Por Luiz Thadeu Nunes (*)
Rebobinando a memória, me transportei no tempo, mergulhei no passado, senti saudades de uma época que não mais existe. Senti saudades de mim. Saudade de muitas coisas: saudade dos que caminharam ao meu lado, que hoje não estão mais aqui. Ou que não mais existem para mim, ou eu para eles. Coisas da vida. Como disse o poeta Vinícius de Moraes: “A vida não é brincadeira, amigo. A vida é arte do encontro embora haja tanto desencontro pela vida”.
Senti saudades dos quintais das casas dos meus avós. Tive o privilégio de conviver com todos eles. Não os chamava de avô ou avó. Papai Agripino e Mamãe Maria, pais de minha saudosa mãe Dinha, tinham uma enorme casa, com um quintal que se estendia até o Rio Itapecuru, em Rosário; Papai Didi e mãe Olindina, pais do meu saudoso pai Luiz Magno, proprietários de uma enorme área, o Sítio do Físico, região rural de nossa Ilha do Amor.
Não sou nostálgico, apenas ativei o modo memória; deixei os pensamentos fluírem, resgatando em mim, instantes saborosos, que ficaram lá atrás. E que teimam em voltar.
Lembro de um tempo em que não havia mensagens, muito menos “redes sociais”, apenas olhares que diziam tudo… Esses dias li algo engraçado e verdadeiro: “Rede social é algo que inventaram para a pessoa, em sua casa, nos azucrinar na nossa”.
Tempos em que não existiam likes, e as pessoas se conheciam e se cumprimentavam nas ruas…
Houve um tempo em que o conselho de um pai era melhor do que qualquer postagem de um “influencer”, e a história de um avô era mais verdadeira do que qualquer referência da Wikipédia…
Houve um tempo em que o e-mail não existia, mas você recebia bilhetes, cartões postais e cartas de amor…
Sou missivista, escrevi cartas de amor para paixões não correspondidas. Por timidez e insegurança perdi amores.
Houve um tempo em que ninguém te insultava escondido no anonimato de uma rede social; era o balcão de um bar, o local onde se discutiam, com argumentos e respeito, partilhando um vinho, uma cerveja, um refresco ou um guaraná.
Houve um tempo em que as pessoas, não aparentavam o que não eram; tempos em que não existiam Photoshop e nem filtros; eram os anos os responsáveis por desenhar as rugas nos rostos dos mais velhos.
Não nos foi dada a permissão para segurar o tempo, “ele só anda de ida”, escreveu Manoel de Barros, o poeta das coisas simples. Como o tempo não volta, os pensamentos me fizeram resgatar esses momentos especiais.
“Fisicamente, habitamos um espaço, mas, sentimentalmente, somos habitados por uma memória”, escreveu José Saramago.
Diria mais: a memória nos redime, nos faz recuperar tempos indeléveis.
Hoje, tenho saudades daquele tempo em que tudo era mais simples, mais leve, mais verdadeiro… “Nada é para sempre, dizemos, mas há momentos que parecem ficar suspensos, pairando sobre o fluir inexorável do tempo”, cito novamente José Saramago.
Um brinde aos que não precisam de razões, mas celebram cada noite, cada dia, cada minuto, independente de calendários e vivem com urgência, para alimentar o ato de ser feliz.
Um brinde ao que foi e ao que ainda está por vir.
A capital sergipana já está em ritmo de contagem regressiva para a realização do…
Por Diego da Costa (*) ocê já parou para pensar que a maioria…
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Assistência Social, Inclusão e…
Por Sílvio Farias (*) Vinícola fundada em 1978 com o nome de Fratelli…
Por Acácia Rios (*) A rua é um fator de vida das cidades,…
Com a realização do Ironman 70.3 Itaú BBA, a maior prova de triatlo da…