Os empresários sergipanos estão insatisfeitos com a falta de um plano para retomada da atividade econômica e cobraram providências do governador Belivaldo Chagas, que está recluso na fazenda em Simão Dias, embora não tenha a covid-19. Numa carta aberta liderada pela Federação do Comércio de Sergipe (Fecomércio) assinada por representantes de 19 entidades, foi dito que a classe empresarial apresentou uma série de sugestões ao poder público, tanto municipal como estadual, sem sucesso.
Essa não é a primeira vez que empresários vêm a público reclamar da falta de planejamento do Governo do Estado no combate a covid-19. Um deles foi o empresário Milton Andrade que, numa entrevista ao Só Sergipe, classificou a gestão de Belivaldo como uma biruta de aeroporto (leia matéria completa). Os empresários querem, urgentemente, uma explicação.
O documento, assinado por 19 entidades que representam empresas geradoras de mais de 300 mil postos de trabalho, demonstra insatisfação “pela ausência de um plano estruturado de combate à covid-19 que proteja, de forma clara e objetiva, a saúde dos sergipanos e a economia do nosso estado”. Questiona, também, a eficácia das medidas de distanciamento social e os resultados pouco expressivos no combate à doença que atinge menos de 1% da população sergipana.
Os empresários não deixaram por menos, elevaram o tom e deixam transparecer que se sentiram enganados pelo governador: “desde o início dessa crise, os empreendedores sergipanos, a duras penas, acreditando na suposta redução dos impactos da pandemia, têm acatado as medidas de prevenção e combate à propagação do vírus, impostas pelo Governo do Estado, em especial as de isolamento social e suspensão de atividades, mesmo observando que tais medidas não vêm surtindo o efeito propagado”.
E cobraram a ajuda que deram ao Governo: “os empresários, de forma a contribuir com a sociedade sergipana, somaram esforços para a compra de respiradores para atender a população, a doação de equipamentos hospitalares, o fornecimento de máscaras e outros equipamentos de proteção para os profissionais da saúde, além de campanhas de conscientização através de parcerias com a iniciativa privada, no sentido de melhorar a estrutura de saúde neste momento de pandemia”.
O setor empresarial alertou, também, que “foram apresentadas pelo setor produtivo, ao Governo do Estado, à Prefeitura de Aracaju e demais prefeituras, uma série de sugestões para a retomada das atividades econômicas, de forma gradativa e com medidas de proteção a colaboradores e o público em geral. No entanto, apesar de toda disposição dos empresários para o diálogo, o Governo de Sergipe implementou e, em seguida,revogou medidas de flexibilização sem apresentar qualquer justificativa técnica, demonstrando total falta de planejamento e prejudicando ainda mais diversos setores da nossa economia, elevando o desemprego, que hoje já atingiu milhares de pessoas em todo o Estado, além da falta de previsibilidade faz com que as empresas não consigam manter seus colaboradores”.
E cobraram: “vários setores da economia estão sendo vistos como os grandes vilões propagadores do vírus pelos
governantes e órgãos fiscalizadores, será que terá de acontecer uma grave depressão social e econômica para que escutem a nossa voz? Poderá ser tarde demais! Quando teremos uma resposta?”
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Eles destacam que, “o fato é: a situação atual traz profunda insegurança à sociedade em geral, aos empresários, colaboradores, informais e autônomos, fazendo-se necessária a apresentação urgente de um Plano de Expansão da Estrutura de Saúde para atendimento às vítimas do covid-19, simultaneamente com um Plano de Retomada das atividades econômicas, com o objetivo de salvar vidas e preservar empregos”.
E alertam: “se um diálogo mais efetivo não for feito urgentemente, priorizando as pautas apresentadas nesta carta, isso custará a prosperidade de vários anos do futuro dos sergipanos, até que se consiga superar essa tragédia que se abaterá sobre trabalhadores e empresários do nosso querido estado”.