Se você caro leitor, amiga leitora, assim como eu, não ganhou o prédio de R$ 541.969.966,29 da Mega-Sena da Virada, precisamos seguir em frente, temos que continuar labutando, os boletos nos esperam. Sai ano, entra ano, os boletos continuam.
No último artigo do ano, ocupei o nobre espaço deste jornal para desejar boa sorte, saúde e fé para encarar o ano de 2023. Só recordando, o inacreditável e pesado ano de 2022 começou com uma guerra entre a Rússia e Ucrânia, que em fevereiro completa um ano. E findou com a morte de uma rainha, um rei e um papa emérito.
No apagar das luzes de 2022, partiram Edson Arantes do Nascimento, o rei Pelé, e alemão Joseph Ratzinger, o papa emérito Bento XVI.
Pelé morreu no dia 29 de dezembro, após trinta dias internado no Hospital Albert Eistein, aos 82 anos. Bento XVI, papa emérito, morreu no derradeiro dia do ano, 31/12, aos 95 anos.
Começamos 2023 com mais de oito bilhões de pessoas na Terra, com suas necessidades e desejos. E… muitas crises.
Temos um mundo cada vez mais desigual. A concentração de renda aumentou muito, mesmo no período pandêmico. Para muitos a pandemia do coronavírus iria ensinar o mundo a ser melhor. Ledo engano, pioramos.
As desigualdades aumentaram e com ela a fome e o número de desvalidos.
No penúltimo dia de 2022 assistimos ao papelão protagonizado pelo mito-imbroxável, que se escafedeu para a Flórida, EUA, confirmando que o “Brasil não é um país sério”, segundo Charles de Gaulle. Triste, vergonhoso, deplorável.
No primeiro dia de 2023 assistimos à posse de um novo governo, renovando esperança de dias melhores. Com discursos bonitos e posse cheia de simbolismos e teatralidade, o governante que entra promete diminuir nossas desigualdade. Aliás, todos que entraram também prometeram, faz parte do métier político. Estamos ressabiados de promessas e palavras bonitas, queremos ações.
Faço minhas as palavras do poeta mexicano e Nobel de Literatura de 1990, Octavio Paz: “Uma sociedade quando se corrompe, a primeira coisa que gangrena é a linguagem”.
Se o presidente Luís Inácio Lula da Silva, não tiver a grandeza de entender que foi eleito para ser melhor e diferente das duas vezes anteriores, em que governou o Brasil, estará fadado ao fracasso. Embora seja bom de lábia, um “encantador de serpentes”, segundo Ciro Gomes, ele tem que mostrar a que veio.
Lula elegeu-se, em uma disputa sangrenta, prometendo governar para todos e não somente para sua seita. Oxalá, o faça.
Sabe por que a virada de ano é chamada de réveillon? O termo deriva do verbo francês “réveiller” que significa “acordar”, “reanimar”, “despertar”. Assim, o réveillon é o despertar de um novo ano…
Desejo que despertemos e tenhamos muitos sonhos para realizar; que a felicidade e a esperança andem ao nosso lado, que o ano seja repleto de realizações, mudanças, objetivos, surpresas, viagens, trabalho, saúde, paz, amor, felicidades, sucesso, amigos, família e espiritualidade!
A virada do ano é apenas uma contagem regressiva. Deus criou o tempo, o homem inventou o calendário. O que realmente muda a nossa vida, são as escolhas que fazemos todos os dias. Que os sentimentos de amor e renovação, comemorados na virada do ano, iluminem nossas mentes o ano todo. Feliz ano todo para todos.
Que 2023 seja o ano novo que você deseja.
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(*) Luiz Thadeu Nunes e Silva é engenheiro agrônomo, palestrante, cronista, escrevinhador e viajante. Autor do livro “Das muletas fiz asas” pela N’versos. O latino-americano mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, visitou 151 países em todos os continentes.