É atribuído ao genial e “mineirinho” escritor brasileiro, Carlos Drummond de Andrade, um texto muito utilizado nos finais de ano que nos traz uma bela reflexão.
Cortar o tempo
“Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez
com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente…
Para você, Desejo o sonho realizado.
O amor esperado. A esperança renovada […]”
Trazendo para nosso mundo empresarial, nosso dia a dia, os finais de ano nos remetem, obrigatoriamente, a orçamento, revisão, planejamento estratégico, apuração de resultados, definição de prioridades, investimentos etc.
Assim, num dia chuvoso (nada a ver …) em Copacabana, Rio Janeiro, me deparei com brilhante artigo escrito por Geraldo Eustáquio Andrade Drumond, professor associado da Fundação Dom Cabral onde é abordado o tema Liderança – Como um líder pode inspirar o seu time a bater metas.
Achei tudo a ver…
Iniciemos pelas definições:
Liderança é o processo de mobilizar ou engajar pessoas em uma determinada direção, visando atingir um resultado esperado.
Liderança eficaz é o critério de excelência que mais impacta os resultados de uma organização, seja ela de pequeno, médio ou grande porte.
Continua o professor por orientações diretas de como um líder deve agir:
Reunir ou conversar com meus liderados e alinhar os objetivos deles aos da organização?
Conhecer os objetivos deles e alinhar com eles os objetivos da organização?
Trabalhar o senso de pertencimento e os convencer que vale a pena investir em nosso time?
Eles “vestem a camisa da empresa” e para isso, vestem antes as suas próprias camisas?
Conhecer as forças e fraquezas de cada um dos meus liderados e potencializar suas qualidades e tratar suas fraquezas?
É preciso…
Identificar a “geração” e o que a motiva.
Estar preparado para conduzir os colaboradores, e para tal temos que conduzir nossa própria vida. Como vou gerenciar os outros se não gerencio a mim próprio?
Conseguir deixar claro para as pessoas onde estamos, onde queremos estar, e o que fazer para chegar lá.
Exercitar o feedback constante e sistemático a meus liderados.
Os colaboradores precisam conhecer e aplicar o senso de propósito de sua organização e a missão, visão e objetivos estratégicos; se sentir e saber que a função do líder é conduzi-los e estar à vontade para perguntar.
E como cada um pode contribuir para a geração de resultados, orientar o time quando não sabe o que fazer?
Agora vamos a quais são os comportamentos de líderes que inspiram:
Respeitar as diferenças individuais e as diversidades culturais.
Chamar para si o protagonismo de suas ações e dos resultados (aponta o dedo pra si mesmo).
Aceitar e admitir suas próprias vulnerabilidades, pois, a partir daí, se aproxima, cria conexão com seus liderados com mais humanidade.
Praticar a empatia com seus liderados.
Manter seu autocontrole, lidando adequadamente com seus sentimentos e com os das outras pessoas.
Cuidar, apoiar os integrantes de sua equipe.
Estimular nas pessoas a confiança, a cooperação, o sentimento de pertencer, o espírito de equipe, a crença que todos têm habilidades e podem compartilhá-las e contribuir com o time como um todo.
Encorajar o aprendizado e o crescimento contínuo.
Criar um clima que estimula os desafios e a criatividade.
Inspirar o entusiasmo.
Elogiar/reconhecer o trabalho bem feito.
Celebrar os avanços, as pequenas vitórias de cada um.
Demonstrar interesse legítimo pelas pessoas, constantemente!
Qual, então, o caminho para buscar o comprometimento das pessoas?
Apontar os rumos que a organização prioriza e quer trilhar, dizer claramente aos colaboradores o que se espera deles e como eles podem contribuir para a geração de resultados.
Os gestores devem atuar junto e cobrar resultados diretamente com os colaboradores com baixo desempenho e que se sentem cada dia mais desmotivados e insatisfeitos .
Cuidados:
Líderes que centralizam demais, que não inspiram, que não reconhecem os bons desempenhos, os bons comportamentos, que estimulam a competição e não a cooperação, que privilegiam os “bajuladores”, em detrimento dos que são éticos e leais, que têm medo do novo, que são autoritários, que deixam simplesmente as coisas acontecerem, que não integram, que não lideram pelo exemplo, que cultuam o erro ao invés do acerto.
Com os altíssimos índices de insatisfação no trabalho.
Apenas 30% dos empregados estão comprometidos em realizar um bom trabalho, 50% passam seu tempo na empresa cuidando do “arroz com feijão” e os outros 20% demonstram seu descontentamento sendo improdutivos e influenciando negativamente os colegas de trabalho.
Crenças:
É pela liderança que começamos e consolidamos a construção de empresas e organizações sólidas, perenes, que se reinventam, que são sustentáveis, e que são sucesso.
Cabe ao líder inspirar, energizar, inflamar, “soprar as brasas” das competências e habilidades de seus liderados e lhes dar a autoridade de agir, de inovar, de fazer acontecer.
É responsabilidade do líder incentivar a cooperação, a confiança no seio de sua organização/empresa, e, pelo exemplo, conquistar a alma e o coração de seus liderados.
Assim, nós os empresários e gestores de empresas de pequeno e médio porte temos que liderar para fazer com que os colaboradores se comprometam mais com o planejamento estratégico, orçamento e outras definições ao executar seu trabalho e com foco em resultados uma vez que as pessoas são, senão o maior, um dos principais aspectos das organizações, a força motriz de qualquer empreendimento: são elas que fazem as coisas acontecerem.
Feliz Ano Novo, que em 2023 possamos ser líderes muito mais eficazes, pois grandes líderes inspiram ações coordenadas que trazem resultados concretos e consistentes.
O texto acima é minha livre interpretação do artigo “Como um líder pode inspirar o seu time a bater metas”, portanto pode não refletir exatamente a mensagem do autor.
Você pode acessar ao texto original em:
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(*) Juliano Cesar Faria Souto é estanciano, 58 anos , administrador de empresas graduado pela Faculdade de Administração de Brasília, com MBA em gestão empresarial pela FGV. Atua como sócio-administrador da empresa Fasouto no setor atacadista distribuidor e autosserviço. É líder empresarial.