O presidente da Federação das Indústrias de Sergipe (FIES), Eduardo Prado de Oliveira, encaminhou hoje, 30, ao governador de Sergipe, Belivaldo Chagas, a proposta de isolamento vertical defendida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) enviada, também, ao presidente Jair Bolsonaro. A proposta prevê, dentre outras ações, que 9,4 milhões de trabalhadores industriais deverão fazer exames rápidos a cada 15 dias.
Hoje, às 16h30, o governador Belivaldo Chagas se comprometeu em receber, no Palácio de Despachos, representantes do setor empresarial que querem o retorno das atividades antes do dia 17 de abril, já que a situação econômica, diante a pandemia, está cada vez mais complicada.
Na carta assinada pelo presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, ele diz que o isolamento vertical aplicado na Coreia do Sul e na Alemanha, “pode ser muito bem sucedido, seguindo os preceitos da Organização Mundial de Saúde (OMS) aliando dois objetivos importantes neste momento: promover o achatamento da curva de propagação do novo coronavírus, necessário para preservar todas as vidas e para não sobrecarregar a capacidade de atendimento dos serviços de saúde; e preservar, com segurança, atividades econômicas essenciais à geração de renda e preservação dos empregos”.
A CNI entende que, embora o protocolo do Ministério da Saúde para o combate a Covid-19 “estabeleça a realização de testes apenas com pacientes com sintomas, os assintomáticos são alvo dessa estratégia, pois aproximadamente 80% da população infectada apresenta poucos ou nenhum sintoma, sendo responsável por 4\5 das contaminações locais”.
Para a CNI, o isolamento vertical é possível, “no caso do Brasil, necessária, pois as empresas e cidadãos não terão fôlego financeiro para resistir por um período prolongado de isolamento horizontal”. A CNI propõe uma parceria com o governador federal, onde o Serviço Social da Indústria (Sesi) se compromete a capacitar e dar assistência para realização de testes rápidos da Covid-19, “custeados com recursos do governo federal, para 100% dos cerca de 9,4 milhões de trabalhadores da indústria, a cada 15 dias, com isolamento social apenas de pessoas com exame positivo”.
Também seriam realizados exames moleculares (PCR), conhecidos como “contraprova”, para verificar falsos positivos da Covid-19. “Trata-se de uma estratégia complexa, mas possível e, no caso do Brasil, necessária, pois as empresas e os cidadãos não terão fôlego financeiro para resistir por um período prolongado de isolamento social horizontal”, alerta Robson Andrade.
“O objetivo, nesse caso, é contribuir para a provisão de liquidez das empresas industriais durante o período de retração das atividades empresariais, que não sabemos quanto tempo vai durar”, afirma.
Ainda segundo o presidente da CNI, a prioridade máxima, neste momento, são as ações para preservar vidas, seguindo sempre as diretrizes da OMS com relação à Covid-19. “Entretanto, é crucial que nos preocupemos também com a sobrevivência das empresas e a manutenção dos empregos”, ressalta, acrescentando que é preciso que o governo estabeleça uma estratégia consistente para que, no momento oportuno, seja possível promover uma retomada segura e gradativa dos setores produtivos.