, Montana, Idaho, New Hampshire, Virgínia Ocidental, Rhode Island e Havaí (4 delegados, cada).
Se, por um lado, existem estados em que o resultado da disputa costuma ser mais previsível, com eleitores historicamente apoiadores de um ou outro partido, por outro, há estados em que, também historicamente, não há maioria absoluta nas intenções de votos. São os chamados swing states — em tradução livre, “estados pendulares”, onde qualquer partido pode sair vitorioso.
Sete estados são considerados pêndulos: Arizona, Carolina do Norte, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin.
No caso de um empate de 269 a 269 votos, a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos escolhe o vencedor, com a delegação de cada estado tendo direito a um único voto.
Com informações da Agência Brasil
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