O coordenador do Fórum Empresarial de Sergipe, Joaquim Ferreira, espera que o Governo do Estado inicie o processo de flexibilização do comércio a partir da próxima segunda-feira,8, caso o comportamento da covid-19 no Estado seja favorável. Joaquim é um dos integrantes do Comitê Gestor de Retomada Econômica (Cogere) criado, ontem, 1 de junho, por decreto do governador Belivaldo Chagas, cuja atribuição é monitorar, avaliar e deliberar sobre as medidas constantes do plano de enfrentamento e retomada das atividades econômicas.
Belivaldo Chagas convocou uma reunião do Cogere, na quinta-feira, 4, mas o horário ainda não foi anunciado.
Apesar de torcer por uma reabertura do comércio a partir da segunda-feira, Joaquim Ferreira acredita que isso ocorrerá de forma mais consistente a partir do dia 15, data, aliás sugerida por Belivaldo Chagas, durante entrevista coletiva, na segunda-feira, quando, também, prorrogou, por mais uma semana, o decreto mantendo as medidas de isolamento social.
Joaquim Ferreira lembra que a Fecomércio já enviou um plano de reabertura das atividades econômicas recentemente, mas vai aguardar para saber o que o governador Belivaldo Chagas apresentará e aí se posicionar. “Ainda seremos apresentados ao plano do governador, mas como já existem muitos trabalhos feitos, poderemos aproveitar muitas coisas e dar encaminhamento. Quero saber das ações do governo no combate à covid-19 que possam permitir a flexibilização”, afirmou.
Comércio e serviços
Enquanto Joaquim Ferreira vislumbra a reabertura do comércio na segunda-feira, o presidente da Federação dos Empregados do Comércio e Serviços de Sergipe (Fecomse), Ronildo Almeida,que também integra a Cogere, disse que se os números de contaminados e mortos continuarem crescendo, vai ser complicado essa reabertura. Ele prefere conhecer primeiro a proposta do Governo do Estado para saber como vai ocorrer essa reabertura. “É preciso ter um estudo, porque não é simplesmente abrir. Quais serão as regras para o transporte público, por exemplo?”, questiona.
Ronildo frisou, ainda, que quando se fala em comércio fechado não deve haver generalização. Isso porque os supermercados, lojas atacadistas, feiras-livres, lojas de material de construção, setor de autopeças, concessionárias de veículos e oficinas mecânicas estão abertas. “São alguns setores do comércio que estão fechados”, pontuou.
“Eu queria que amanhã fosse divulgado que não existe mais nenhum novo caso da doença e de mortes. Mas a realidade não é essa. Então, vamos aguardar, pois, para cada momento teremos que ter um pensamento diferenciado. Com muita cautela e honestidade”, frisou.
Defesa dos micros
Surpreendido pela convocação para participar do Cogere, o empresário Victor Rollemberg, presidente do Lide Sergipe (Grupo de Líderes Empresariais), disse que a luta deste segmento é para que instituições como Banese e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) possam facilitar o crédito e diminuir a burocracia para atender os pequenos e microempresários. O lide já enviou ofício para o ministro da Economia, Paulo Guedes, pedindo a diminuição da burocracia no BNDES e aguarda resposta.
“O CNPJ é mais importante que tudo, porque com ele temos muitos CPFs. Quem sustenta todos os Estados são os CNPJs e eles estão sofrendo nestes últimos 90 dias”, ressaltou. A sigla CNPJ significa Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, enquanto CPF é Cadastro Pessoa Física.
“Apesar do Lide ser formado por grandes empresários, o micro e o pequeno não têm facilidade de acesso ao crédito e queremos mudar isso”, afirmou. Nessa reunião que terá com o governador Belivaldo Chagas esta será a pauta do Lide.
“O governador convocou um representante do Lide e vamos aproveitar para falarmos sobre o acesso ao crédito. Acabar com a burocracia para o pequeno e microempresários, desde que eles estejam com o nome limpo”, adiantou.
Formação do Cogere
O Comitê Gestor de Retomada Econômica será presidido pelo Chefe do Executivo. Integram o grupo representantes da Secretário de Estado Geral de Governo – SEGG; Secretária de Estado da Saúde – SES; Secretário de Estado da Fazenda – Sefaz; Secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia – Sedetec e o Procurador Geral do Estado – PGE.
O Comitê conta também com representante indicado pelo Fórum Empresarial de Sergipe; um representante indicado pelo Lide – Grupo de Líderes Empresariais de Sergipe; um indicado pela Fames – Federação dos Municípios do Estado de Sergipe e um representante indicado pela Fecomse – Federação dos Empregados no Comércio e Serviços do Estado de Sergipe.
Os membros devem ser indicados, no prazo de 48 horas, pelos dirigentes dos organismos vinculados. A função do Comitê é considerada de relevância pública, não sendo devida qualquer remuneração pela participação dos membros.