Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira da Indústria Hoteleira em Sergipe (ABIH-SE), com 37 empresários, mostrou que 63,9% dos entrevistados consideram péssima a atuação do Governo do Estado para o segmento, enquanto 58% têm a mesma opinião para a atuação da Prefeitura Municipal de Aracaju. Pelo menos 36,1% avaliam como ruim a atuação do Governo do Estado e 42% a da prefeitura da capital. Ninguém achou que é regular ou bom.
Estes dados, que refletem o primeiro semestre deste ano, foram apresentados hoje, 6, durante um café da manhã, no Radisson Hotel, pela direção da ABIH-SE que revela mais dados negativos para o setor. Questionados sobre a expectativa para o segundo semestre deste ano, 28% disseram que era ruim; 22% péssima; 19%, boa; e 31% melhor que o ano passado. Já o grau de otimismo é baixo, para 55,6%; para 33,3%, é mínimo; e 11,1% responderam ser médio. Nenhum deles disse ser bom.
Todo esse quadro desanimador para o trade turístico é porque falta, tanto por parte do governo do Estado quanto do município de Aracaju, divulgação do destino Sergipe. Questionados sobre o que deve ser feito para alavancar o turismo, 25 empresários responderam que é necessária a divulgação. Seis dos entrevistados elencaram questões relativas a voos, incentivos fiscais e gestão compartilhada de planejamento estratégico.
Durante o evento, o empresário Emanuel Oliveira criticou os governos de Sergipe e de Aracaju que não enxergam o turismo como investimento.
Turismo de eventos
O presidente da ABIH-SE, Antônio Carlos Franco Sobrinho, lembrou que há cinco ou seis anos o turismo de eventos era forte no Estado, mas com o fechamento do Centro de Convenções houve migração para o turismo de lazer. Os números da pesquisa mostram que 63% dos turistas vieram a Sergipe para o lazer, enquanto que 37% para eventos. A maioria deles do Nordeste (67%), seguido do Sudeste (30%); apenas 3% do Centro-Oeste e ninguém do sul do país.
Mas a competição com outros destinos é forte. Ao comparar Sergipe com Maceió e João Pessoa, o ganho de turistas para estes dois estados é exponencial. Por conta disso, o setor hoteleiro segue amargando queda na taxa de ocupação – 48% no primeiro semestre deste ano, contra 55% em igual período do ano passado; queda de 5,2% no valor da diária (em 2018 era R$ 173, mas em 2019 caiu para R$ 164).
Some isso à queda na vinda dos turistas, segundo dados da Infraero: de 2014 a 2017, queda de 13,5%; em 2018, percentual negativo de 2,8%; e no primeiro semestre deste ano, negativo de 1,72%.
A crise no turismo de Sergipe tem provocado a diminuição do setor hoteleiro e o desemprego. Essa conclusão se dá através do número de colaboradores nos estabelecimentos, outro dado que também foi comparado entre junho de 2018 e junho de 2019.
Hoje Aracaju tem 60 hotéis, 27 pousadas. São 9.833 leitos em Aracaju, 2.607 no interior, perfazendo um total de 12.489 leitos em todo Estado. A ABIH-SE tem 37 associados e todos responderam à pesquisa. Este ano, com recursos próprios, a ABIH-SE visitou Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina. No segundo semestre estará em Brasília, São Paulo, Rio Grande do Sul, além de duas caravanas para Bahia, Pernambuco e Paraíba, para divulgar o destino Sergipe.
Campanha
Para criar uma consciência favorável à importância do turismo para milhares de sergipanos, a ABIH-SE desenvolveu uma campanha publicitária mostrando profissões e setores da economia que, direta ou indiretamente, sobrevivem graças ao turismo.
A campanha, intitulada “Turismo forte, todos ganham! Sergipe tem muito a oferecer, Sergipe tem tudo para crescer”, não possui fins lucrativos e estará voltada exclusivamente para o público sergipano.
Através de parcerias, a ABIH buscará a divulgação através de peças de outdoor, busdoor, spot de rádios, anúncios em jornais, sites, front-light e em suas redes sociais. Também foi produzido um VT de um minuto para a campanha.
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