O empresário Edmundo Xavier, que atua no ramo calçadista, vai descartar 350 pares de sapatos, cujos preços variam de R$ 25 a R$ 240, nessa quinta-feira, a partir das 7 horas da manhã, no calçadão da rua São Cristóvão, próximo à rua da Frente. Segundo ele, as mercadorias venceram e não podem ser vendidas. “Com isso quero mostrar a realidade que está acontecendo, em virtude de sucessivos decretos irresponsáveis que estão acabando com o comércio sergipano. Há muita gente passando fome. A situação é caótica e chegamos ao fundo do poço”, desabafa. Os decretos que ele se refere são os dos governos estadual e municipal de Aracaju, por causa da covid-19.
Edmundo afirma que o descarte dos calçados não é um protesto e nem doação. “É porque não posso vendê-los. Com a loja fechada há tanto tempo, os calçados mofaram, a cola tem validade. Esse estoque está lá há mais de quatro meses. Choveu recentemente e como minha loja fica vizinha a um terreno baldio, passou umidade. Criou mofo, bolor e não vou vender esse tipo de mercadoria”, explica. O empresário frisou, ainda, que os calçados não serão doados, “mas descartados”. Porém, ele não vai impedir que as pessoas levem pares para casa”.
A atitude de Edmundo terá a adesão de outros empresários vizinhos a ele. “Estou fazendo esse descarte individualmente. Alguns lojistas vão participar por livre e espontânea vontade. Nós que somos comerciantes geramos emprego e renda. Mas chega o momento de darmos um basta. Para mim, esgotou. Estamos sendo tratados como marginais, como bodes expiatórios para os problemas da covid-19. Não sou marginal, sou trabalhador”, destacou.
Edmundo tem o empreendimento há 20 anos e pela primeira vez se encontra numa situação desse tipo, com a loja fechada há quatro meses e sem renda. Para sobreviver, conseguiu um empréstimo no banco, “que não foi a linha de crédito anunciada pelo governo federal”, e tem conseguido comprar comida para a família. Ele negociou o aluguel com o proprietário do imóvel, onde fica a empresa dele, e também com fornecedores. Também não demitiu nenhum funcionário.
Mas tem gente em situação extremamente grave. Ele conta que um amigo, também empresário, está no fundo do poço e pensa em matar a família e depois se matar, porque podem despejá-lo da casa onde mora. “Eu tenho conversado o tempo todo com esse meu amigo dizendo que vamos sair dessa crise”, frisou.
O coordenador do Brasil 200, Lúcio Flávio Rocha, disse que as medidas restritivas dos decretos são abusivas e ilegais. “Já comprovamos na justiça que essas posturas são ditatoriais e violam o mais básico direito humano das pessoas, que é o de lutar com dignidade pelo próprio sustento e sobrevivência”.
“Se os nossos governantes estão impedindo o sustento dos pequenos comerciantes por tanto tempo, que eles paguem as suas contas, que o prefeito e o governador sustentem as famílias dessas pessoas”, reclamou.
A capital sergipana já está em ritmo de contagem regressiva para a realização do…
Por Diego da Costa (*) ocê já parou para pensar que a maioria…
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Assistência Social, Inclusão e…
Por Sílvio Farias (*) Vinícola fundada em 1978 com o nome de Fratelli…
Por Acácia Rios (*) A rua é um fator de vida das cidades,…
Com a realização do Ironman 70.3 Itaú BBA, a maior prova de triatlo da…