A manutenção de um ambiente favorável aos negócios é uma das prioridades do Governo de Sergipe para impulsionar a economia, colaborando para a geração de emprego e renda. Nesse sentido, o trabalho do Sergipe Parque Tecnológico (SergipeTec) vem fazendo a diferença no suporte às empresas sergipanas. Acolhendo tanto iniciantes quanto empreendimentos consolidados, o SergipeTec vem apoiando diferentes perfis de empreendedores, nos sistemas de residência e incubação.
O SergipeTec é vinculado ao Governo de Sergipe por intermédio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec). É por via desse contrato de gestão que diversas ações de apoio às empresas lotadas no Parque são empreendidas, com a injeção de recursos financeiros e intelectuais. Atualmente, 16 empresas integram o SergipeTec, sendo 12 residentes e quatro incubadas.
“A diferença entre residência e incubação é que, na primeira, as empresas já estão em um estágio maior de maturidade. O modelo de negócio já está estabelecido, o número de clientes já é significativo… Então, o SergipeTec funciona como endereço da empresa, atendendo a demandas específicas. Já na incubação, a empresa ainda está começando, precisando de suporte de vendas, marketing, gestão financeira e outros aspectos. Nossa ação, então, é mais ampla, para que a empresa se desenvolva e tenha condições de ‘andar com as próprias pernas’”, afirma o gestor de Inovação do Parque, Thales Carvalho.
Para se tornar uma empresa residente ou incubada do SergipeTec, é preciso se candidatar via edital de fluxo contínuo, disponível no site do Parque. Cada sistema possui seu próprio edital. Os editais são atualizados duas vezes por ano, de acordo com o surgimento de novas leis e normativas para o setor. Para o mês de agosto, inclusive, está previsto o lançamento de uma atualização do edital de incubação.
A partir de então, é necessário apresentar documentações da empresa e dos sócios, para confirmar a existência do empreendimento e sua segurança social. Para empresas residentes, as exigências são maiores, de forma a atender obrigações fiscais, trabalhistas e auditorias. A parte burocrática, segundo Thales, é compensada pelos benefícios. “Disponibilizamos o acompanhamento do negócio, estratégia, equipe direcionada, elaboração de projetos e descontos fiscais, como do ISS. Então, através do edital, celebramos um contrato para que a empresa acesse essas vantagens”, explica.
O direcionamento às empresas acontece a partir da definição de pilares de necessidades, tais como capital, modelo de negócio, pessoal, marketing, vendas e processos. Assim, é montado um plano de ação, com objetivos e prazos. Quando a empresa faz parte de um segmento específico, a própria estrutura do SergipeTec é mobilizada para prestar assistência. Isso ocorre, por exemplo, por meio das equipes da Biofábrica e do Núcleo de Energias Renováveis e Eficiência Energética (Nerees). “Se for necessária uma articulação institucional ou comercial, fazemos um trabalho junto à diretoria para abrir esse canal com grandes empresas e com o próprio Governo de Sergipe”, complementa Thales.
A incubadora do SergipeTec vem passando por um processo de certificação em âmbito brasileiro junto à Associação Nacional de Entidades Promotoras e Empreendimentos Inovadores (Anpotec) e ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Na prática, o título garante que o parque sergipano poderá participar de programas nacionais, fortalecendo o potencial de projeção das empresas locais.
“Isto é um critério diferencial para que as empresas disputem financiamento de entidades como o BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento], o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], o BNB [Banco do Nordeste] e a Finep [Financiadora de Estudos e Projetos], entre outras”, exemplifica.
Mais um benefício oferecido às empresas residentes e incubadas é o valor acessível do espaço. Seguindo a referência de outros parques tecnológicos brasileiros, o SergipeTec adota o método de aluguel por metro quadrado. O tamanho da sala, portanto, varia de acordo com a necessidade de cada empresa. Há, ainda, o sistema de escritório compartilhado (coworking), que barateia ainda mais os custos, sobretudo para empresas em incubação.
“O SergipeTec oferece um dos metros quadrados mais baratos do Brasil, ao preço de R$ 25 por metro. Algumas empresas instaladas aqui tem mais de 50 funcionários, mas, por serem da área de tecnologia, acabam adotando o regime remoto. Então, mesmo sendo empresas grandes, o investimento na estrutura física acaba sendo reduzido. É uma vantagem poder contar com um espaço seguro, amplo, com estacionamento e auditório, pagando pouco”, relata o gestor. O SergipeTec também disponibiliza às equipes das empresas residentes e incubadas refeitório e sala de jogos e descanso.
O suporte do SergipeTec colaborou para o sucesso de diversas empresas. Uma delas é a InoVector 3D, lotada no Parque desde 2016. A empresa mantém um vínculo de incubação, que começou a partir de uma consultoria para a montagem de um laboratório de prototipagem e impressão 3D na instituição. Hoje, a InoVector utiliza a estrutura do laboratório, não só desenvolvendo protótipos e impressões como oferecendo serviços de manutenção, venda e treinamentos. Em parceria com o Parque, a empresa também oferece formação a estudantes da rede pública estadual de ensino.
“Depois do primeiro contato, como contratados, sentimos o ambiente propício e nos vinculamos ao SergipeTec. Amadurecemos nossa relação, foram surgindo ideias, e nosso ritmo de trabalho se intensificou. O Parque nos possibilitou uma conexão com grandes empresas como a Ambev e a Mosaic, que não teríamos de outra forma. E existe um suporte muito grande, em diversas frentes, sobretudo na de Inovação”, avalia o gestor de Operações da InoVector, Eduardo Lemos.
Já a HC Construções e Projetos Ambientais chegou ao SergipeTec em 2021, já como residente. Com 13 anos no mercado, a empresa tem foco na área de tratamento de água, atuando no segmento de análise de qualidade, monitoramento e licenciamento. Hoje, a empresa presta serviços a unidades hospitalares geridas pelo Governo de Sergipe. Para a química industrial Débora Martins, sócia da HC, um dos diferenciais do Parque é o networking.
“Fizemos nossa submissão via edital e montamos um projeto tecnológico. Expusemos nossa demanda, já que temos equipamentos que demandariam uma estrutura maior, e fomos prontamente atendidos. Gostamos daqui por ser bem localizado e oferecer conforto, com espaço propício para reuniões e eventos. E é interessante porque aqui mesmo podemos conhecer outros empresários e empresas, estabelecendo parcerias”, frisa Débora.
A Acone é mais uma empresa parceira do SergipeTec, que atua na área de desenvolvimento de projetos para a área de regulação do Sistema Único de Saúde (SUS). Veterana, a empresa surgiu em 1999, e se tornou em 2006 a fornecedora do primeiro software online utilizado pelo Ministério da Saúde no SUS. Antes vinculada ao Centro Incubador de Empresas de Sergipe (Cise), a empresa se graduou como residente no SergipeTec tão logo o Parque foi inaugurado.
Para José Roberto Oliveira, sócio administrador da Acone, o SergipeTec reúne o potencial de alavancar empresas sergipanas ao patamar nacional. “No mercado da tecnologia, quem chega primeiro, domina, porque há uma concorrência muito grande. O SergipeTec é um órgão que pode atuar justamente nessa visibilidade das startups, trazendo um suporte de divulgação. Estamos vendo que essa nova gestão tem um olhar mais sensível para as empresas, e isso traz um ganho enorme para o estado, porque gera emprego, renda e impostos. O SergipeTec, então, precisa ser esse degrau, para que os empreendedores tenham com quem contar”, ressalta.
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