Especialista em Língua Portuguesa, João Lover faz trabalhos de consultoria e revisão de textos. Recentemente, revisou o livro “O Dote de Letícia”, de Charles Albuquerque. “Digo que esse romance concentra as três cargas enérgicas da literatura: ensina, encanta e conta uma história inesquecível. É um romance universal”, afirmou. Os trabalhos de revisão de João Lover lhe renderam o cognome de “Bruxo da Palavra”, pelo escritor Cleiber Vieira. “O revisor preparado pode enxergar algo não visto pelo leitor comum, pode eliminar coisas desnecessárias (que cansam o leitor), pode resolver problemas coerenciais”, destacou.
Experiente na arte de pesquisar, Lover diz que o uso das redes sociais depende da atitude de cada um: “aproveitar o que é bom sem ser escravo”. No entanto, com relação ao ChatGPT, a Inteligência Artificial (IA), que é capaz de entregar pesquisas, Lover faz uma ressalva: “Quanto à Inteligência Artificial (IA), que já nos dá o trabalho pronto, é a morte da criatividade”. Segundo ele, os inteligentes, que podem perceber o valor de um escrito, não se deixarão dominar pela inteligência artificial, “nem vão enganar com textos que não sejam do próprio suor”.No seu blog, João Lover se define “como poeta, de uma poesia lírico-romântica, ou seja, altamente intimista, que vai do mais suave ao sensual sem traduzir vulgaridade” e que discorre ainda por diferentes temáticas. “Passagens cotidianas viram crônicas em forma de poemas. Exprimo as ideias pautado numa filosofia que leva o leitor a pensar e apresento intensa musicalidade.”
Fã de Pablo Picasso, Lover diz que pinta em forma de letras. Apaixonado por futebol, tem no seu trabalho enorme influência da MPB, e cita, dentre eles, Djavan, Gilberto Gil, João Bosco, e na poesia inspira-se em nomes consagrados como Vinícius de Moraes, Augusto dos Anjos e Manuel Bandeira.
Esta semana, pouco depois de ter lançado o livro em Palmares, João Lover, que é pernambucano, mas reside em Aracaju, conversou com o Só Sergipe. Será que ele nos conta qual a senha ou segredo que está contido no seu mais recente livro?
Lendo a entrevista você saberá.
SÓ SERGIPE – Na semana passada, o senhor lançou em Palmares, Pernambuco, o livro Revisão de texto Coerência e coesão Escrever: técnica e arte. Qual a senha ou o segredo deste poeta com relação ao livro?
JOÃO LOVER – Nesse livro, exponho esclarecimentos que norteiam a boa escrita, ofereço várias ferramentas da técnica indicadoras do caminho do aperfeiçoamento. Ponho o meu tempero, mostro estudos profundos: conhecimentos os quais o estudante só aprenderia daqui a vinte anos. Disponibilizo a senha, a chave e o segredo para que realmente haja assimilação do conteúdo. Em vez de apenas decorar, o estudioso vai entender como funcionam os mecanismos linguísticos. Em consequência, ficará mais seguro ao escrever.
SÓ SERGIPE – Este livro já pode ser encontrado em Aracaju? Onde os interessados podem comprá-lo?
JOÃO LOVER – Em Aracaju, o livro está sendo vendido na Livraria Escariz e na Livraria Leitura. Também pode ser comprado pelo site do Amazon. Também pode ser adquirido contatando-me pelo WhatsApp (79) 99606-9534.
SÓ SERGIPE – São quantos livros já escritos, entre técnicos e de poesias?
JOÃO LOVER – Já publiquei quatro livros com poemas. Esse de agora é o quinto livro, por enquanto, o único didático (técnico), na verdade, três livros em um. Cada capítulo é um compêndio.
SÓ SERGIPE – Há outros livros sendo trabalhados?
JOÃO LOVER – Já estão produzidos textos suficientes para mais dois livros de poemas: um desses livros é dedicado ao público infantil (será um livro ilustrado e colorido).
SÓ SERGIPE – Há, também, o seu talento de compositor. Pode dar alguns exemplos de músicas que tiveram sucesso?
JOÃO LOVER – O sucesso ainda não veio. Mas já está pronta mais de uma dezena de canções. Creio que algumas delas, um dia, serão sucesso. Títulos de algumas músicas: Fogo de Amar (João Lover & Edvaldo Vitta), Definindo a Saudade (João Lover & Edvaldo Vitta), Grandeza II (João Lover & Edvaldo Vitta), Asno Invejoso (João Lover; Edvaldo Vitta; Zé Ripe), A Menina do Sertão (João Lover & Zé Ripe), Grito Sertanejo (João Lover & Zé Linaldo).
SÓ SERGIPE – O senhor viaja tranquilamente na Língua Portuguesa, é poeta também. Como surgiu seu interesse em estudar nosso idioma e como brotou o talento para a poesia?
JOÃO LOVER – Sempre tive facilidade com a Língua Portuguesa. O professor Giuvanisso Valdevino me inspirou (deu-me aula, no começo da década de 1990, em um cursinho preparatório para o concurso do Banco do Brasil, em Palmares-PE). Desde que comecei na faculdade, no curso de Letras, em 1995, estudo e trabalho o Português de forma investigativa. A prática literária com o trabalho de revisor textual fizeram-me evoluir. Dedico-me à poesia desde meados da década de 1980 (quando comecei a colocar poemas ou o que chamei de poemas num caderno). Em 1995, publiquei o meu primeiro livro: Infinito prazer. Hoje, já tenho um cabedal de mais de 400 poemas.
SÓ SERGIPE – O senhor escreveu um artigo em que coloca o porquê [substantivo] em discussão. Por quê?
JOÃO LOVER – Fiz esse artigo, que está no meu blog: www.joaolover.blogspot.com, por conta de ter visto, mais uma vez (dita por alguém ensinando na internet), a afirmativa errônea: o porquê substantivo (ou substantivado) sempre é antecedido de determinante (ERRADO). Os determinantes do substantivo são o artigo, o adjetivo, o pronome e o numeral. O que define a substantivação é a função sintática. Quem ler no meu blog verá que os teóricos caem em contradição. Exemplo: A palavra porquê nos provoca. Observe que, nesse exemplo, o porquê (substantivo) está antecedido pelo substantivo “palavra”.
SÓ SERGIPE – No seu blog, o também escritor Cleiber Vieira o chama de “Bruxo da Palavra”, ressaltando que é no bom sentido. Que magias o Bruxo da Palavra pode compartilhar conosco?
JOÃO LOVER – Língua Portuguesa é fácil. Escrever é difícil. O que é realmente mágico é a criação (a coisa mais difícil: criar algo extraordinário). Cleiber Vieira cognominou-me Bruxo da Palavra porque sabe da minha capacidade como revisor. O revisor preparado pode enxergar algo não visto pelo leitor comum, pode eliminar coisas desnecessárias (que cansam o leitor), pode resolver problemas coerenciais. Enfim, dar ao texto precisão técnica. A base é dizer da melhor maneira. E que essa maneira seja gramaticalmente correta. Isso se refere à competência de intervir no texto sem tirar a originalidade.
SÓ SERGIPE – Ao longo dos anos de carreira, muitos livros foram revisados pelo senhor. Acredito que um deles foi O Dote de Letícia, não é?
JOÃO LOVER – Sim! Com a experiência, a gente pensa não encontrar coisas surpreendentes na literatura (também sou crítico literário). O romance “O dote de Letícia” surpreendeu-me, como também me surpreendeu o escritor Charles Albuquerque, pelo conhecimento e pela inovação. Digo que esse romance concentra as três cargas enérgicas da literatura: ensina, encanta e conta uma história inesquecível. É um romance universal: discute os melhores temas relacionados à vida de modo inusitado, concentra lições preciosas. Recomendo! Professo que será bestseller.
SÓ SERGIPE – Como estudioso da Língua Portuguesa, uma pergunta é inevitável: como o senhor avalia o sistema de ensino brasileiro, notadamente, na sua área?
JOÃO LOVER – Essa pergunta é complicada. Com a experiência de aluno e de professor, posso dizer que a maioria das pessoas sabe ou aprende Língua Portuguesa decorado. Lembrando a essência do meu livro: texto é lógica, significado e sentido. Temos de conhecer as palavras e estabelecer a relação. Isso é o caminho para uma escrita clara e coerente. Não apenas ler ou construir a frase, mas raciocinar sobre o que está escrito. A técnica não é a fórmula, mas ajuda sensivelmente a expressão.
SÓ SERGIPE – As redes sociais têm contribuído de forma positiva ou negativa na formação de novos leitores?
JOÃO LOVER – O importante com a leitura é apropriar-se do conhecimento. Outra coisa: temos de ser inteligentes para saber escolher. Digo que informação fácil e rapidez estão prejudicando a memória de quem está viciado em redes sociais. Tudo depende da atitude da cada um: aproveitar o que é bom sem ser escravo.
SÓ SERGIPE – Ainda citando as redes sociais, hoje os jovens usam muitas abreviaturas na comunicação escrita. Como o senhor avalia essa forma de comunicação?
JOÃO LOVER – Não é condenável utilizar essas abreviaturas. Tudo depende do contexto. Por conta da questão tempo, podemos, sim, utilizar abreviaturas (vc, blz, q) sempre que o contexto permitir. Não se deve usar quando o contexto exige formalidade (no trabalho científico etc.)
SÓ SERGIPE – Num passado não muito distante, fazer pesquisa demandava a ida a uma biblioteca e consulta a vários livros. Hoje, basta ir ao Google. E, se não quiser, o Chat GPT lhe dá o trabalho pronto. Como o senhor encara essas novas tecnologias?
JOÃO LOVER – A boa pesquisa ainda passa pelos livros e pode ocorrer na biblioteca, também é inevitável pesquisar no Google. Como já disse, temos de aproveitar a informação da melhor forma. Não podemos ser escravos da tecnologia. Devemos, para um trabalho que exige pesquisa, pesquisar exaustivamente no sentido de construir algo significativo. Quanto à Inteligência Artificial (IA), que já nos dá o trabalho pronto, é a morte da criatividade. Já é difícil ser original sem a IA, imagine com ela. Uma coisa é certa, os inteligentes os quais podem perceber o valor de um escrito não se deixarão dominar pela inteligência artificial, nem vão enganar com textos que não sejam do próprio suor. Não há fórmula mágica, a boa escrita depende da inteligência, do conhecimento e da capacidade de criar do ser humano: saber e fazer. O resto é enganação.
SÓ SERGIPE – Como surgiu o nome artístico João Lover?
JOÃO LOVER – Meu nome de batismo é João Ferreira da Silva, 57 anos. Sou um cara sentimental, gosto do formato popular do desenho do coração, às vezes, costumava desenhar. Em 1991, fiquei desempregado, resolvi montar uma pequena lanchonete. A dúvida: qual seria o nome? O conjunto Metrô (que fez sucesso na década de 1980) gravou a música Johnny Love. Resolvi que o nome da lanchonete seria Lanchonete Johnny Love e que o símbolo seria um coração. Fiz o letreiro, o estabelecimento começou a funcionar; e os frequentadores começaram dizer instintivamente (referindo-se a mim ou à lanchonete) Johnny Love ou João Love. Quando resolvi publicar meu primeiro livro (1995), adotei o nome artístico Johnny Love. Depois entendi que ficou muito americanizado. Então, a partir de 1998 (ano de publicação do meu segundo livro: O olhar impossível…), passei a usar o nome artístico João Lover. Ficou mais brasileiro e também houve ganho na sonoridade.
SÓ SERGIPE – Em entrevista, o senhor disse algo sobre observar o texto de forma investigativa. Traduza isso.
JOÃO LOVER – Desde 1995, quando cursava o primeiro período de Letras na Famasul, investigo o texto (principalmente em relação ao uso da Língua Portuguesa). Discorro sobre isso neste meu quinto livro: não somente ver e entender a frase, observar a possibilidade de significado, a congruência gramatical, a posição das palavras, enfim, toda a estrutura e o sentido. Investigar, por exemplo, a diferença em colocar ou em tirar uma vírgula, em usar ou não o acento indicador da crase, perceber ambiguidades, saber eliminar o que é desnecessário. Ou seja, conhecer tecnicamente o texto. Como eu digo, conhecer as palavras e estabelecer a relação. Repetindo: o texto é lógica, significado e sentido. Raciocinar com cada frase. Devemos usar a palavra adequada de acordo com o contexto. Transposições metafóricas à parte, é imprescindível clareza e coerência. Falamos da essência do meu livro.
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