Os consumidores ainda não lotaram o centro comercial de Aracaju, mas isso não desanima os lojistas que acreditam em boas vendas durante essa semana do Dia das Mães, uma das datas mais importantes para o varejo no país. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Brenno Barreto, afirmou que o mercado já apresenta uma tendência de melhoras se comparado com o ano passado.
“Vivemos uma instabilidade econômica, mas o Dias das Mães, nossa segunda melhor data para o comércio, aliado ao apelo das famílias no ato de presentear suas mães, transformam num período crucial às vendas e sinaliza projeção para os próximos meses”, acredita.
Pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) revela que 78% dos consumidores, em todo país, devem realizar, pelo menos, uma compra no período. Em 2018, esse percentual era de 74%.
Os produtos que mais aparecem na preferência popular para compra no Dia das Mães deste ano são roupas, calçados e acessórios (42%), perfumes (36%), cosméticos (23%) e chocolates (19%).
Otimismo
A pesquisa anima a empresária Ione Araújo, proprietária da Isa Araújo, loja especializada em semijóias, bijuterias e acessórios, inaugurada recentemente. “A expectativa para as vendas é muito grande, principalmente por sermos uma loja essencialmente voltada para agradar ao público feminino, pois temos materiais exclusivos para todos os estilos de mães, desde as mais descontraídas às mais clássicas”, disse Ione.
Inaugurada no dia 2 de maio, no bairro Garcia, a Isa Araújo, teve um “excelente resultado de vendas de presentes para o dia das mães”, garante Ione. “Estamos otimistas com as vendas desta semana que, para atender aos filhos que ainda não providenciaram o presente para sua mãe, faremos um plantão no sábado, abrindo em horário diferenciado: das 8 às 18 horas”, explicou. Normalmente, aos sábados, a loja fica aberta até as 13 horas.
Valores
A pesquisa da CNDL mostra que, embora a economia esteja longe de uma recuperação, o desemprego siga elevado, os consumidores pretendem desembolsar um pouco mais com o presente para as mães. Em 2018, apenas 19% dos consumidores acreditavam que iriam gastar mais com os presentes e agora, em 2019, o dado passou para 26% dos entrevistados. Outros 41% devem gastar a mesma quantia que em 2018, ao passo que 24% planejam gastar menos.
“A despeito de todas as dificuldades econômicas que o país atravessa, o brasileiro deverá ampliar os gastos no Dia das Mães, ainda que de forma tímida na comparação com o ano passado. As intenções de compra da data servirão de termômetro para o desempenho do comércio pelos próximos meses, principalmente, em um momento que o poder de compra das famílias continua sendo afetado pelo desemprego elevado e a renda achatada”, afirma o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.
Os itens elencados na pesquisa reforçam, para o presidente da FCDL/Sergipe, Edivaldo Cunha, que o brasileiro, apesar de ainda conviver com o desemprego, instabilidade econômica e a informalidade, “tem uma tendência muito clara de absorver datas importantes e comemorativas para presentear seus entes queridos e expressar isso por meio da aquisição de lembranças junto ao comércio. Isso aquece muito a economia local”, diagnostica.
Em média, cada cliente deve adquirir entre um e dois presentes e apenas 37% dos entrevistados vão consultar a presenteada para descobrir o que ela deseja ganhar. Em cada dez compradores, quatro (38%) devem gastar na faixa de R$ 75 a R$ 150 com os presentes. Já considerando a média total de gastos, o brasileiro deve desembolsar R$ 198,79, cifra superior à média constatada no ano passado, que era de R$ 152,98, o que representa uma alta de 24%, já descontada a inflação acumulada no período.
Metodologia
A pesquisa ouviu inicialmente 711 consumidores de ambos os gêneros, acima de 18 anos e de todas as classes sociais nas 27 capitais do país para identificar o percentual de pessoas com intenção de gastar no Dia das Mães. Para avaliar o perfil de compra, foram considerados 600 casos da amostra inicial. A margem de erro no geral é de 4,0 pontos percentuais, a um intervalo de confiança de 95%. Baixe a íntegra da pesquisa em https://www.spcbrasil.org.br/pesquisas.