Uma economia forte se constrói quando o estado é parceiro do setor produtivo. Esse tem sido o norte da administração de Fábio Mitidieri para promover o avanço econômico nos 75 municípios de Sergipe. Nesta segunda-feira, 13, em visita ao Centro Empresarial Integrado de Tobias Barreto, o governador do estado se reuniu com um grupo de empreendedores das indústrias têxtil e ceramista, para ouvir as principais necessidades de quem produz na região, bem como entender os motivos que estão levando empresários sergipanos a migrarem para o município vizinho de Itapicuru, no estado da Bahia.
“O nosso objetivo aqui hoje, muito mais do que falar, é ouvir vocês. Queremos entender o que tem estimulado a geração de empregos na região, e conhecer as possíveis ameaças que têm levado comerciantes e industriais a abrirem seus negócios na cidade vizinha. Trouxe parte importante da minha equipe para participar deste encontro, entender as dores e angústias de vocês, para na medida do possível encontrarmos soluções. O que queremos é ser o governo do emprego e da renda, e jamais conseguiremos isso sem a ajuda da iniciativa privada”, disse Fábio Mitidieri.
Reconhecida historicamente por sua economia pujante, que concentra, de um lado, o polo da moda, na cidade de Itabaianinha, e do outro, o polo das confecções, em Tobias Barreto, a região centro sul de Sergipe vem passando por um processo de estagnação e encolhimento econômico ao longo da última década. De acordo com empresários da região, esse fenômeno está diretamente associado à falta de competitividade, que também passa pela ausência de incentivos para promover o comércio local e atrair compradores.
Entre as pautas levantadas pelos empreendedores da região está não apenas a discussão sobre a diminuição das alíquotas, por parte da Secretaria de Estado da Fazenda, como forma de estimular a economia local, mas também a implementação de políticas de qualificação profissional e investimentos em infraestrutura, a exemplo da criação de um roteiro turístico para promover o polo de confecções dentro e fora do estado.
“Atualmente, das 691 empresas em atividade no município de Itapicuru (BA), 65 são do setor têxtil. Dessas empresas, cerca de 80% são de empresários tobienses, que migraram para lá. Esses negócios, juntos, geram mais de 1.800 empregos diretos e movimentam R$ 68 milhões ao ano, recursos esses que poderiam estar circulando e aquecendo a economia de Tobias Barreto”, frisou o contador Marsílio Andrade, autor de um estudo encomendado sobre as transformações na economia local.
De acordo com ele, o problema não é de incentivo fiscal, já que a política tributária praticada em Sergipe é uma das mais atraentes e chega a ser, inclusive, melhor do que na Bahia. “É preciso levar em conta outras questões, como a infraestrutura mais barata, o valor do metro quadrado para construir. Além disso, como 72% das empresas daqui se encaixam como Simples Nacional, uma saída poderia ser aumentar o limite de faturamento, que hoje se encontra em R$ 360 mil para microempreendedores”.
Defensor assíduo da bandeira do emprego e da renda, o deputado federal Thiago de Joaldo (PP) também falou das potencialidades da indústria de confecções para gerar empregos na região. “O agro é muito importante e responde por cerca de 30% de toda a economia brasileira, porém emprega somente 7%. A indústria têxtil, ao contrário, tem uma capacidade extraordinária para empreender, haja vista o baixo custo de uma máquina de costura e a facilidade de oferecer treinamento para operá-la”.
Programa de Desenvolvimento
O governador Fábio Mitidieri foi elogiado pela iniciativa de abrir o diálogo com o setor produtivo e buscar, de forma conjunta, soluções para alavancar a economia local e devolver o ritmo do progresso a ambos os municípios. “Há 20 anos não tínhamos uma ação direta do governador do estado em nossa cidade, que é uma região tão estratégica para geração de empregos. Só temos gratidão pelo senhor ter vindo até aqui e ouvido atentamente o que esses bravos empreendedores têm a dizer”, disse o prefeito de Tobias Barreto, Dilson de Agripino.
Fábio aproveitou o encontro para prestar contas da atuação de seu mandato nesses primeiros dois meses de gestão. “Estamos trabalhando para apresentar já nos próximos dias um combo de desenvolvimento para o estado, com a definição de programas, leis, criação de agências de desenvolvimento, enfim, uma série de iniciativas que visam alavancar a nossa economia, desburocratizar as nossas regras, facilitar o ambiente de negócios e melhorar a vida do empresário sergipano, para que a gente dê o pulso na economia que a gente tanto espera”, destacou o governador.
De acordo com ele, um estudo muito minucioso vem sendo realizado para que o estado possa caminhar engrenado com todas as pastas. “Fizemos o dever de casa, a secretária da Fazenda foi segmento por segmento, vendo o que dava para ser feito neste primeiro momento, vendo qual a legislação do estado vizinho que está dando a diferença em competitividade, estudando cada segmento da nossa economia, aquilo que o estado de Sergipe poderia fazer, neste primeiro momento, para poder oferecer mais condições de ajudar o empresariado sergipano. Nós pegamos um estado equilibrado, orçamentariamente organizado, mas que precisa dar um salto no desenvolvimento e a gente só vai conseguir isso com a união de todos!”, considerou.
Ele também falou de seu esforço pessoal para apresentar as potencialidades de Sergipe ao Brasil e atrair novos investidores. “Na última semana estive em São Paulo, onde tive a oportunidade de apresentar as nossas oportunidades para grandes grupos de investidores. Já estamos discutindo um Sergipe Day com a Fiesp [Federação das Indústrias do Estado de São Paulo], para apresentar as nossas potencialidades no petróleo e gás, e vamos também fazer um grande evento para promover o nosso estado com o BTG Pactual, aberto para todos os segmentos”.
Fábio finalizou o encontro assegurando aos empresários locais o empenho total da gestão para promover o desenvolvimento de todos os segmentos econômicos do estado. “Estamos discutindo também com grupos internacionais, gente que quer aproveitar o momento do estado de bom pagador, apresentando as potencialidades no agronegócio, no turismo, no petróleo e gás, trabalhando para melhorar a nossa malha aérea, enfim, são diversas frentes sendo abertas ao mesmo tempo. Sei da minha responsabilidade, sei do tamanho da cobrança que recebo todos os dias, mas ninguém cobra mais do que a minha consciência me cobra”.