Caso não ocorra nenhuma nova onda de contaminação da Covid-19 no estado, a estabilização natural da doença em Sergipe ocorrerá a partir do dia 20 de julho deste ano. A previsão foi divulgada na manhã desta segunda-feira, 15, por pesquisadores do Laboratório de Economia Aplicada e Desenvolvimento Regional da Universidade Federal de Sergipe (UFS). A estimativa ainda não considera os efeitos da vacinação da população contra o novo coronavírus ou o uso de medicamentos.
“Estamos falando de uma previsão de estabilização natural, situação em que o número de novos casos diários é de aproximadamente cinco ou menos, em média. É importante também ressaltar que a demora no processo de vacinação aumenta a probabilidade de ocorrência de pequenos surtos, que podem evoluir até mesmo para uma terceira onda”, afirma o professor de Economia da UFS, Fábio Rodrigues Moura.
“É bom frisar que a previsão de estabilização vem se prolongando ao longo do tempo e pode se estender ainda mais por conta de uma série de fatores, como o comportamento da população no distanciamento físico e o andamento do processo de imunização”, acrescenta o pesquisador.
A análise desenvolvida no âmbito Projeto EpiSergipe se baseia nos boletins epidemiológicos da Secretaria de Estado da Saúde, no período de 15 de março do ano passado, diante da confirmação do primeiro caso da doença no estado, até 11 de fevereiro deste ano, quando a pandemia alcançou o 334º dia no território sergipano.
O índice de isolamento social no período de fevereiro de 2020 a janeiro 2021 aponta que o máximo do isolamento para o período analisado em Sergipe foi de 45,6% e 43,9% nos meses de abril e maio, respectivamente. No Brasil, as taxas ficaram em 41,7% e 41,6%.
“Ao longo dos meses, a média de isolamento social foi de aproximadamente 37,8% para Sergipe e 39,2% para o Brasil. A não tendência de queda e estabilidade das taxas se deve ao fato da retomada das atividades econômicas a partir de decretos do governo estadual,” afirma o pesquisador.
A média diária de mortes no primeiro mês deste ano foi de aproximadamente 9,48 óbitos por dia, a maior média diária em um mês desde agosto de 2020, quando atingiu 13,64. Isso, segundo o professor, “demanda preocupação dada a realidade ainda inipojetocial do processo de vacinação. Nos primeiros 11 dias de fevereiro, a média diária de óbitos caiu para 7 por dia, resultado ainda superior a todas as médias diárias mensais desde agosto de 2020”.
Durante o mês de dezembro de 2020, a taxa de crescimento média de novos casos foi de 0,74% ao dia com média de 721 casos por dia. Em janeiro de 2021, o índice caiu para 0,64% ao dia. Já nos primeiros 11 dias de fevereiro, reduziu-se para 0,37% ao dia com média de 521 casos diários. A previsão é para 149.130 casos acumulados da doença no estado até o dia 28 de fevereiro de 2021.
Estima-se que a taxa de reprodução do vírus (Rt) se encontra atualmente no intervalo entre 1,25 e 0,94. “Ainda que se considere o início da vacinação, é necessário uma taxa de transmissão consistentemente abaixo de 1 para que a doença se estabilize,” finaliza Fábio Moura.
A Universidade Federal de Sergipe firmou uma parceria com o Governo de Sergipe para o desenvolvimento de um projeto que visa acompanhar o grau de contaminação e os impactos do coronavírus em Sergipe. O investimento será de R$ 4.160.000,00.
Subdividido em três vertentes, o projeto terá duração de um ano e consiste em monitorar o nível de infecção por Covid-19 no estado, identificando-se a prevalência em quinze municípios sergipanos, estimar os impactos socioeconômicos da pandemia no estado e acompanhar os impactos sociais em populações mais vulneráveis.
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