“Não deixa de ser, contudo, uma forma de levantar o moral desse meu representante do que melhor li, até agora, nesse território de ilusões chamado literatura”. Esse é um extrato do conto “Letras com sangue”, que integra o livro “Rasuras do imaginário”, do sergipano Joevá Santana. O livro será lançado neste sábado, 11, a partir das 19 horas, no Mini Golf Bar & Acepipes, na avenida Ivo do Prado, com sessão de autógrafos e uma espécie de sarau, quando amigos farão a leitura de alguns dos contos, além de muita música.
A música será por conta de Aldemir Barros, cantor nas noites de Aracaju, ex-aluno de Jeová, no Centro de Excelência Ministro Marco Maciel, e hoje alçado à condição de amigo. A escolha do local foi feita a dedo. A Ivo do Prado é a continuidade da Rua da Frente. Esta, na opinião do escritor, é “a rua mais bonita do mundo”. Ele também considera a literatura “a palavra mais bonita do mundo”. Neste lançamento, em que Jeová vai comemorar trinta anos de estrada, “nada melhor que ter a paisagem do rio Sergipe como testemunha”. diz.
Este livros de contos é, na verdade, um complemento de outros do mesmo gênero que o autor conduz com maestria, a exemplo do “Dentro da casca”, “A ossatura” e o “Inventário de ranhuras”. Neste novo livro, além do conto “Letras de sangue”, o leitor vai mergulhar no pesadelo, nos labirintos da memória pelo olhar da criança em “A coleira do silêncio”, “Tantas águas” e “O ossinho de tia Gusta”, que alinhava-se a uma galeria de personagens estranhos como o justiceiro de “Espancamento”; o vizinho ladrão em “Galinhada”; tarados que vão do voyeurismo em “Kátia lendo”, à concretização do desejo carnal em “Nebulosas” ou prestes a realizá-lo em “Dálias”.
Dessa vez, a violência e os absurdos, sobretudo, no território urbano, também são registrados por contos curtos e micros. Nestes, o instantâneo torna-se afeito aos tempos que ora atravessamos, nos quais os abusos da imagem solapam a empatia e solidariedade. Nesse caso, a literatura pode ser um antídoto contra a espetacularização. Aqui, o leitor vai sentir-se em casa. Ou não.
Jeová Santana nasceu em Maruim, em 1961. É professor titular da Universidade Estadual de Alagoas, aposentado da rede pública de ensino em Aracaju, mestre em Teoria Literária pela Unicamp e doutor em Educação e Ciências Sociais pela PUC-SP.
É autor de Dentro da casca (1ª. ed.1993; 2ª. ed. 2019 – Menção Honrosa no Prêmio Núbia Marques de Contos – 1990), A ossatura (2002), Inventário de ranhuras (2006), Poemas passageiros (2011), A crítica cultural no ensaio e na crônica de Genolino Amado (2014), O internato como modelo educacional segundo a literatura: um estudo sob a perspectiva da teoria crítica (2015), Solo de rangidos (2016) Estilhaços (2021) Rasuras do imaginário (2023).
Participou das coletâneas Caleidoscópios: por entre imagens, gêneros, educações e histórias (UFPE/Sorbonne University, 2015) Chico Buarque, o romancista: ensaios (2021) e Sobressaltos: Antologia de poemas contemporâneos brasileiros (a sair no próximo ano). Também para o próximo ano, Poemas passageiros (versão bilíngue, português e espanhol).
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