As farmácias deverão exigir a receita em duas vias na hora de vender a ivermectina. Uma delas deverá ser preenchida com os dados do comprador e retida pelo farmacêutico. A prescrição deverá ser datada e assinada por um médico e terá validade de 30 dias.
A medida, publicada no Diário Oficial da União, nessa quinta-feira (23), pela Anvisa –Agencia Nacional de Vigilância Sanitária, é para ter mais controle sobre a comercialização deste medicamento e reduzir o consumo dele sem indicação, já que a procura durante a pandemia aumentou.
Indicado para curar verminoses, piolhos e sarnas, o medicamento foi amplamente divulgado nas redes sociais como uma possibilidade de tratamento para a covid-19, mesmo sem evidências de que ele realmente funcione para esse caso.
Com a exigência de retenção da receita, o medicamento passa a fazer parte do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados. A exceção, segundo a Anvisa, vale para caixas de ivermectina que já constavam do estoque de farmácias.
A resolução poderá ser revogada automaticamente, depois que for declarado pelo Ministério da Saúde o fim da emergência em saúde pública nacional que o país atravessa e que foi declarada em fevereiro deste ano por meio de portaria do órgão.
A agência já havia vinculado o nome de outros medicamentos à venda com receita médica em duas vias, como é o caso da cloroquina e da hidroxicloroquina, justamente pelo aumento da venda desses produtos a clientes que acreditam na eficácia do medicamento no tratamento da covid-19.
A médica, Patrícia Tavares, considerou positiva a decisão da Anvisa. Ela faz um alerta sobre os riscos da automedicação.
A decisão tomada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária também é para manter as farmácias abastecidas desses medicamentos, já que muitos pacientes que realmente precisam dessas medicações, como portadores de lupos, os que têm artrite e os diagnosticados com malária, não estavam conseguindo comprar os produtos.
A defesa do uso da cloroquina em estágio inicial da covid-19 pelo presidente Jair Bolsonaro e a regulamentação de portaria em maio deste ano – pelo Ministério da Saúde – para a prescrição da cloroquina nesses casos, além da disseminação de boatos sobre pessoas curadas do novo coronavírus ao tomar esses remédios, reforçou ainda mais a busca por essas medicações.
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