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Jornalista Cristian Góes lança, amanhã, 17, o livro “Quem somos nós na fila do pão?”

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“Quem somos nós na fila do pão? A fabricação dos invisíveis na história do Brasil” é o segundo livro do jornalista José Cristian Góes. O trabalho, editado pela Edise (Editora Oficial do Estado de Sergipe), será lançado de modo virtual no próximo dia 17, quinta-feira, às 19h30, no Instagram do autor @josecristiangoes, com retransmissão no @_segrase. No lançamento participa a jornalista e escritora Cândida Oliveira, assessora de Comunicação da Segrase.

Capa do livro

O livro “Quem somos nós na fila do pão? A fabricação dos invisíveis na história do Brasil” é parte da tese de Doutorado em Comunicação e Sociabilidade defendida por Cristian Góes na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em dezembro de 2017. A tese foi dividida em três livros. O primeiro foi “A Comunidade Invisível”, editado no ano passado pela Ponte Editora, em Portugal. O terceiro, “O jornalismo e a experiência do invisível”, será lançado até o final do primeiro semestre de 2022 pela Editora Appris, de Curitiba/PR.

Nesse segundo livro, Cristian Góes propõe um percurso crítico para discutir o “Outro” e as identidades, principalmente recorrendo a alguns elementos da Filosofia, Sociologia e História, de modo especial, a história do Brasil. “Busquei mergulhar na trajetória da formação nacional para pensar sobre quem é o Outro em nós, desde os povos originários, os invasores europeus, os africanos e os resultados dessas relações”, informou Cristian.

No livro, emergem discussões sobre o conceito do Outro, as manipulações identitárias, os genocídios, as escravizações indígena e africana, o nascimento dos ‘ninguéns’ e o apagamento das raças e dos sujeitos. A violência e o racismo são temas vitais no livro. Cristian Góes ainda trata da fantasia da nação e da pátria, da participação da igreja na pedagogia racista e, principalmente, do processo de construção ideológica dos invisíveis para consolidar a ideia de país.

“Centralmente, esse outro, invisível, é fabricado no Brasil como repulsa, prevalecendo como a diferença contra nós, que será sempre pobre, indígena, negra, criminosa, suja, doente, ameaça constante em permanente controle e extermínio. Todavia, as elites brasileiras também produziram o outro como desejo, visível, para ser imitado, valorizado, servindo de referência para confirmar o outro invisível, a ser negado e apagado”, analisa Cristian Góes. Para o autor, há um acerto de contas histórico entre nós que ainda está em aberto e que precisa ser enfrentado.

A pergunta-título do livro é uma provocação, diz o autor. Ele fez uma alteração de um ditado popular conhecido no Brasil. A expressão é “quem é você na fila do pão?”, um questionamento sobre a importância de uma pessoa que julgamos sem importância em determinada cena. “No fundo, a pergunta busca revelar a desimportância de um sujeito que se imagina mais do que é. Perceba que a questão aponta para o Outro, para aquele que está de fora, para aquele que não sou. Proponho, então, que a pergunta seja feita para nós, quem somos nós?”, pergunta o autor e espera dos leitores respostas ao final do livro.

O diretor Industrial da Segrase, Mílton Alves, afirma que o jornalista e escritor Cristian Góes mostra quem somos nós na fila do pão, os fortes traços da fabricação dos invisíveis na história do Brasil. “Ele expõe a nós a trajetória histórica da formação do nosso país, é uma leitura que posso classificar como obrigatória, para entendermos o ontem e o hoje, o nosso país”.

Sobre o autor

É jornalista profissional, foi repórter do Jornal Cinform; do Jornal do Dia; colunista do portal Infonet; repórter free lancer da Revista IstoÉ; secretário de Comunicação da Prefeitura de Aracaju; chefe da assessoria de comunicação da Superintendência Regional do INSS no Nordeste, em Recife/PE. É doutor em Comunicação e Sociabilidade pela UFMG, com doutoramento sanduíche na Universidade do Minho, em Braga, Portugal.

É mestre em Comunicação Social pela UFS. Tem especialização em Gestão Pública pela FGV e em Comunicação na Gestão de Crise pela UGF. É autor de: “A Comunidade Invisível: jornalismo, identidades e a rejeição dos povos de língua portuguesa no Brasil” (Ponte Editora, Portugal, 2021).

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