O Conselho Estadual de Cultura de Sergipe deu início ao projeto que abre espaço para que autores sergipanos apresentem aos conselheiros, durante as sessões plenárias, as obras produzidas. A primeira convidada foi a professora doutora Andreza Maynard, que apresentou o livro “De Hollywood a Aracaju – Antinazismo e cinemas durante a Segunda Guerra Mundial”, lançado recentemente pela Funcap. Este é o terceiro livro autoral da carreira da professora, que integra o quadro de docentes da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
“A professora Andreza Maynard tem um trabalho referencial para a história, a cultura e as artes de Sergipe por fazer uma discussão memorial importante, por promover interação e mostrar caminhos para debater não somente nossa história, mas também o patrimônio histórico do nosso Estado”, evidenciou o presidente do conselho, Francisco Diemerson de Sousa Pereira. Após a apresentação foi realizada uma tarde de autógrafos, prestigiada por amigos, familiares e personalidades locais, como o ex-secretário de Estado da Cultura e ex-prefeito de Aracaju, João Augusto Gama, e o ex-secretário de Estado da Educação, Jorge Carvalho.
“Adquiri o livro há uns dias em uma livraria da cidade e não sabia quem era a autora. Acabei vindo para este evento a convite de Jorge Carvalho, e que bom ter vindo, pois conheci a professora Andreza Maynard, autora dessa obra belíssima que preenche uma lacuna que existia na história da nossa cidade. Muito se falava sobre os torpedeamentos e quase nada da Aracaju daquela época. Ela supriu essa necessidade com um trabalho encantador”, declarou João Augusto Gama. Segundo ele, ao ler os três primeiros capítulos do livro e relembrar os locais e as pessoas citadas na obra, sentiu-se transportado para a década abordada no livro.
Andreza Maynard apresentou para os conselheiros e convidados, de maneira sucinta, os quatro capítulos do volume. O primeiro fala sobre o impacto da II Guerra Mundial na cidade, apresenta o cotidiano e costumes da Aracaju das décadas de 1930 e 1940, e como os torpedeamentos na costa sergipana influenciaram a decisão do Brasil em ingressar na guerra. No segundo capítulo a obra explora as experiências de exibição de filmes em Aracaju, o surgimento dos cinco cinemas da época e como era a convivência entre os frequentadores desses locais, entre os anos de 1939 e 1945.
O terceiro capítulo aborda a censura e a Segunda Guerra na programação dos cinemas aracajuanos, o papel dos órgãos censores, as mudanças na programação dos cines e a recepção aos filmes que tinham a Guerra como tema central. Já a última parte analisa alguns longa-metragem comerciais que faziam propaganda contra os nazistas, e a função “pedagógica” que tiveram para os sergipanos.
“Até ocorrer os torpedeamentos na nossa cidade, a II Guerra era um conflito europeu. Mas, depois do trágico acontecimento ela passou a ser algo real na vida dos brasileiros, principalmente, dos sergipanos. E não adianta comparar o que aconteceu conosco com Pearl Harbor, para dizer que os Estados Unidos foram atingidos, porque Pearl Harbor não é um território continental estadunidense, portanto, não tiveram essa ligação visceral com a guerra, ao contrário de nós, aracajuanos”, reforça a autora do livro.
Para a conselheira Celiene Lima, Mestre em Cinema e que representa o Instituto Banese no Conselho, o tema abordado por Andreza Maynard é muito importante não apenas em virtude do contexto histórico da capital sergipana, mas também, por resgatar um pouco da história do cinema na cidade. “É um livro rico demais em informação, tanto para a população geral, mas principalmente para quem é da área audiovisual. Com ele, teremos mais subsídios para pesquisas, como por exemplo, saber como deu-se o processo de chegada dos cinemas a Aracaju, como eles foram inseridos no cotidiano e como influenciavam a sociedade da época”, comentou.
“De Hollywood a Aracaju – Antinazismo e cinemas durante a Segunda Guerra Mundial” é a terceira obra autoral da Dra. Andreza Maynard, que também escreveu “A Caserna em Polvorosa: A revolta de 1924 em Sergipe”, obra que trata sobre a revolta Tenentista; e “Educação militar em Sergipe: uma história cultural das comemorações no 28 Batalhão de Caçadores”. A obra mais recente foi lançada pela Funcap no dia 23 de setembro de 2021, e a publicação contou com recursos da Lei Aldir Blanc. O livro está sendo comercializado em livrarias da capital sergipana, pela Amazon e através do WhatsApp (79) 9.8837 6221.
Professora doutora do quadro permanente do Mestrado Profissional em Ensino de História da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Andreza Maynard é doutora em História e Sociedade pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, e pós-doutora em História pela Universidade Federal Rural de Pernambuco. É membro do Grupo de Estudos do Tempo Presente (GET/UFS/CNPq), do Comitê Editorial dos Cadernos do Tempo Presente (Qualis A3 para História) e do Conselho Consultivo do Boletim do Tempo Presente. Também é editora-chefe da revista Boletim Historiar (Qualis A4 para História)
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