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Explicaê, startup sergipana, tem 2 milhões de alunos no país

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Enquanto muitos empresários estão preocupados com a situação financeira, em virtude das medidas impostas pelos governos para conter o avanço da covid-19, os gestores da startup Explicaê, estão empolgados com o crescimento. A empresa sergipana, fundada há três anos, tem hoje cerca de 2 milhões de alunos em todo o país, e metas para, literalmente, ganhar o mundo no setor educacional.

Mas o que é a Explicaê? A definição está na sua própria página na internet: “Somos o cursinho online com foco na preparação para o ENEM e vestibulares de um jeito leve e divertido”. A empresa conseguiu fechar um contrato com o Governo de São Paulo para atender a todos os alunos da rede, através do serviço remoto. Em Sampa, segundo dados da Secretaria de Educação daquele Estado, são 1,5 milhão de estudantes cursando o ensino médio.

Mas como santo de casa não faz milagres, a Explicaê ainda não decolou em Sergipe. Apenas 1,7% dos usuários da plataforma são do estado. O diretor administrativo e financeiro da startup, David Barretto, diz que existem tratativas em andamento com o Governo do Estado em estágio avançado. O serviço também foi oferecido às escolas particulares de Sergipe, mais de 50 colégios foram visitados, mas somente um fechou negócio.
“É um trabalho de formiguinha”, reconhece David Barretto que, em tempos de pandemia viu os estudantes procurarem mais a plataforma de cursinho on line.

São oferecidos três planos para os estudantes: o Plano Combo Ilimitado, por parcelas de até R$49,99 por mês, que é o mais vendido; Enem e vestibulares tradicionais 2020, por até R$17,99 por mês; e revisão do nono ano, 1º e 2º, por até R$10,90 por mês. Antes de assinar um plano, o estudante pode experimentar a plataforma gratuitamente por sete dias.

Além do acesso ao conteúdo online, a Explicaê desenvolveu um produto físico, um caderno de questões com todas as provas do ENEM separadas por matéria e assunto, e que é vendido para todo o Brasil. A expectativa é distribuir doze mil cadernos no país. “Só que já vendemos 4 mil. E até por conta dessas parcerias, a nova expectativa é triplicar esse número” anima-se David.

“Basicamente, somos um ensino médio digital com vídeoaulas, apostilas teóricas, simulados, monitorias e planejamento de estudos”, disse David, ao lembrar que a plataforma começou a ser desenhada no final do primeiro semestre de 2016, mas somente em março de 2017 é que foi ao ar.

O Explicaê tem um quadro com 40 professores – sendo até três por disciplina – e cerca de quatro mil vídeos gravados. “E estamos gravando há algum tempo aulas do ensino fundamental que vamos lançar ainda este ano”, disse.

Dentro da plataforma há vídeo aula, apostila, exercício. Mas dispõem de monitoria de dúvida 24 horas.  Isso é feito de maneira personalizada, individualizada, dá a possibilidade de interagir com monitores que gravam vídeos sobre como resolver a questão que o aluno está em dúvida. Mesmo com a quantidade de alunos, há proximidade entre ele e o professor.

Basicamente, enquanto que na escola uma aula tem 50 minutos de duração, no Explicaê, essa mesma aula é dividida em cinco partes de 10 minutos e são editadas levando em conta a linguagem do aluno, com uma pegada bem divertida, tomando como referência os youtubers. O objetivo é reter a atenção do aluno e isso vem dado certo.

Crise impulsionou

Responsável por toda a operação comercial, de marketing, logística e de relacionamento com os alunos, Bruno Oliveira disse que a crise da covid-19 impulsionou os negócios e diversas parcerias foram fechadas neste período. Além das negociações com o Governo de Sergipe, a Explicaê está conversando com outros oito Estados, mas Bruno prefere não revelar quem são, por enquanto. “Cada Estado tem seu processo, suas especificidades. É algo natural de cada um”, diz.

De olho no futuro, Bruno acredita que o ensino à distância (EaD), adotado por quase todas as escolas em virtude da covid-19, é o caminho. “Já existe até discussão no Ministério da Educação para que um percentual da certificação de conclusão do ensino médio possa ser em EaD.

“Com essa crise da covid-19 a discussão tem avançado bastante. O ensino superior pode ser a distância, por que o mesmo não pode acontecer com médio?”, questiona. E quando o ensino médio puder ocorrer a distância, o Explicaê deixará de ser um cursinho on line “e seremos uma escola. Esse vai ser um marco para a nossa história e para a educação no Brasil”, aposta Bruno.

Na definição de Bruno, a Explicaê é uma empresa de educação e tecnologia. “Além de todo o conteúdo e orientações pedagógicas, conseguimos passar orientação para diminuir ansiedade, ouvir os conflitos pessoais dos alunos. Somos humanos e estamos muitos próximos do nosso aluno. Esse é nosso grande diferencial, que foi construído lá atrás. Não é por que somos digitais que não podemos ser amigos dos nossos alunos. Isso me dá muito orgulho”, afirma.

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Antônio Carlos Garcia

CEO do Só Sergipe

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