O Grupo Pão de Açucar (GPA) anunciou hoje (15) o fim da bandeira de hipermercados Extra Hiper, abandonando um segmento do mercado que vem enfrentando dificuldades em crescer diante da concorrência com o atacarejo e impactos da pandemia sobre os consumidores.
O fim da bandeira foi acertado em um acordo com o Assaí, grupo de atacarejo do francês Casino, que também é controlador do GPA, segundo fato relevante.
Pelo acordo, calculado em até R$ 5,2 bilhões, o GPA vai passar para o Assaí 71 lojas Extra Hiper que serão convertidas para atacarejo. O GPA terminou o primeiro semestre com 103 lojas Extra Hiper.
O Assaí vai pagar R$ 4 bilhões ao GPA em prestações que vencem entre dezembro deste ano e janeiro de 2024. O R$ 1,2 bilhão restante será pago ao GPA por um fundo imobiliário que tem garantia do Assaí.
Há tempos o GPA tem buscado melhorar os resultados da bandeira de hipermercados Extra, que tem enfrentado forte concorrência de empresas de atacarejo que incluem, além do Assaí, o Atacadão, do grupo Carrefour Brasil.
Enquanto isso, o Assaí tem tocado uma agressiva campanha de expansão de lojas, ingressando em novos Estados do país em um momento em que a renda da população segue pressionada por desemprego e alta da inflação.
Em julho, o presidente do GPA, Jorge Faiçal, afirmou em teleconferência com analistas que a empresa manteria a estratégia que vinha implementado nos últimos meses, de redução dos preços dos produtos do Extra Hiper. O executivo, porém, afirmou que o objetivo não era transformar a bandeira em atacarejo, formato que vinha impulsionando o grupo até a cisão do Assaí mais cedo neste ano.
Com o negócio, o GPA reforça ainda mais o foco em segmentos “premium” e de proximidade “notadamente com as bandeiras Pão de Açúcar, Minuto e Mercado Extra, além de reforçar a posição de liderança do GPA no varejo e e-commerce alimentar no país”, disse Faiçal, no fato relevante.
O executivo acrescentou que a “bandeira Extra Hiper será descontinuada” e as lojas do formato que não foram envolvidas na operação serão convertidas para outras bandeiras “com maior potencial de rentabilidade”.
Segundo o GPA, como ambas as companhias são controladas pelo Casino, a transação foi aprovada “exclusivamente com os votos dos conselheiros independentes de GPA e Assaí”.
Fonte: Forbes
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