Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostram que a inflação acumulada até março de 2021 acelerou e atingiu todas as classes de renda, o que tende a complicar mais ainda uma retomada econômica este ano.
As classes mais afetadas foram a média (que recebe mensalmente entre R$ 4.127,41 e R$ 8.254,83) e a classe média alta (que mensalmente recebe até R$ 16.609,66).
Isso ocorre principalmente pelo aumento de preço nos combustíveis, que tende a afetar muito todas as faixas de renda da sociedade, mas que costuma prejudicar sobremaneira quem recebe mais.
Já as faixas de renda abaixo de R$ 4.000,00 mensais tiveram um aumento considerável com habitação, puxado pelo gás de cozinha que teve uma alta de 5% no período.
Os dados do IPEA mostram, ainda, que a alimentação em domicílio teve uma queda de -0,17%, o que é a primeira deflação para esse segmento desde outubro de 2020.
Trouxe esses dados, pois eles mostram que é possível a inflação afetar todas as classes e de maneira bem mais acentuada do que mostra só o calculo médio do IPCA.
Veja essa comparação feita pelo IPEA:
“Na comparação de março deste ano com o mesmo período do ano passado, também houve aumento nos preços. As famílias mais ricas registraram as maiores altas. Enquanto a inflação para quem recebe até R$ 1.650,50 subiu de 0,25% em março de 2020 para 0,71% em março de 2021, para a faixa que recebe acima de R$ 16.509,66, a variação foi de -0,20% para alta de 1%.” – Fonte Agência Brasil acessado em 19/04/2021.
Leia também: Famílias de classe média e média-alta são as mais atingidas pela inflação em março (ipea.gov.br)
Vemos nessa comparação que a inflação aumentou tanto para os mais pobres, de 0,25% em março de 2020 para 0,75% em março de 2021, quanto para os mais ricos, de -0,20% para 1% no mesmo período.
Isso é medonho, pois vemos que se assim continuar ela tende a sair do controle bem rápido.
Conhecida como o imposto mais terrível que há, pois atinge a todos de maneira igual, vemos que na prática ela é mais brutal com os mais pobres, já que um aumento de 0,25% para 0,75% em média no consumo dessas famílias, pode fazer com que elas deixem de consumir alguns itens e se sintam mais pressionadas.
Mas quando o aumento reverte uma deflação de -0,20% para 1% das classes mais abastadas, liga-se um alerta, mostrando um descontrole generalizado à frente, pois lembre que quem recebe mais tem uma maior margem de manobra e custa mais a perceber esses efeitos no dia a dia, demorando assim para tomar uma atitude de diminuir gastos.
Neste cenário, devemos pensar como podemos mudar essa situação para que seja possível combater a inflação, antes que ela chegue a níveis mais perigosos.
Corro o risco de parecer repetitivo, mas é nas mãos da população que está a possibilidade de controlar a inflação, se esperarmos pelo governo pode ser tarde demais para controlar e se prevenir de seus efeitos…
Com essa reflexão indico que leiam a integra da matéria do IPEA e reflitamos como podemos aumentar nossa renda e melhorar o consumo enquanto sociedade.
Atenciosamente.
(*) David Rocha escreve semanalmente, às terças-feiras. Ele é assessor de investimentos e educador financeiro, que vive o mercado diariamente, desde 2011, e autor do livro Tesouro Direto – Um Caminho para a liberdade financeira de 2016.
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