O nível de endividamento familiar em Aracaju subiu de 69,1% para 75,7%. É o que revela uma análise da assessoria executiva do sistema Fecomércio/Sesc/Senac de Sergipe, da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do consumidor (PEIC), realizado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). O indicador é o mais alto em variação anual dos últimos cinco anos, no comparativo entre os meses de janeiro de 2017 a 2021.
A compra com cartões de crédito no comércio eletrônico foi o principal fator que provocou o maior uso da capacidade de endividamento familiar. O presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac, Laércio Oliveira, explicou como funciona a relação do endividamento com o aumento das compras pelo e-commerce.
A pandemia ensinou as pessoas a fazer compras pelo comércio eletrônico e isso implicou no aumento das compras com cartões de crédito. Esse aumento no endividamento é natural, de acordo com o que estudamos todos os meses com nossa equipe técnica. Outras modalidades de pagamento estão em recuo, enquanto a compra com cartões cresce. Isso também se deve à facilidade para as famílias poderem pagar suas compras de forma parcelada, ou no crédito rotativo, renovado a cada mês. Com o crescimento nas compras pela internet, maior o uso do cartão de crédito. A prova disso é que nunca se vendeu tanto pela internet, como nesse período do isolamento social decorrente da pandemia”, afirmou.
Os cartões de crédito lideram de forma absoluta a capacidade de compromissos das pessoas, com 93,4% do endividamento familiar, seguido pelas operações de crédito pessoal, com 15,6%, e compras por carnês, que fazem parte de 11,2% das famílias, devido ao aumento de compra na modalidade de crédito direto nas lojas, o conhecido crediário, que voltou a crescer entre as famílias depois da abertura das lojas do comércio, com as vendas diretas ao público.
Outros tipos de dívidas, somados, perfazem 17,9%. O somatório é superior a 100% das famílias, considerando o fator indicativo que é normal que as famílias possuam mais de um tipo de dívida. Quase um quarto da população, de acordo com a amostragem analisada, não possui dívidas, sendo 24,3% das unidades familiares.
De acordo com a PEIC, o nível de endividamento das famílias está entre baixo e médio. 62,7% dos entrevistados informaram que as dívidas familiares estão nesse patamar. Já 13% das famílias se encontram em nível de endividamento alto. O percentual médio da renda comprometida com o pagamento de compromissos é de 30,5% da dotação familiar. Laércio Oliveira comentou os resultados.
“Quando a família está com menos da metade da renda comprometida com pagamento de dívidas, é sinal indicativo de que está com endividamento mediano, e a grande maioria das pessoas no estado se encontram nesse nível. Temos um bom número de famílias sem dívidas, sendo uma em cada quatro, o que nos leva a entender que são aqueles que preferem fazer suas compras à vista”, afirmou.
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