O meu avô paterno me ensinou que a amizade era o maior tesouro que podia se acumular na vida. Não importa se tem retorno. Mas a amizade se dá porque ela volta de qualquer jeito, na maioria das vezes, não de quem a gente deu, mas volta. Amizade é a forma de amor mais fraterna e universal dos humanos, a maneira pela qual conseguimos preservar a espécie e evoluir até hoje. É o jeito de sobreviver mesmo. Daí que o “primeiro mundo” apresentou tantos conflitos na frieza de seus relacionamentos e dos seus preconceitos de poder.
Culturalmente o Caribe e o Brasil têm uma grande similitude com a alegria e a amizade. Calor humano acima das dificuldades. Já contei minha experiência no Brasil e a sua gente, a similitude conosco – os venezuelanos. Tá certo, gente ruim tem em todo canto, como no meu país, aqui já conheci vários personagens não muito gratos, mas a gente boa que tenho conhecido é mais. E isso apaga qualquer mau momento.
Amigos são a família que se escolhe. E eu tenho tantos aqui no Brasil, como no meu país, grandes amigos a quem tenho muitas coisas que agradecer. Desde que cheguei ao Brasil senti esse calor humano, meu irmão Huber e a sua família; Robson, o Bebeto meu grande parceiro; Igor e Simone; o meu compadre Ricardo; a minha primeira família em Aracaju, o Mario, o Karin, Garcia e Rose, Didi, todos são pessoas que deram para mim o apoio preciso, no momento certo. E outros amigos que fazem uma lista comprida, mas estão na minha alma.
A Talita, minha grande amiga, companheira e mamãe da minha vida: a Manuela de Las Rosas, e que me deu como presente uma família formosa, com meu gatinho Juan. Recebi como presente o carinho e acolhimento de seus pais e irmãs para os quais o meu coração carregará gratidão sempre. Os seus tios e tias, primos e primas, o Jorge… agradecido também.
Agora, na volta da minha irmãzinha Luz e o Toni, meu cunhado e ‘irmão’, depois de uma longa travessia até o Paraguai, combinamos desenvolver um projeto artístico cultural.
Os amigos Igor e Simone nos apresentaram, num almoço, ao Felipe e a Carol, no restaurante Ágape, e daí nasceu uma bela amizade que encontrou nos sonhos comuns a possibilidade de poder desenvolver uma linda experiência de trabalhos na qual as artes são motor e combustível. Após um laborioso planejamento, temos uma primeira fase pronta para executar, de um longo caminho de sonhos que temos para fazer… e vamos fazer!
Como agradecimento a tanta gentileza sergipana, vemos na oportunidade de compartilhar os nossos talentos artísticos uma maneira de retornar afeitos. No espaço Jardim Secreto, na rua Itabaiana, sede do restaurante Ágape, vamos desenvolver umas oficinas de Culinária Infantil com a Talita Costa, Teatro com minha irmã, a Luz Rivero, Malabares com Toni Arangurem, e Mãos na Argila, comigo. Iniciaremos no domingo, 10 de outubro, das 14h às 18h com um convite para apresentar nosso projeto.
Estejam todos convidados ao início da materialização de muitos sonhos…
Desde mi Corazón, Mil Gracias Pueblo Brasilero por tanta Bondad!!
(*) Poeta e artesão venezuelano. Licenciado em Educação, especializado em Desenvolvimento Cultural pela Universidade “Simón Rodríguez”, Venezuela.
** Esse texto é de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a). Não reflete, necessariamente, a opinião do Só Sergipe.