Por Natanael Fernandes de Souza (*)
Na Grécia Antiga, Tales de Mileto, Anaximandro de Mileto e Pitágoras de Samos são reconhecidos como os três pré-socráticos mais influentes. Os dois primeiros pertencem à escola jônica, enquanto Pitágoras é o fundador da escola pitagórica.
Sócrates, por sua vez, destacava-se por seu desejo insaciável de aprender e sua intensa paixão pela filosofia. Esse caráter dual — a busca incessante pelo conhecimento e a efemeridade da paixão — formou um binômio perfeito, pois, embora a busca pelo conhecimento seja perene, a paixão frequentemente é fugaz e dolorosa. Essas características se inter-relacionam e moldam o pensamento ocidental até hoje.
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Embora Sócrates não tenha deixado obras escritas, seu legado foi preservado e disseminado por meio de seu discípulo Platão e, posteriormente, por Aristóteles, também discípulo de Platão. Através de suas divergências, Aristóteles contribuiu inadvertidamente para a validação do pensamento socrático, defendendo a liberdade de expressão e o respeito pelas opiniões divergentes.
Sócrates nasceu de Fenareta, uma parteira (ou “obstetriz”, como se dizia na época), e de Sofronisco. A profissão de sua mãe influenciou a maneira como ele conceptualizava seu próprio método filosófico. Ele comparava seu papel ao dela, afirmando que não “dava à luz” conhecimento, mas ajudava os outros a “parir” suas próprias ideias. Essa metáfora gerou o conceito de maiêutica, que é o método socrático de questionamento, no qual ele conduzia seus interlocutores à descoberta da verdade por meio do diálogo.
Esse método é composto por duas etapas principais: ironia e maiêutica.
Ironia
Na fase da ironia, Sócrates faz perguntas que aparentam ser simples, mas têm o objetivo de revelar contradições nas crenças do interlocutor. Essa abordagem ajuda a expor a ignorância sobre determinado assunto, levando o outro a reconhecer que suas opiniões podem ser superficiais ou baseadas em preconceitos. O objetivo é afastar-se da doxa (opinião) para alcançar a episteme (conhecimento verdadeiro).
Maiêutica
A segunda fase, conhecida como maiêutica, deriva da profissão de sua mãe. Nela, Sócrates busca auxiliar o interlocutor a “dar à luz” novas ideias e conceitos, promovendo uma compreensão mais profunda do tema em discussão. Por meio de perguntas direcionadas, ele estimula o raciocínio crítico e a construção de um conhecimento mais sólido e verdadeiro. Esse método desafia crenças existentes e promove um ambiente de aprendizado no qual os indivíduos são encorajados a pensar de forma autônoma e a desenvolver suas próprias conclusões.
O famoso lema de Sócrates, “só sei que nada sei” (ou, de forma mais completa: “Só sei que não sei nada em sua totalidade, mas sei mais do que aquele que não sabe que nada sabe”), enfatiza a busca contínua pelo conhecimento. Ele reconhecia que a verdadeira sabedoria reside na consciência da própria ignorância.
Sócrates foi condenado à morte por envenenamento com cicuta, acusado de corromper a juventude e blasfemar contra os deuses da cidade.
Fontes:
Uma breve reflexão sobre a importância de Sócrates na filosofia … https://zamboneducacional.com/uma-breve-reflexao-sobre-a-importancia-de-socrates-na-filosofia-ocidental/
Biografia de Sócrates: A vida e filosofia do grande pensador grego https://portal.estrategia.com/materias/biografias/biografia-de-socrates-a-vida-e-filosofia-do-grande-pensador-grego/
Sócrates – Manual do Enem – Quero Bolsa https://querobolsa.com.br/enem/filosofia/socrates
Sócrates e a verdade interior – Brasil Escola – UOL https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/socrates.htm
Qual a contribuição de Sócrates para a filosofia? – Educa Mais Brasil https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/dicas/qual-a-contribuicao-de-socrates-para-a-filosofia
Sócrates – Toda Matéria https://www.todamateria.com.br/socrates/
Sócrates: vida, obras e principais ideias – Brasil Escola https://brasilescola.uol.com.br/biografia/socrates-biografia.htm
Quem foi Sócrates? Vida, obra e filosofia do andarilho de Atenas https://www.brasilparalelo.com.br/artigos/quem-foi-socrates