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Jogo mobile incentiva aprendizagem de programação e robótica entre crianças

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O conhecimento em programação e robótica vem se tornando uma habilidade cada vez mais desejável no mercado de trabalho, nos mais diversos segmentos profissionais. Pensando nisso, uma equipe sergipana vem desenvolvendo uma ferramenta que visa proporcionar o primeiro contato com essas atividades para crianças e adolescentes. Trata-se do PIC, um jogo mobile baseado em realidade aumentada com conteúdo divertido e didático. O projeto é apoiado pelo Governo de Sergipe, por meio do Programa Centelha, desenvolvido pela Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec).

Através do game, o jogador poderá construir um robô a partir de uma base principal e um conjunto básico de sensores, atuadores e peças complementares. Os comandos poderão ser executados em realidade aumentada, criando um ambiente sensorial virtual associado a elementos do mundo real. O jogo também contará com a possibilidade de modelagem de fases que podem ser compartilhadas entre jogadores, além de um espaço de treinamento para olimpíadas de robótica com desafios especializados. A ferramenta incluirá manuais explicativos e fichas de atividades para propiciar a inserção nas escolas e a formação de instrutores.

De acordo com a criadora e diretora executiva do projeto, Stephanie Kamarry Alves de Sousa, um dos principais benefícios do jogo está na democratização do acesso à programação e à robótica. “Comprar um kit Lego, que é um kit de robótica básica, custa em torno de 3 mil reais hoje em dia. Nosso jogo mobile sai muito mais em conta. Além disso, o uso da realidade aumentada proporciona a interatividade, que as crianças tanto gostam e que as motiva em seus desafios, fazendo com que elas aprendam cada vez mais. Será um jogo completo, acessível, divertido e didático para uso em escolas e por clientes individuais”, afirma.

Desenvolvimento

Outro ponto importante é o potencial de projeção da ferramenta, que não tem antecedentes no país e só existe de forma simplificada no âmbito internacional. A proposta se mostra em sintonia com as tendências de mercado, já que a expectativa para o setor global de jogos deve exceder US$ 180 bilhões em receita em 2021. Em se tratando do segmento de aprendizado baseado em games, a estimativa é de US$ 17 bilhões até 2023.

“Jogos como o nosso, conhecidos como serious games, usam a jogabilidade com competição e um sistema de recompensa para incentivar e acompanhar o comportamento e a aprendizagem. Esses jogos geralmente são comprados por escolas, universidades, agências governamentais e empresas para uso em ambientes de aprendizado. No Brasil, não temos concorrentes diretos, pois o segmento de ensino de robótica por realidade aumentada ainda é pouco expressivo”, explica Stephanie, que é pesquisadora e  professora de Engenharia Elétrica no Instituto Federal de Sergipe (IFS).

Além de Stephanie, compõem a equipe do projeto o diretor de operação, Phillipe Cardoso, e o diretor de tecnologia, Yago David. Atualmente, o projeto encontra-se na fase do protótipo conceitual. Para o trio, o Programa Centelha permitiu que o projeto superasse a etapa de ideação.

“Para desenvolver esse tipo de projeto é necessário um investimento relativamente alto em equipamentos, além de serviços específicos, como a parte de arte. Com o apoio do Centelha, conseguiremos ter uma primeira versão do game para colocar no mercado e começar a monetizar. O Centelha também vai possibilitar a busca por novos investidores para expandirmos nossa atuação pelo Brasil”, ressalta Stephanie.

Centelha

O Programa Centelha tem o objetivo de estimular a cultura empreendedora e a criação de projetos inovadores no Brasil. Em Sergipe, a iniciativa é operacionalizada pelo Governo do Estado por meio da Fapitec, que é vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec).

O programa é promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap). A Fundação CERTI, que também faz parte da parceria, é responsável pela operação.

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