I
E rosas também.
Mas se não tens lírios
Nem rosas a dar-me,
Tem vontade ao menos
De me dar os lírios
E também as rosas.
Basta-me a vontade,
Que tens, se a tiveres,
De me dar os lírios
E as rosas também,
E terei os lírios —
Os melhores lírios —
E as melhores rosas
Sem receber nada.
A não ser a prenda
Da tua vontade
De me dares lírios
E rosas também.
II
Que é uma lembrança
Para o meu coração.
Usou-o outrora
Alguém que me ficou
Lembrada sem vista.
Tudo na vida
Se faz por recordações.
Ama-se por memória.
Certa mulher faz-nos ternura
Por um gesto que lembra a nossa mãe.
Certa rapariga faz-nos alegria
Por falar como a nossa irmã.
Certa criança arranca-nos da desatenção
Porque amámos uma mulher parecida com ela
Quando éramos jovens e não lhe falávamos.
Tudo é assim, mais ou menos,
O coração anda aos trambulhões.
Viver é desencontrar-se consigo mesmo.
No fim de tudo, se tiver sono, dormirei.
Mas gostava de te encontrar e que falássemos.
Estou certo que simpatizaríamos um com o outro.
Mas se não nos encontrarmos, guardarei o momento
Em que pensei que nos poderíamos encontrar.
Guardo tudo,
(Guardo as cartas que me escrevem,
Guardo até as cartas que não me escrevem —
Santo Deus, a gente guarda tudo mesmo que não queira,
E o teu vestido azulinho, meu Deus, se eu te pudesse atrair
Através dele até mim!
Enfim, tudo pode ser…
És tão nova — tão jovem, como diria o Ricardo Reis —
E a minha visão de ti explode literariamente,
E deito-me para trás na praia e rio como um elemental inferior,
Arre, sentir cansa, e a vida é quente quando o sol está alto.
Boa noite na Austrália!
Poema escrito em 17 de junho de 1929 por Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa, poeta português.
Em tempos áridos, vamos de arte e poesia. A arte nos salva, nos liberta do presente tóxico, sem graça.
Como tenho vontade de fugir – fugir de tudo que me aflige -, mas fugir para onde? Fugir pra Pasárgada! Mas como, se não sou amigo do rei. Aliás não tenho amigos nobres, nem ricos.
“É sempre assim. Morre-se. Não se compreende nada. Nunca se tem tempo de aprender. Envolvem-nos no jogo. Ensinam-nos as regras e à primeira falta matam-nos”,
“Eu ainda preciso de mais descanso saudável para trabalhar no meu máximo. Minha saúde é meu capital principal e eu tenho e quero administrá-la inteligentemente”.
Ernest Hemingway – escritor americano que viveu em Paris, que fez da cidade luz uma festa; e aos 61 anos, enfrentando problemas de hipertensão, diabetes, depressão e perda de memória, na manhã de 2 de julho de 1961, em Ketchum, Idaho – tomou um fuzil de caça e disparou contra si mesmo.
Vejo os envelopes em cima da mesa, são contas a pagar. Dessas não escapo. Abro uma cerveja, faz calor. Volto para a realidade, é imperativo seguir em frente. Enquanto há vida tem contas a pagar.
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(*) Luiz Thadeu Nunes e Silva é engenheiro agrônomo, palestrante, cronista e escritor. Autor do livro “Das muletas fiz asas”. O latino americano mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, visitou 151 países em todos os continentes.
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