O secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag), Rosman Pereira, anunciou hoje, 9, que o Governo do Estado vai recorrer da decisão do juiz Manoel Costa Neto, que cancelou o concurso para soldado da Polícia Militar. Isso será feito através da Procuradoria Geral do Estado, porque o Governo entende que o sistema de segurança adotado na realização do concurso coibiu a fraude. Na ocasião, duas pessoas foram presas pela Polícia Militar e encaminhadas para o Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope).
“Não houve fraude, mas tentativa de fraude. Fizemos um trabalho de prevenção antes, durante e depois do concurso. O IBFC [Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação], contratado para realização do concurso e com expertise nessa área, nos alertou antes das provas da inscrição de pessoas que tinham sido presas em outros estados, a exemplo do Piauí, acusadas de fraude em concurso. Informamos a polícia, que no dia das provas colocou policiais à paisana na sala dos suspeitos agindo como se fossem fiscais. O resultado foi a prisão dos dois irmãos em flagrante tentando fraudar o concurso”, afirmou o secretário.
Como prevenção de fraude, disse que durante a prova todos os inscritos tinham que deixar seus celulares em sacolas e quando iam ao banheiro passavam por detector de metais na saída. Ressaltou ainda a realização de três gabaritos diferentes na prova, exatamente para dificultar qualquer tipo de fraude que costuma ocorrer em concursos públicos.
Rosman Pereira garantiu que após a realização do concurso o IBFC fez uma auditoria, que acabou detectando que 23 pessoas apresentaram identidade no gabarito com questões certas e erradas em três provas com gabaritos diferentes. “A possibilidade disso ocorrer é matematicamente impossível. Por isso, essas 23 pessoas já foram eliminadas do concurso e seus nomes foram passados para a Polícia Civil para que investigue se tem alguma relação com os dois indivíduos presos”, explicou.
O secretário declarou que respeita a decisão do magistrado, tanto é que já foi suspensa a segunda etapa do concurso – que é a realização do Teste de Aptidão Física (TAF) no período de 13 a 15 de agosto, conforme cronograma previsto – mas o Estado vai recorrer por achar que não houve a fraude e preocupado em não atrasar o calendário do concurso, que tem cinco etapas. “Existe uma necessidade de colocarmos logo os novos policiais nas ruas para garantir a segurança da população”, frisa.
Ele disse que na sexta-feira, 10, a PGE estará recorrendo da liminar concedida pelo magistrado e que, obtendo êxito, vai restabelecer um novo calendário para realização do TAF e demais etapas do concurso, que é acompanhada por uma comissão formada por representantes da Seplag, PGE, OAB e IBFC.
Em 1º de julho deste ano o Governo do Estado, através da Seplag, realizou concurso público para soldado e oficial da Polícia Militar de Sergipe visando suprir a demanda de policiais para segurança da população. Foram ofertadas 300 vagas para soldados e 30 para aspirante. Se inscreveram 69.281 pessoas para soldado e 7.226 para oficial.
O concurso para oficial segue dentro do calendário estabelecido dentro do edital.
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