A partir desta segunda-feira, 29, a Federação das Indústrias de Sergipe (Fies) vai procurar todos os deputados estaduais para mostrá-los os riscos para a economia sergipana, caso seja aprovado um projeto de lei do Governo do Estado, que aumenta de 17% para 25% a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para o setor. O presidente da Fies, Eduardo Prado de Oliveira, acredita que se o projeto for aprovado em agosto, haverá aumento no número do desemprego em todos os setores.
O aumento do ICMS vai incidir, diretamente, sobre o que cada empresa – incluindo as de comunicações e do setor agrícola – pagará no consumo de energia. Os cálculos feitos pelo Fies revelam que se alíquota fosse de 25% uma empresa pagaria, hoje, somente de ICMS, R$ 460 mil, valor exorbitante para os empresários.
O presidente da Fies, Eduardo Prado de Oliveira, diz que a empresas, atualmente, estão menos competitivas em virtude da crise econômica do país e da alta carga tributária. “Hoje, elas não estão mais competitivas e ficarão menos ainda. No final, teremos desemprego na indústria e em outros setores”, vislumbra. Para o empresário, o governo vai ter que decidir se mantém o Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI), que atrai empresas para o Estado, ou quer aumentar impostos. “O governo vai ter que decidir o que quer”, avisou.
Percentuais – Um estudo feito pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL) da Fies revelou que situação em diversos setores industriais não é um dos melhores. O economista do IEL, Rodrigo Rocha, disse que a indústria têxtil sergipana registrou uma queda de 40% na produção, entre junho de 2014 a maio de 2015 e deve dispensar 150 empregados, opera nos três turnos, quando deveria estar em quatro.
O setor agropecuário, em abril de 2015, teve um saldo negativo de 2 mil postos de trabalho. O IEL mostrou outros dados negativos da economia sergipana que tendem a piorar, caso haja majoração na alíquota do ICMS. Só em abril deste ano, mais de 58 mil cheques foram devolvidos sem fundos. No mesmo período, a taxa de inadimplência das operações de crédito, com atraso superior a 90 dias nos pagamentos, situou-se em 3,71%, a maior que a taxa do mês anterior (3,53%).